Melanie: Não, por favor. – Pediu, quietinha – Harry fica triste quando eu tento me lembrar das coisas. Ele tem medo que eu lembre e odeie ele. Não quero que ele fique triste.

Anne: Eu só queria entender... Você não o conhecia, e mesmo assim se apegou justamente a ele. Por que? – Perguntou, simples.

Melanie: Bem, eu acordei e não havia nada. – Se lembrou. – Era escuro, não havia tato, quase não havia som... Não havia nada. Aos poucos as coisas foram voltando, e ele apareceu, foi quando Liam percebeu que eu estava sem memória.

Anne: E então? – Incentivou.

Melanie: Todos pareciam sentir pena, estavam preocupados, então Harry se aproximou de mim. – Ela deitou a cabeça de lado, lembrando – Eu estava assustada, mas ele simplesmente fez um carinho no meu braço. – Ela acariciou o pulso onde ele acariciara – Não era o toque dos enfermeiros, era doce, sutil. Ele me encarou, e ele estava atordoado também, como eu. De repente eu me sentia segura perto dele. – Disse, dando de ombros.

Anne: É o que dizem: O verdadeiro amor prevalece. – Disse, beijando a mão de Melanie – Venha, me ajude a servir a mesa. – Chamou, e Melanie foi.

Harry chegou em casa sorridente. Partiu pro quarto, apanhando as roupas de Melanie e arrumando na mala. Em seguia apanhou duas mudas de roupa pra Nate, fora o uniforme do colégio. Logo apanhou duas mudas de roupa pra ele, fechando a mala. Conseguiu uma mala de mão onde colocou primeiro suas coisas, o que foi fácil, então as de Nate, fácil também. Já Melanie era diferente. Ele apanhou produtos de higiene, escovas de cabelo, será que ela ia querer maquiagem?... E o elevador tocou. Ele foi pra sala, se batendo com Perrie lá. Ela tinha um pacote as costas, mas ele não tinha como ver.

Harry: Hey, Pezz. – Disse, surpreso.

Perrie: O que é isso? – Harry tinha um batom, um rímel e um lápis de olho na mão. Não sabia direito pra que serviam exatamente, então decidira levar todos.

Harry: É de Melanie. – Esclareceu, abrindo a mala de mão e colocando tudo organizadinho.

Perrie: Eu vim trazer isso. É o relatório que você me pediu. – Disse, esticando uma das mão com a pasta e ele a apanhou.

Harry: Obrigada, Pezz. – Disse, pondo a pasta na mesinha do lado do sofá e tentando organizar a mala de mão.

Perrie: Harry, o que aconteceu? – Perguntou, parada. Ele a olhou, confuso – Você a odiava. Você disse que o casamento era pra fazê-la sofrer, era pra você se vingar. Como aquilo se transformou nisso? – Perguntou, apontando a mala na mão dele – Você me deve essa conversa.

Harry: Eu percebi que queria me vingar porque ela nunca me amou de volta, Perrie. Eu a amei o tempo todo, todos esses anos, mas isso foi mascarado pela raiva da rejeição. – Explicou, sincero – É claro, eu sentia raiva pelo meu pai, mas passou da hora de superar. Agir como uma pessoa normal.

Perrie: Ela pisou em você. – Lembrou.

Harry: Eu sei. Aprendi a viver com isso... Deixei pra trás. – Admitiu – Eu nunca fui tão feliz em toda minha vida como eu estou sendo nos últimos meses. Eu a amo, ela me ama de volta, nós temos um filho maravilhoso, sadio e esperto... É mais do que eu poderia sonhar em ter. – Ele deu de ombros – Estou feliz em cada célula do meu corpo. Nenhuma vingança sem fundamento vale isso. Eu sinto muito.

Perrie: Entendo. – Ela sorriu de canto – Vai viajar?

Harry: Não, vou passar a noite na casa da minha mãe. – Admitiu – Estão fazendo um churrasco, Nate quer jogar Xbox com Louis, ia ficar tarde, Melanie pediu pra dormirmos lá, minha mãe adorou a idéia... Não vejo por que não. – Disse, dando de ombros.

Enquanto Você Dormia - Efeito Borboleta (Livro 2) [H.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora