08- As coisas não são como parecem ser, parte 4

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Cheguei a casa da Tia Ivone. Ela vem me abraçando e diz:

-Oh Taylor. Como é bom te ver consciente novamente
Dou um sorriso de lado e digo:
-Ah! É bom te ver também.

-Taylor, sabe seu sonho? - diz minha mãe
-Sei. O que tem ele?
-Eu tive o mesmo sonho - dizem minhas irmãs em uníssono
-Como isso é possível?
-É uma visão - diz a Ana
-Quero ir pra casa - falo.
Minha cabeça começou a doer.
Como querer não é poder tive que ficar mais umas horas na casa da tia Ivone.

[...]

Cheguei em casa e tomei um pouco de remédio para ver se a minha cabeça parava de doer.

-Taylor, você está maluca? Esse remédio é muito forte - diz minha mãe gritando comigo
-Mais forte do que a minha dor na cabeça não deve ser - digo chorando. Choro não porque minha mãe gritou comigo e sim porque minha cabeça dói muito.
Subo até meu quarto e fico deitada, até a dor de cabeça passar.
A cada minuto que se passava minha dor aumentava. Começo a bater a minha cabeça na parede, a cada batida a dor diminuía por alguns segundos e voltava novamente. Então comecei a bater cada vez mais forte até minha testa começar a sangrar e eu desmaiar.

DIA SEGUINTE

Acordo mais cedo que o normal. Minha cabeça parou de doer.
Olho para o chão e lá estava uma pequena poça de sangue.

"Meu Deus! Como fui capaz de fazer isso?" - penso.

Tenho que limpar isso antes que alguém veja. Pego uma blusa velha minha e começo a limpar.
Tomo um banho rápido e vou tomar café.

-Bom dia - diz a minha mãe
-Bom dia
-Escutou um barulho de ambulância esta madrugada?
-Não
-NONA! - grito e saio correndo de casa. Vou direto para casa da Nona.
Tinha um homem trancando sua casa.

-Aonde está a Dona Gardênya? - digo
-Ela teve uma parada cardíaca e está no hospital.

Minha mãe para do lado da casa com seu carro e buzina:

-Vamos - diz praticamente gritando.

[...]

Chegando no hospital dou de cara com a neta da nona.
Minha mãe me manda ir falar com ela, mas não vou.

Procuro saber informações de aonde a nona se encontra.

-Nona... - digo baixinho - eu preciso tanto de você. Não me deixe por favor.
Sinto apenas sua respiração.
-Eu queria ter sido uma ótima "neta" mas não fui. Queria ter aproveitado mais...

Nona abre seus olhos lentamente

- Taylor. Eu te amo e se eu morrer você vai no meu enterro não é? - ela diz fechando seus olhos
-Nona... Eu a amo tanto. Não vai morrer não.
-Vou sim. O que eu tinha para viver, já vivi.

Eu não disse mais nada, apenas deixei as lágrimas rolarem, até perceber que nona também chorava.

-Não chora não. Vai ficar tudo bem - digo enxugando suas lágrimas.
-É una mistura de felicidade e de infelicidade. Saber que eu não vou mais te ver, mas também saber que eu tive a oportunidade de te ver antes...

O médico chega e pede para mim me retirar do quarto.
Nona segura a minha mão e diz:
-Posso fazer meu último pedido?
-Diga - diz o médico
-Deixe-me ficar com a minha filha antes de me matarem.
-Tudo bem.

O médico sai da sala, e eu deito junto com ela naquela cama de hospital.

-Que lindo - diz Cassy e sua mãe ao me verem abraçada com a nona, molhando sua camisola com minhas lágrimas.
-Você não tem amor em seu coração?-digo
-O que sabe de amor se nunca foi amada?
-Foi sim. Eu amei enquanto pude, e sempre vou amá-la - diz nona
-Não seja ignorante vovó.
-Vamos acabar logo com isso - diz o médico
-Não- digo, mas é tarde demais, Cassy já havia apertado o botão qual desligavam todos os aparelhos. Só conseguir ouvir o bip da maquininha.
Eu choro ainda encima de seu corpo. A Cassy começa a rir de mim e sai do quarto.
Tentaram me tirar de cima da nona, mas era praticamente impossível.
Eu olho para seu rosto totalmente calmo.
"Ela deve está em um lugar melhor" - penso

Quando eu volto para recepção vejo a Cassy simulando um choro. Como ela finge bem!
Robert vem correndo e me abraça como fosse o último dia que nós iríamos nos ver.

-Filha, precisam de mim no hospital central. Tenho que ir - diz minha mãe me olhando preocupada
-Tá tudo bem mãe. Pode ir
-Eu cuido dela - diz Robert

Robert pede para mim me sentar enquanto vai pegar água para mim.

-Taylor - alguém me chama, quando vejo era o meu pai.
Me levanto e o abraço. Ele acaricia meus cabelos e me diz que está tudo bem, e que logo tudo vai passar.

Cassy passa por mim com um ar de deboche e depois simula sua tristeza.
Como ela consegue ser tão falsa?
Robert aparece com o copo de água me tirando dos meus pensamentos.
Bebo o conteúdo do copo e meu pai diz:

-Filha, é melhor você ir para casa. Quer que eu os leve?
-Não precisa pai - digo. Dou um beijo em sua bochecha e saio daquele hospital com o Robert.


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