— Por que? — A pergunta saiu como um sussurro.

Heeseung deu mais um passo, e agora estavam perto demais. Jake podia ver as pequenas imperfeições em seu rosto, a cicatriz discreta na sobrancelha, a sombra de cansaço sob seus olhos. Até mesmo a sua tatuagem no seu pescoço e o seus diversos piercings.

— Porque naquela noite, quando eu te pedi para me beijar, foi a primeira vez em anos que eu pedi algo genuinamente. — A voz de Heeseung estava baixa, quase rouca. — E quando você disse não, eu percebi que precisava encontrar outra maneira.

Jake sentiu o coração acelerar.

— Que maneira?

— Te dar um motivo para dizer sim.

O silêncio que se seguiu foi pesado, carregado de tudo que não tinha sido dito entre eles ao longo dos anos. Jake podia sentir o calor do corpo de Heeseung, mesmo com o espaço que ainda os separava.

— Me dê uma chance. — Heeseung disse, sua voz mais suave agora. — Um encontro de verdade. Não essa merda de apostas ou jogos. Apenas... me dê uma chance.

Jake olhou para ele, realmente olhou. Viu a seriedade em seus olhos, a vulnerabilidade que ele nunca tinha permitido mostrar antes. E contra toda a lógica, contra todo o seu orgulho ferido e suas suspeitas, ele sentiu algo dentro de si ceder. Não entendia porque estava prestes a fazer isso, mas ele sentia que era necessário. Que isso iria mudar tudo no final. E esperava que fosse pra algo bom.

— Um encontro. — Jake repetiu, como se estivesse testando as palavras. — Só um.

O sorriso que iluminou o rosto de Heeseung foi diferente de qualquer um que Jake já tinha visto nele antes. Era genuíno, quase aliviado.

— Só um. — Heeseung concordou.

E então ele fez algo que Jake não esperava. Ele se aproximou lentamente, dando a Jake todo o tempo do mundo para recuar, para dizer não, para virar as costas. Mas Jake não se moveu. Ficou parado, observando Heeseung se aproximar, sentindo o ritmo acelerado de seu próprio coração.

— Lembra da última vez que tentei isso? — Heeseung sussurrou, agora perto o suficiente para que suas respirações se misturassem no ar frio.

— Na festa. — Jake respirou, o canto de sua boca se curvando levemente. — Você estava bêbado.

— E você estava assustado. — Heeseung completou, seus olhos brilhando com diversão.

— Eu não estava assustado. — Jake protestou, mas seu próprio sorriso crescia.

— Estava sim. — Heeseung insistiu, sua voz um fio de seda. — Mas você não está agora, está?

E então, sem pressa, como se tivesse todo o tempo do mundo, Heeseung fechou a distância final entre eles.

O primeiro beijo começou suave. Apenas um toque de lábios, um teste. Jake sentiu o calor de Heeseung contra sua boca, o cheiro limpo de seu shampoo, a textura levemente áspera de sua pele. E então algo dentro dele se abriu, se rendeu, e ele estava respondendo ao beijo, suas mãos encontrando o tecido da jaqueta de Heeseung, puxando-o mais perto.

Era diferente de tudo que ele poderia ter imaginado. Não havia raiva, não havia competição, não havia a urgência desesperada que ele associara a Heeseung. Havia apenas... certeza. Uma estranha, inegável certeza de que isso era onde ele deveria estar.

Quando finalmente se separaram, ambos estavam respirando com dificuldade, suas testas se tocando. Heeseung riu baixo, um som quente e íntimo que fez o estômago de Jake embrulhar.

SLOW DOWN   ⨾   heejake.Where stories live. Discover now