~ Don't you dare. ~

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​Os dias passavam rápido ao lado de Katherina. Tom não gostava disso. Ele olhava para a garota comendo tranquilamente ao seu lado. Raramente trocavam palavras, mas compartilhavam observações sutis ou trechos de livros interessantes.

​- Vocês repararam que Dumbledore não está? - Walburga perguntou aos outros jovens. - Um pouco antes de vocês chegarem, ele saiu sem nem terminar o café. Tem algo de errado.

​Tom e Katherina trocaram olhares rápidos. Katherina não tinha nada contra o professor, mas sentia a estranha sensação de que ele a observava. Tom, obviamente, nutria um ódio profundo por ele.

​- Vamos? - Tom perguntou a Katherina assim que a viu largar os talheres. A garota assentiu.

​Assim que saíram do Grande Salão, ela parou abruptamente. Seus olhos se fixaram em um homem alto e loiro falando com Dumbledore. O professor mantinha um semblante neutro, mas um pouco preocupado. Os dois caminhavam na direção da sala de aula.

​- Merda - Ela murmurou, arrependendo-se imediatamente de sair do salão.

​- O que foi? - Tom perguntou, seguindo-a pelo corredor contrário ao que deveriam ir. Ela não respondeu. Seu rosto tremia em confusão e, talvez, Tom visse medo.

​- Nada - ela respondeu, virando-se para ele. Seus corpos quase se chocaram. - Eu me esqueci de pegar algo. Te encontro na aula. - Ela murmurou e saiu com passos apressados, deixando-o parado, sem entender.

​Katherina obviamente mentiu. Assim que saiu da vista de Riddle, seu corpo virou-se para a direção da sala de aula. Suas mãos passaram pelos cabelos, como se pudessem arrancá-los.
​Abrindo a porta da sala de Transfiguração, sua mão voou imediatamente para a varinha.

​- Um movimento sequer, e eu juro que seus miolos estarão grudados na parede, Scamander - A voz dela era um sussurro letal.
​Os olhos do irmão mais velho se estreitaram para a garota mais nova. Ela tinha coragem.

​- Katherina, abaixe a varinha - Newt Scamander, o mais novo, pediu.

​- Assim que ele abaixar a dele.

​- Não se atreva - A voz de Tom ecoou pelos ouvidos de todos quando Newt pensou em levantar a varinha para proteger seu irmão.

​- Abaixe a varinha, Katherina. Meu recado ao senhor Dumbledore está dado - O loiro, chamado Leonel, falou, tirando a varinha do pescoço do professor, onde ficaria a marca da ponta do objeto. - Vamos, garota.

​Com um bufo, ela abaixou a varinha, e os outros fizeram o mesmo. O olhar de Tom sobre ela era confuso, mas ela não se importou.

​- Saiam, crianças - Dumbledore disse, de forma rígida. - Não são coisas nas quais devam se intrometer.

​Uma risada fria escapou dos lábios do loiro.
​- Você já envolveu pelo menos uma criança nisso, Dumbledore, se esqueceu? - As sobrancelhas dele se arquearam em divertimento. - Minha filha não obedece a você, mas... - Ele se virou para a garota. - Volte para o que tem para fazer.

​- É aula de Transfiguração agora - Ela respondeu, cruzando os braços.

​- Saiam, os dois - O homem disse, visivelmente irritado. - Eu não vou repetir, Katherina - A autoridade ali ecoou pelo ambiente.

​A garota pareceu vulnerável para os olhos de Riddle pela primeira vez. Ela engoliu seco, virou-se, agarrou o braço dele e o arrastou para fora daquela sala.

​- O que foi isso?

​- Nada, Tom - Ela respondeu, pronta para voltar para a Comunal e se trancar pelo resto de sua vida miserável.

​- Seu pai com a varinha grudada no pescoço do, infelizmente, considerado um dos melhores bruxos do mundo, é nada? - Ele perguntou, sarcástico, enquanto segurava o braço dela, impedindo-a de sair dali.

​- Sim, é nada. Como eles disseram, não indiretamente, não temos nada a ver com isso - Ela se desvencilhou dele. - Principalmente você.

​- O que impediria ele de te atacar? - Ele perguntou, referindo-se a Newt Scamander enquanto caminhava apressadamente atrás dela. Ele estava com raiva da ignorância dela, mas, na verdade, nem ela sabia o que estava acontecendo, nunca pensou em ver tal cena, nunca pensou em ver seu pai em Hogwarts.

​- Minha varinha na cabeça do irmão dele - Ela respondeu, de forma óbvia. - E também a varinha do meu pai no pescoço de Dumbledore. Ele não se arriscaria a perder a única pessoa com força o suficiente para derrotar Grindelwald, e sabemos que meu pai só fez isso porque Grindelwald quer. - Ela se virou novamente para ele, sem perceber que acabara de falar a Tom que seu pai servia ao outro Bruxo das Trevas. - Satisfeito? Se sim, me deixe em paz, pelo menos por hoje.

​Riddle sentiu raiva, mas mesmo assim se perguntou se ele a incomodava. Naquele dia, a aula de Transfiguração foi cancelada, e nas aulas de Poções e Feitiços, ela não apareceu. Riddle tentou não se importar, mas não conseguia parar de pensar se ela estava bem, após aquela situação.

​Em seu período livre, ele repassou cada momento daqueles minutos, tentando entender o que havia acontecido. Embora não tivesse estado presente o tempo todo, ele se sentiu violento ao ver Newt Scamander erguer a varinha em direção a Yaxley, mas também se sentiu orgulhoso ao ver Katherina com a varinha erguida, cheia de determinação em seus olhos.

​Quando descobriu que o homem que aparentemente ameaçava Dumbledore era o pai dela, ele entendeu de onde vinha toda a fúria e determinação dela. Com o passar dos dias, nenhum deles trocou uma palavra, e Katherina se afastou de todos.

​Ela se sentia estranhamente envergonhada de ter descontado sua frustração e raiva em Tom e decidiu que não valeria a pena continuar com aquela situação. Tom não a procurou, e ela sabia que ele não iria. Ele já havia feito isso uma vez para tê-la por perto, e a fala dela ainda o deixava frustrado, principalmente por não ter conseguido revidar.

​Malcolm entrou na sala comunal, e em uma mesa do canto, avistou quem ele queria ver.
​- Katherina pediu para te entregar - Ele largou o livro na mesa.

​- Tem falado com ela? - Tom levantou os olhos. Malcolm jurou ver algo mais do que apenas curiosidade nos olhos do garoto.

​- Talvez - Ele deu de ombros. - Não, não estou. Ela somente pediu para te entregar. Meu trabalho está feito, com licença.

​Tom olhou para o livro que Malcolm havia deixado, e um sorriso sutil brotou em seus lábios. Ele pensou que Katherina não daria mais nada a ele, mas lá estava o sinal de que ela ainda estava por perto, e que talvez voltasse para ele por conta própria. O livro era um lembrete de que, apesar da tensão e da distância entre eles, ainda havia uma conexão sombria que não havia sido completamente rompida. Tom sentiu uma ponta de esperança e expectativa, e seu sorriso se ampliou ligeiramente ao pensar na possibilidade de Katherina voltar a fazer parte de seus planos.

CURSE - Tom Riddle حيث تعيش القصص. اكتشف الآن