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Rex retirou os óculos escuros e mirou a figura de Dale preso a uma cadeira, as mãos estavam amarradas para trás e uma aparência deplorável. Como previsto por Rex, Dale se encontrava acordado, mas não em seus melhores dias. Não havia cor nos lábios nem no rosto do empresário, o deixando com uma aparência pálida e feia. As olheiras abaixo dos olhos declaravam a noite mal dormida por ele. Não havia mais sangue jorrando do corte de sua nuca, mas a camiseta usada pelo empresário não prestava mais. Havia sangue seco por toda parte, inclusive pelo pescoço e braços. Dale não os encarou quando Rex e Caleb entraram no galpão. E provando a teoria de Rex, Dale Gordon era um homem morto-vivo.

Rex sorriu. A cena era um manjar dos deuses para o seu deleite. Na noite anterior, quando Rex o deixou no galpão, a primeira providência do assassino foi destruir a única evidência que ligava Alix a Gordon e possivelmente ser considerada cúmplice do sequestro do empresário, o celular. Há muito não existia mais. Assim como a conexão de Dale com o mundo exterior daquela fábrica abandonada.

— Bom dia, Gordon. Como você passou a noite? — Rex se aproximou o encarando de cima. — De zero a dez qual é a sua nota para passar a noite amarrado nessa cadeira? — Ao se aproximar, Rex constatou que os pulsos de Dale estavam machucados. — Não me diga que você tentou fugir, Dale? — O som da risada de Rex ressoou por todo o galpão vazio. — Pobre rapaz, fez esforço em vão. Caleb, traga um pouco de água. Se você prometer se comportar, deixo você tomar a garrafa toda. — Rex capturou o olhar de desejo de Dale sobre a garrafa de água. Como se sua vida dependesse daquele líquido incolor e inodoro. — Dê água a ele, Caleb.

Caleb seguiu as instruções dadas e levou a garrafa à boca do empresário. O som do gemido de puro prazer de Dale ao ter contato com a água ecoou no ar. Como prometido, Rex o deixou beber toda a água. Não o queria morto antes do tempo.

— Você sabe por que está aqui? — Colton questionou no momento em que não existia mais líquido no interior da garrafa.

— Porque você não aguentou a concorrência. Sabia que no fim, Alix me escolheria e isso seria o seu fim.

— Eu realmente não acredito que você, nos seus últimos minutos de vida, falará tanta besteira, e mais, você acredita mesmo que sairá vivo de dentro desse galpão, Dale? Sinto muito lhe informar, mas nesse exato momento sua mamãe está escolhendo o caixão mais bonito para despachá-lo para o além.

Não era nenhum blefe da parte de Rex. Aqueles eram os últimos dias de vida de Dale, quiçá suas últimas horas e o empresário seria um homem de sorte se Sunny deixasse um corpo para a matriarca dos Gordon enterrar.

— Eu deixo a Alix em paz! Faço o que você quiser, mas não...

— Me mate? — Rex terminou a frase por Dale. — É esse o seu pedido, não é? Finalmente você entendeu a gravidade da situação, mas eu não o matarei, e sim a pessoa a quem eu o entregarei. Descobriram o seu envolvimento na morte de Jacob Maddox.

— Eu não o matei! — Dale gritou de forma desesperada.

— Não é bem isso que a filha dele acredita, Dale. E, além do mais, você não seguiu os meus conselhos. Falei que era um mau negócio eliminar o Maddox.

— Mas mesmo assim você o matou! — O empresário espargiu saliva para todos os lados ao se desesperar mais uma vez. — E a pegou como pagamento.

— Engano seu, Dale. Eu o matei, pois esse sempre foi o plano. Eliminar Maddox e colocar a culpa sobre suas mãos. Não o matei por causa da Alix. Você sempre foi um idiota que não enxergava nada mais além dos seus interesses, nem mesmo percebeu que fui implantado em sua vida para destruí-lo. Quem me contratou armou tudo direitinho para você sair como culpado pela morte do Maddox.

REX - Série: Homens da Máfia - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora