Tom quebrou o beijo com a mesma precisão controlada com que o iniciou. Sua respiração estava superficial, mas seus olhos azuis ardiam com uma febre fria. O anúncio havia sido feito, o pacto havia sido selado, e agora restava apenas o tempo de espera e a confirmação dos passos.
Ele soltou Katherina, mas manteve as mãos nos ombros dela por um instante, como um lembrete físico de que ela era o seu ponto fixo.
— O Basilisco agirá em breve, Katherina — ele murmurou, voltando-se para o diário na cômoda. A voz dele era prática, cortando a intensidade do momento. — Teremos a noite inteira, até fazermos a Horcrux e mais um tempo até que Hagrid seja incriminado
Katherina observou-o enquanto ele pegava o diário de capa preta e desbotada. Não havia mais nada de romântico no ar, apenas a eficiência de dois conspiradores de alto nível.
— Qual é o seu papel, Tom? — ela perguntou, a voz de volta ao tom frio e investigativo. — Você vai agir como o Monitor-Chefe heroico que descobre o corpo? Ou o culpado?
Tom sorriu, um leve puxar de canto de lábio.
— É claro. Eu serei o primeiro a relatar o culpado. Darei a versão que Alvo Dumbledore e Dippet querem ouvir. O monstro será contido, a escola estará segura. E o tolo do Hagrid estará a caminho de casa logo, com a culpa nas costas.
Ele colocou o diário na gaveta do criado-mudo e a trancou com um feitiço Colloportus silencioso. Não era um feitiço de proteção, mas de posse.
— A Horcrux só pode ser criada após o pânico inicial, quando a magia do assassinato estiver em seu ápice. Não antes das onze horas. Até lá, estaremos aqui.
Katherina compreendeu. A espera era o teste final, a prova de sua estabilidade.
Ela caminhou até a janela do quarto. O céu de Hogwarts estava cinzento, e a neve caía em flocos grandes e preguiçosos. A beleza exterior contrastava com a escuridão do pacto que acabavam de fazer. Ela se virou para ele, apoiando-se no parapeito da janela.
— Então, o que faremos até lá? Esperamos o sangue secar?
Tom caminhou lentamente até ela, o andar felino e calculado. Ele não a tocou. Ele parou à sua frente, a proximidade era uma bolha de isolamento no castelo barulhento. Ele levou a mão ao rosto dela e traçou a linha da sua mandíbula, um toque de posse e paciência.
— Este tempo é nosso, Katherina. Antes do inevitável.
Katherina fechou os olhos ao toque dele, sentindo o arrepio familiar. A tensão entre o terror do ato que fariam e a intimidade secreta que compartilhavam era quase insuportável.
— Eu quero a confirmação de que este momento, este ponto de virada, é tão seu quanto é meu. — Ele a puxou suavemente para um abraço, um aperto tenso e rápido, uma reafirmação de que ela pertencia a este momento. — Eu quero ter certeza de que você está tão ávida pela eternidade quanto eu.
Katherina respondeu ao abraço com a mesma ferocidade silenciosa, as maos dele deslizavam calorosamente pelas costas dela
— Eu espero que não dê errado — ela disse, a voz abafada contra o uniforme dele. Ela olhou para cima, e as mãos dele pararam em sua cintura, os polegares pressionando-a firmemente.
— Não vai. Esse medo aí é tudo de me perder? — Ele perguntou, os olhos azuis fitando-a com uma honestidade brutal que ele reservava apenas para ela.
— Eu não saberia explicar e nem o que fazer se desse errado, Tom. Eu não estou brincando — Ela se afastou dele, a distância criada não por rejeição, mas pela seriedade de sua confissão. O fracasso deles significava o fim de seu mundo compartilhado.
— Eu sei, eu sei — Tom respondeu, e o medo dela, transformado em lealdade, parecia tranquilizá-lo. Ele odiava a fraqueza, mas amava a dependência que ela tinha do seu sucesso. Ele respirou fundo, recuperando a compostura total. — A Horcrux é a garantia contra o 'se der errado'.
Ele a abraçou por trás, sua testa repousando sobre o cabelo dela. O perfume de Katherina era familiar, mas agora, com a iminência da escuridão, era viciante.
— Vai dar certo. Eu sou duro na queda — ele sussurrou contra o ombro dela.
Katherina virou a cabeça o suficiente para encontrá-lo. — Você se garante demais, Tom.
— Minha única fraqueza é você e a possibilidade de te perder, só isso — Ele a virou de frente para si, as mãos emoldurando seu rosto. Havia uma vulnerabilidade sombria na confissão. — Tudo relacionado a você pode me atingir.
Ele murmurou a última frase antes de beijá-la.
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Tom tá um fofo, nem parece que é uma praga
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CURSE - Tom Riddle
Fanfiction-Katherina Yaxley, foi a garota exemplar de Hogwarts uma sonserina brilhante, a única filha, a melhor amiga, a pior inimiga, e o único amor- Foi no ano de 1944 quando a vida de Yaxley mudou repentinamente, o início foi a aproximação de Riddle, o fim...
