O quarto ainda estava silencioso quando Theron se aproximou de Astoria. Ela estava sentada na cama, ainda com a gravidade da noite anterior marcada nos olhos. Ele respirou fundo, sem demonstração de afeto, apenas cumprindo o que considerava necessário.
— Tenho que sair. — disse ele, a voz firme, fria. — Missão longe. Não vai demorar, mas preciso que fique... cautelosa. Evite problemas.
Astoria olhou para ele, indiferente, mas com um leve arrepio na espinha.
— Tudo bem. Cuide-se. — respondeu, a voz neutra, tentando manter o controle.
Theron acenou, sem mais palavras, e deixou o dormitório. Caminhou pelas ruas ainda molhadas do início da manhã, cada passo calculado, cada respiração medida. Quando chegou ao local da missão, longe e silencioso, pegou o celular e discou imediatamente para Katherine.
— Estou no ponto. — disse, a voz baixa e controlada. — Preciso que você cuide de algumas coisas aqui. Observação total. Incluindo a Astoria.
Katherine sorriu, sem humor, apenas aceitando a responsabilidade.
— Não se preocupe, Theron. Eu garanto que nada sairá do controle.
Ele desligou, o olhar fixo em todos os detalhes ao redor, calculando cada passo, cada movimento. Astoria não precisava saber do que acontecia ali, e ele não ligaria para ela — apenas Katherine, que agora era uma extensão de seu controle, sua vigilância silenciosa.
O ar ao redor parecia carregado, pesado, marcado pela tensão da missão iminente. Cada respiração, cada passo, cada decisão era calculada. Theron não demonstrava fraqueza, não havia espaço para distrações
Theron estacionou o carro em uma rua deserta, a missão prestes a começar. O frio da manhã parecia cortar os ossos, mas ele não sentia nada além do foco. Pegou o celular e discou para Katherine.
— Katherine. — disse, a voz baixa, carregada, quase sussurrada. — Quero que fique de olho em tudo... cada detalhe... cada movimento. Inclusive ela. — pausou, respirando fundo — E cuide de mim também.
Do outro lado da linha, Katherine sorriu, embora a voz dela permanecesse calma:
— Como sempre, Theron. Diga-me o que quer exatamente.
Ele inclinou-se no banco do carro, os olhos fixos no nada.
— Quero você perto. Quero que sinta... a presença que eu não posso demonstrar aqui. — a voz estava rouca, carregada de obsessão — Quero que ela saiba que você está... comigo. Que eu confio apenas em você.
Katherine estremeceu, mas a respiração continuava firme.
— Entendido. Estarei com você. — disse, mas havia algo mais, um brilho de expectativa, quase prazeroso, que não podia ser negado.
Theron sorriu levemente, mas era mais ameaça do que afeto.
— Bom. Lembre-se... ninguém mais importa. Nem ela, nem ninguém. Só você entende o que eu preciso.
Ele desligou, respirando fundo, o coração ainda pesado, mas controlado. A obsessão por Katherine era palpável, intensa e doentia, tão sombria quanto a própria missão que o aguardava. Ele não precisava de mais nada — nem Astoria, nem distrações.
Katherine se levantou do quarto, ainda com os olhos frios e calculistas. Ela segurou o gato no colo e se aproximou da porta, lançando um último olhar para Theron antes de sair. O silêncio do dormitório ficou pesado, quase sufocante, como se a ausência dela tivesse deixado um espaço que ninguém mais podia preencher.
Ao sair, Katherine pegou o celular e enviou uma mensagem ao grupo, a letra direta e quase fria:
"Há um baile amanhã. Não é qualquer baile. Informação diz que será algo... especial. Todos devem comparecer. Não faltem. — K."
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Até que a dor nos una .
FanficA trama se passa em uma cidade onde nove personagens - cinco mulheres e quatro homens - vivem entrelaçados por relações complicadas, cheias de ódio, desejo e segredos perigosos. Cada um carrega traumas profundos: perdas familiares, abusos emocionais...
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