Capítulo 1

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*Antes que comece, convido você para ler "Príncipe do Meu Destino"! Corre lá!  É um bagulho cheio dos paranauês (+18). Você vai entender que nem tudo é o que parece...

Capítulo 1

Thalía

Já fazia quatro semanas que não saia do meu apartamento.

Não queria ver ou ouvir ninguém, ou ver o rosto das pessoas, e tudo isso, junto com aquele vazio que estava dentro de mim não queria me abandonar. Manhattan estava sempre me convidando para as festas e suas luzes na cidade, a qual não sentia o menor interesse em aceitar seu convite. Eu poderia pegar meu "Aston Martin" e sair passeado pela cidade, mas não era o que o meu corpo, e nem muito menos, o que o meu coração queria. Corpo e mente não estavam conectados. Vagando pelo apartamento frio e sem vida, sentei na sacada que ficava de frente para o River Hudson e fiquei observando a noite passar. Naquele momento, vi minha vida passar. Não que ela estivesse em movimento, porque ela não estava, mas porquê minha vida estava uma merda. Me sentia cansada e completamente esgotada. Cliff tinha tirado de mim, toda energia, mesmo depois de morto. Não estava fácil, mesmo que o pouco de amor que eu sentia por ele, tivesse ido pelo ralo. Aquilo me deixou com raiva... com ódio de mim mesma, e ainda por cima... desanimada.

Pela manhã a Sra. Cortez, a mulher a qual eu tinha plena confiança, havia chegado. Senti o cheiro de café fresco da sacada, já que havia adormecido por lá mesmo.

— Menina "Lía"... Dormindo de novo na sacada? Vai acabar pegando um resfriado — ralhou ela com doçura em sua voz e com uma xícara de café quente em uma das mãos.

— Bom dia Maria — falei pegando a calorosa e deliciosa xícara de café de suas mãos — Você se importa de sair mais cedo hoje?

— Já entendi... Cuidado minha pequena... Você pode acabar se machucando. Você ainda nem chorou, depois do velório...

— Maria... Não tenho mais motivos para chorar ou até permanecer no luto, por causa de um homem que não me deu o devido valor. E não se preocupe... Eu sei exatamente o que estou fazendo — beberiquei um pouco do café, que já estava ficando frio e depois fui tomar banho.

Olhando as mensagens na secretária vi que meu pai tinha deixado mais de quinze recados. Não estava nem um pouco a fim de falar com ele. Naquela noite eu iria contratar os serviços de um profissional do sexo, era tudo que eu queria.

Alguém com quem não teria o problema de manter um relacionamento.

Bom plano.

                                                                ∞

Pensando no que aconteceu no cemitério e em tudo que descobri depois que Clifford morreu, tive a certeza que todo nosso casamento não passou de uma farsa. Ele me traiu com toda Manhattan e Nova Iorque juntas... E ainda me deixava sozinha e saia para as noitadas, me falando que estaria em uma reunião de negócios.

Belo marido eu tinha.

Quando ele recebeu a notícia que eu estaria esperando um filho seu, não fez muito caso e nem se importou quando tive um aborto espontâneo. Acho que para ele foi um alívio.

Há algum tempo não estava mais sentindo prazer nos carinhos de Cliff. Na verdade, não tinha nenhum sentimento de desejo saindo da minha parte. Após uma semana decidi que não era mais necessário ficar de luto por uma pessoa que não valia nada. Eu queria algo que não houvesse sentimento. Não houvesse envolvimento. Que todo seria superficial. Por isso, após tomar uma decisão, resolvi contratar os serviços de uma agência de acompanhantes.

Apenas os melhores acompanhantes do mercado.

Nada do que acontecesse naquele apartamento seria dali.

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