Cap 11

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Julie

Quando entro no apartamento vou direto tomar um banho. Encho a banheira com água bem quente e fico lá por horas, pensando no rumo que tomou minha vida, lembrando dos conselhos de Clarice para não me machucar de novo. Mas isso será impossível, já estou completamente envolvida e apaixonada pelo Joe.

Para piorar, me envolvi em um grande mal-entendido e não sei como desfazer. Ele fica me pressionando para ir para cama, porque pensa que fiz isso com vários homens e tentei falar hoje, mas ele não quis me escutar. Realmente não confio nele ainda, então quero ir devagar com tudo isso. Não sei como ele vai provar que realmente merece a minha confiança, se souber esperar para fazer sexo comigo, já é o suficiente para mostrar que não é só mais  um caso, porque, afinal, estamos falando de Joe Hesgher, que já dormiu com metade da população de São Paulo.

Quando saio do banho, o interfone toca e me avisam que tem uma encomenda na porta do apartamento.

Quando abro a porta dou de cara com uma caixa enorme sob um buquê de tulipas vermelhas. Recolho tudo e abro a caixa. Fico totalmente chocada com o conteúdo.

Um vestido curto, na verdade muito curto, preto, todo drapeado e com um grande laço do lado, assinado pela marca Giorgio Armani. Sandália pretas de salto agulha da marca Chanel. Por enquanto, nada que fizesse Joe ganhar algum ponto comigo, afinal tentar me comprar não vai ser o caminho.  Nunca tive esses luxos e sei que posso viver sem.

Dentro de uma caixa menor encontro lingeries. Isso mesmo. Não acredito na hora em que vejo um sutiã preto de renda e uma mini calcinha com pequenos fios dourados bordando a escrita "te quiero". Tenho um ataque de risos e chego a chorar de tanto rir. Ele disse que não ia forçar mais, então não tenho palavras para isso.

Meu celular toca. O nome de Joe aparece na tela.

- Oi, amore mio. – digo, começando a rir de novo.

- Que foi? Não gostou do presente?

- Se a intenção era me fazer sorrir, você conseguiu. E muito. Agora, se era me levar para a cama, você enviou o presente para a mulher errada.

- Na verdade, não resisti. Acabei comprando. Pode ser que não veja você usando hoje, mas verei logo, amor. O presente mais especial está aqui comigo. Você vai ver só quando estivermos prontos para sair.

- Joe, vamos conversar sério agora. Quando pedi para você provar que merece minha confiança, não era para você tentar me comprar.

- Mas não sei como fazer isso Julie. Você precisa me ajudar. O único modo que conheço de agradar uma mulher é dando presentes. Conheço outro também, que agrada muito, mas você não quer.

- Você só tem que provar que não vai me largar na primeira esquina e pegar outra mulher. Só isso.

- Mas, se você não acredita nas minhas palavras, como vou provar?

- O tempo. O tempo vai provar.

- Meu Deus do céu, Julie. Esse tempo é muito longo? Porque eu não consigo mais ficar longe de você. Será que dá para você ficar comigo aqui no meu apartamento? Eu juro que não forço a barra.

- Não sei, acho que não é uma boa ideia. Você vai tentar me seduzir.

- Está com medo? De mim ou de você mesma? - ele pergunta.

- Por que eu teria medo de mim? - questiono.

- Medo de não resistir. De perceber que pode abrir um pouco seu coração. Que o mundo não está tentando te destruir. Medo de perceber que não está feliz sozinha. Medo, Julie, de acordar e ver que tudo o que você planejou na vida talvez não seja o que seu coração queira, porque a vida, amor, não pode ser planejada.

O doce sabor da vingança  ( degustação) Where stories live. Discover now