Capítulo 1 - A Pequena Princesa

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Seguindo o garoto pela estrada, ela veio em cima de uma enorme mansão. Por algum motivo, esse local parecia familiar para a garota infortunada...


      Perplexa com o que via, ela perdeu o alcance do garoto, que abriu o portão correndo e o bateu com muito impulso na cara de Jennifer. Correndo com pressa ao portão ela olhou através das grades e viu uma cena um tanto macabra para ela. Eram duas crianças com sacolas de papel com furos nas partes dos olhos, muito pálidas. Uma delas batia com muito ódio com um pedaço de pau em alguma coisa dentro de um saco de batatas, enquanto a outra só observava. E o menino aproveitou o contratempo para entrar na mansão enquanto Jennifer não olhava para ele.

A menina infortunada, assustada, se afastou do portão.

     Jennifer foi andando sorrateiramente para não chamar a atenção das crianças, ela tinha pensado na possibilidade de ter uma porta dos fundos atrás da mansão. Com isso, ela foi andando normalmente pelo caminho lateral esquerdo do muro, o que era um pouco longo, em sua opinião. Andando lentamente e olhando pelo chão, não reparou que tinham rostos de crianças pela metade no muro espiando a sua passagem, até que Jennifer ouviu uma risada infantil e assim que ela se virou para olhar, as três meninas que estavam observando-a se abaixaram, rindo novamente. Finalmente, ela chegou a uma porta que necessitava de um "passaporte" para ser aberta. Ela usou o que tinha e conseguiu abrir a porta traseira. No caminho para a parte da frente da mansão, ela viu uma parede com um desenho que parecia ter sido feito por crianças que tinha a foto de um lobo e embaixo dele dizia: "'A Lenda do Cão Errante' O Cão Errante nos dá doces." Ela decidiu ignorar e prosseguir. Quando ela chegou à parte da frente da mansão, as crianças não estavam mais lá, apenas um imenso rastro de sangue que parecia que alguma coisa havia sido arrastada para dentro da mansão, também havia uma gaiola grande, só que vazia. Na porta, um bilhete que parecia estar escrito com giz de cera vermelho dizia: "ENTRADA POR AQUI".

     Quando Jennifer entrou na mansão, a porta atrás dela foi fechada e trancada imediatamente, em seguida, a pequena e vil risada. O menino subia as escadas para o segundo andar. Dessa vez, olhando para cima, ela não conseguia ver ninguém, apenas ouvia risos de muitas crianças de todos os cantos.

A menina infortunada sentiu o olhar arrepiante de diversos olhos sobre ela... No entanto, ela estava completamente sozinha.

     Tentando seguir o menino, Jennifer subiu as escadas e continuou a sua busca, e com o sentimento de que estava sendo observada. O lugar estava totalmente devastado, imundo, e desolado. A mansão era tão grande que ela tinha se perdido lá dentro. A sua procura parecia monótona, até ela chegar a uma sala com um papel grudado na porta escrito "Sala da Imundice". Curiosa, ela entrou para ver como era. Essa sala era escura, apenas duas janelas faziam com que a luz da lua iluminasse vagamente, uma das janelas apontava a uma boneca sinistra sem os olhos amarrada a um pilar ligado ao teto. E a outra, apontava para uma cômoda com uma folha de papel. Jennifer foi ver o que era, e para a sua surpresa, era uma foto bem antiga e desbotada de grupo tirada na frente da mansão. Nela, havia doze crianças, e dois adultos, um idoso e uma mulher. Ela decidiu guardar a foto consigo, por algum motivo.

     Jennifer ouve uma criança correndo no corredor, subindo para o terceiro andar. Ela foi seguindo e chegou ao topo da mansão, onde tinha uma porta com a placa "Armazenamento do Sótão". Entrando lá, ela pode notar uma mesa repleta de utensílios ensanguentados, como bisturi, pinças dentais, luvas e tesouras. E do outro lado da mesa, o mapa da mansão, que a ajudaria a se localizar. Através desse mapa, ela pôde ver que a única sala que o garoto poderia ter entrado seria o sótão.

     Quando Jennifer entrou nesse cômodo, ela viu vários móveis juntos cobertos com lençóis e tapetes formando algo similar a um trono, e com velas acesas em volta. No meio, estava o garoto o qual ela havia seguido desde o ponto de ônibus. A porta que ela entrou havia sido trancada no momento que ela tinha entrado, ao se aproximar dele, o menino disse com ousadia: "Nossa, como és uma vagarosa, como sempre. Aqui, leia o resto da história. Você sabe, o livro que eu te dei.". Com medo, ela pegou o livro para ler e nele estava escrito:

E a pobre menina foi mandada para uma casa estranha.

Em sua nova casa, o Clube Aristocrata vivia pelo Fundamento da Rosa.

Mas a menina encontrava-se muito solitária.

     Depois de ler, as outras páginas estavam em branco, e um som de xilofone como o sinal de aeroporto soou das caixas de som espalhadas pelo orfanato, seguido de uma voz suave de menina dizendo: "Nós agora começaremos o funeral. Todos os presentes, por favor, se reúnam em torno neste momento.". Seguido do segundo final de xilofones novamente.

     Em volta de uma cova com uma cruz de madeira, no átrio interior da mansão, meninas sussurravam repetindo freneticamente para si mesmas a mesma frase: "Cinzas a cinzas. Pó ao pó.". "Vamos, Jennifer. O funeral está prestes a começar. É o funeral ao seu melhor amigo.". Disse o menino para ela com alegria nos olhos.

Antes que ela percebesse, o menino se foi... E a menina foi deixada confusa.

     Até que um latido alto quebrasse o silencio. Ela foi correndo para o jardim lateral, onde ela estava vendo pela janela do sótão. Enquanto ela corria para o lado de fora, mais alto o cachorro latia. Todas as portas estavam trancadas dessa vês, porém uma, que levava ao átrio interior, não estava. Os latidos já haviam parado, antes mesmo dela ter aberto a porta.

Quando a menina saiu para o quintal, ela encontrou uma pá de pé diante de um túmulo. A menina infortunada sentiu que algo muito querido para ela estava enterrado aqui. Ela começou a cavar furiosamente, como se estivesse possuída...

     E enquanto ela cavava, crianças enchiam chaleiras e xícaras com água. E a sua agonia só se cessou quando ela terminou de cavar e viu um tumulo de madeira. Sem mais forças, se ajoelhou diante dele respirando fortemente. Jennifer abriu o túmulo de dentro dele havia um saco de batatas amarrado com um nó cego. Enquanto ela olhava e tentava saber o que era, as meninas que diziam a ladainha se aproximavam dela com a chaleira e as xícaras. Elas estavam com sacolas de papel cobrindo os seus rostos e cada uma delas tinha um desenho diferente feito com giz de cera. Até que Jennifer tinha aberto o túmulo completamente. A maior das meninas, segurando a chaleira disse para a menina infortunada com rancor: "Olhe só para você. Você é imunda!". Logo depois dessas frases ditas, as quatro meninas jorraram a chaleira e as xícaras de água sobre Jennifer, fazendo com que ela se sentisse humilhada diante delas. De repente, um som macabro é soado de dentro da mansão, seguido de uma voz mais adulta feminina dizendo: "Senhoras e senhores, obrigada por se juntarem a nós em nosso voo. Atenção todos os passageiros. Estaremos decolando em um curto tempo. Por favor, dedique toda a bagagem grande à Seção 8 do compartimento de armazenagem de mercadorias. Obrigada.". Depois da advertência, essas quatro meninas empurraram Jennifer para dentro do túmulo, fechando-a lá dentro repetindo as mesmas palavras: "Cinzas às cinzas. Pó ao pó." Enquanto Jennifer implorava para não fazerem isso. Ela ficava se debatendo dentro do caixão enquanto as meninas a levavam para algum lugar, a última coisa que Jennifer conseguiu ver através de um buraco na madeira era a lua cheia antes de perder a consciência e desmaiar.


Fundamento da RosaWhere stories live. Discover now