Capítulo 2 - Novas Descobertas

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Fadas existem! Esse foi o meu primeiro pensamento naquela manhã. E o segundo foi que amanhã seria o meu aniversário.

Desci as escadas já arrumadas e fui para a cozinha preparar o café da manhã, logo todos já estavam acordados e comendo.

- Vai sair hoje Angel? - perguntou meu pai.

- Não pai, só vou ficar no terreno de casa mesmo. Por quê?

- Nada, só queria saber.

- E vocês? Vão sair? - perguntei.

- Vamos sim, temos que trabalhar. - respondeu Fernando.

- Tá, vou para o meu quarto.

- Você não vai lavar a louça? - perguntou a minha madrasta.

- Não, eu fiz o café, você lava. - respondi já subindo para o meu quarto.

Eu pretendia retornar à floresta hoje, mas só quando meu pai e meus irmãos fossem trabalhar. Enquanto isso, resolvi arrumar o meu guarda-roupa. Estava terrível, fazia dois meses desde a última arrumação.

Quando finalmente acabei, desci as escadas para tomar um copo de água e percebi que meu pai e meus irmãos já não estavam mais em casa. Decidi então que já era hora de voltar para a floresta. Eu não sei por que, mas eu não conseguiria ficar nem mais um segundo longe daquele local.

Eu não sabia se as meninas estavam lá, mas, mesmo se não estivessem eu gostaria de explorar mais, e tentar descobrir porque ninguém me deixava chegar perto da floresta, pelo que eu vi não tinha nada de perigoso lá.

Dessa vez eu não ouvi nenhuma voz, apenas o barulho dos pássaros e do vento passando pelas árvores. Assim que entrei, foi como se eu entrasse em um mundo novo. Por fora era tudo tão diferente, tudo escuro, como se não houvesse vida. Já por dentro era bem diferente, dava pra notar a vida simplesmente ao respirar. O canto dos pássaros, os animais passeando pelas árvores. Estava encantada pelo que não notei ontem, até que ouvi novamente vozes, mas dessa vez eram tanto masculina quanto feminina:

- Como assim a irmã do Fernando esteve aqui e você não me disse nada? - perguntou a voz masculina.

- Eu não sabia que era ela, eu não sou igual a você que passa todo o seu tempo livre babando por ela. - falou a outra voz, que eu consegui identificar como a da Bonie.

- Eu não fico babando por ela.

- Fica sim, que eu sei. Quando volta, volta com aquela cara de bocó apaixonado.

- Eu não fico com cara nenhuma.

- Crianças parem de brigar, e eu sei que você está aí Angel. - disse a voz da Lina - Você tem que parar de ouvir a conversa dos outros, pelo menos dessa maneira.

E foi aí que eles perceberam que eu estava presente.

- De quem vocês estavam falando? - perguntei, era estranho, mas eu podia jurar que falavam de mim.

Assim que perguntei os dois ficaram muito estranhos, começaram a olhar um para o outro e Lina permaneceu indiferente à situação.

- Você não a conhece Angel. - disse apressadamente - E esse aqui é meu irmão gêmeo Jake, Jake essa é Angel uma nova amiga.

Jake era um garoto muito bonito, bonito não! Lindo! Eles não pareciam ser gêmeos, porque Jake tinha os cabelos escuros como a noite e os olhos verdes, usava roupas totalmente pretas. Já Bonie tinha cabelos e olhos azuis.

- É um prazer te conhecer Jake. - disse percebendo que ela queria me enrolar.

- Engraçado, eu me lembro de ontem você ter me falado que vocês só podiam ter irmãos se fossem gêmeos, e que era muito raro de se acontecer.

- E é raro, mas não é impossível.

- Ok. Eu vo aceitar essa sua desculpa, mas fique sabendo que eu não acreditei.

- É eu sei da próxima vez eu invento uma melhor. - disse Bonie com a maior sinceridade do mundo.

- Que tal a gente dar um passeio pela floresta? - sugeriu Lina.

Eu até aceitaria, mas aí eu lembrei que era o meu dia de fazer o jantar, e se eu fosse andar com eles eu perderia a hora.

- Não vai dar gente.

- Por quê? - perguntou Jake, e aí eu notei que foi a primeira vez que ele falou diretamente comigo.

- Porque eu tenho que preparar o jantar, e se eu ficar aqui eu vo acabar me atrasando.

- A! Que pena, gostaria de ficar mais tempo com você. - disse Lina, com a cara triste.

- Eu também. - disseram os gêmeos.

- Eu também gente, mas o pessoal lá de casa ficaria chateado se eu não aparecesse ou me atrasasse.

- Então até algum dia. - disse Jake.

- Até. - e fui caminhando em direção a minha casa.

Quando cheguei lá, minha madrasta estava na sala, sentada no sofá, parecia esperar alguém, e esse alguém era eu.

- Onde você estava? - perguntou.

- Por que você quer saber? - perguntei.

- Você não pode sumir assim, seu pai ficaria muito raivoso se soubesse.

- Você está tentando me chantagear? - perguntei já sabendo a resposta. - Se quiser pode contar ao meu pai, eu não importo.

E subi para o meu quarto, estava precisando descansar.

Quando acordei já estava na hora de preparar o jantar, os garotos chegariam em pouco tempo.

Comecei fazendo a sobremesa, um pudim de leite condensado. Depois preparei o arroz, o feijão e a carne. Quando estava tudo pronto fui tomar banho, me arrumei e desci para preparar a mesa.

Estava tudo pronto quando meus irmãos e meu pai chegaram. Comemos em silêncio, ninguém estava a fim de papo. Assim que terminei pedi permissão para me retirar e fui para o meu quarto, precisava dormir.

Eu tive um sonho muito estranho. Estava na floresta, em um lugar que eu nunca havia ido, era sombrio, frio, escuro. Nem parecia aquele lindo lugar, cheio de vida e alegria.

Estava caminhando quando ouvi uma voz fraca pedindo por socorro. Era a voz de uma mulher. Eu já ouvi essa voz antes, em uma canção de ninar, sempre quis saber quem cantava.

Fui seguindo a voz, até que encontrei uma caverna, estaria tudo escuro se não fosse por uma tocha pregada na parede. Dentro da caverna havia uma sela e uma mulher dentro, uma mulher linda, com um grande par de asas.


Ela estava de olhos fechados quando cheguei, mas quando perdeu a minha presença os abriu, e eu percebi com espanto que eram iguais aos meus. De um lindo violeta. Quando me viu se desesperou.


- Vai embora, eles não podem acha lá. - me implorou.

Mas eu não consegui falar nada, não consegui nem me mover. Só notei quando tudo ficou escuro.

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