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— Acordada tão cedo?

Alix segurava uma xícara de café nas mãos e mantinha seus olhos fixos sobre o balcão de mármore. Flashes da madrugada de sábado a atingiam com força. A noite em que Rex chegou sem explicação, sem dizer uma palavra e deixou que o desejo tomasse conta do ambiente. Ela levou a mão sobre o coração ao ser abordada por Rex de forma repentina.

— Achei que você não estivesse em casa.

Havia um motivo para Alix pensar daquela forma, ela o viu sair no domingo de noite, quase meia-noite, e não o viu retornar.

Percebeu que ele calçava um tênis, calça de moletom cinza e uma regata preta que deixava os músculos dos seus braços à mostra. Os cabelos estavam molhados de suor, assim como a sua pele branca brilhava.

— Pensou certo. Cheguei hoje de manhã e saí para correr.

Alix o cuidou enquanto Rex retirava o celular do suporte preso ao braço esquerdo, lavava as mãos e se serviu com um pouco de café recém-passado.

— Você acordou tão cedo em plena segunda, por quê?

— Hoje é o meu primeiro dia de trabalho. — Não queria parecer tão animada, mas era inevitável. Nunca sabia como agir perto de Rex e isso lhe causava certo temor.

As sobrancelhas dele se arquearam em completo desentendimento.

— Você trabalha?

— Na verdade não, ainda. Quer dizer — Alix mordeu o lábio inferior em um ato de buscar palavras certas para explicar a Rex o que acontecia. Não queria se passar por uma mulher que não sabia se expressar. Não quando Rex a analisava de forma minuciosa — no dia em que... No dia que toda aquela confusão com o Dale aconteceu, essa era a novidade que eu precisava contar a ele. Mas, claro, aconteceram tantas coisas e a notícia do meu trabalho se tornou insignificante mediante aos acontecimentos.

— Aonde seria esse trabalho?

Hanks Empresarial. É uma empresa que presta serviços publicitários e de design. — Alix deu de ombros. — Sr. Hank conhecia o meu pai e acho que foi por isso que me ofereceu o emprego. E também a vaga não é na minha área de formação, mas já é...

— Seu carro tem gasolina? — Rex a interrompeu de forma repentina e Alix sentiu o rosto corar de pura vergonha ao ver que ele não estava interessado em seus relatos. Rex parecia tão entediado com sua fala que Alix se arrependeu da explanação.

— Sim. — Esperou que ele continuasse o assunto sobre o abastecimento do seu veículo, mas não foi bem isso que aconteceu.

Rex deu de ombros, tomou um gole do seu café e deu atenção ao seu celular.

— Eu... — Alix parou e começou no momento que Rex a encarou. Ela ficou calada por alguns segundos antes de ser incentivada por um mexer de queixo de Colton — pensei que talvez você pudesse me ajudar com a venda do meu apartamento.

— Verei o que posso fazer. — E lá estava ele encarando e mexendo novamente em seu celular.

Okay.

Não queria perder a hora no seu primeiro dia de trabalho. Colocou a xícara vazia dentro da pia e se virou, deixando a cozinha sem olhar para trás.

Cerca de quarenta minutos depois, culpa do trânsito, Alix chegou ao prédio da empresa. O prédio era imenso e com uma arquitetura moderna do lado externo. Sua fachada era envidraçada. Pessoas trajando ternos e carregando maletas entravam e saiam do interior do edifício a todo o momento. Alix estacionou na primeira vaga, em frente ao local, desceu do veículo e seguiu com o fluxo de pessoas em direção à entrada.

REX - Série: Homens da Máfia - Livro 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora