— Eles estão todos cegos — murmurou. — E cegos são mais fáceis de manipular.
O gato ronronou. Katherine sorriu, um sorriso que não tinha nada de doce.
— Meses Depois
Theron & Astoria
Meses haviam se passado desde a primeira vez que dividiram uma cama. Agora, Theron e Astoria estavam oficialmente juntos.
Mas "juntos" era só uma palavra bonita para posse.
— Você acha que pode sair sem me avisar? — a voz dele ecoou no apartamento, grave, impaciente.
Astoria, encostada na parede, segurava o cigarro com os dedos trêmulos.
— Eu não sou sua prisioneira, Theron.
Ele se aproximou, esmagando o cigarro contra os lábios dela, obrigando-a a largar.
— Não. Você é pior. É minha.
O silêncio pesado foi quebrado por um estrondo: ele socou a parede ao lado da cabeça dela, rachando o concreto. Astoria não piscou, mas sentiu o coração bater mais rápido.
Era assim que funcionava. Entre eles não havia confiança, só ciúmes, desconfiança e o prazer do controle.
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Viktor
Um porão úmido, paredes manchadas de sangue.
Viktor estava sentado em uma cadeira, afiando uma lâmina com calma quase ritualística.
Na frente dele, um homem amarrado implorava, os olhos arregalados.
— Eu juro... eu não vi nada...
Viktor ergueu o dedo nos lábios, um gesto quase infantil.
— Silêncio.
O corte foi rápido, preciso. O grito, abafado. Viktor não demonstrou nada além de tédio. Para ele, dor alheia era só rotina.
Quando terminou, limpou as mãos no próprio rosto, deixando rastros vermelhos como se fosse pintura de guerra.
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Klest & Morgana
Klest estava no estacionamento de um galpão, um corpo caído aos seus pés. Sangue escorria pela boca do homem que ousara desafiá-lo.
Morgana apareceu, os saltos ecoando no concreto.
— Você perde tempo com lixo.
— Lixo precisa ser descartado — ele respondeu, chutando o corpo sem emoção.
Ela sorriu, fria.
— E quem decide o que é lixo?
Klest ergueu os olhos para ela, o olhar de quem não precisava responder.
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Kael & Celeste
O cheiro de álcool e fumaça impregnava o quarto. Garrafas quebradas, linhas de pó espalhadas pela mesa.
Kael estava jogado no sofá, rindo sozinho, os olhos vermelhos de entorpecentes. Celeste entrou, impecável como sempre, a expressão carregada de desprezo.
— Se mata devagar assim, Kael? — ela provocou.
Ele se levantou cambaleando, aproximando-se rápido demais, segurando o rosto dela com força.
— Você não tem ideia do que é morrer todo dia e continuar respirando.
Celeste não se afastou. Só sorriu, venenosa.
— E eu achando que você era só mais um covarde se escondendo em drogas.
Kael riu, mas foi uma risada rouca, doente. Ele a soltou com força, deixando a marca dos dedos no rosto dela.
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Katherine
Sozinha em seu quarto, Katherine encarava o espelho. A navalha em sua mão refletia a luz fraca do abajur.
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Até que a dor nos una .
FanfictionA trama se passa em uma cidade onde nove personagens - cinco mulheres e quatro homens - vivem entrelaçados por relações complicadas, cheias de ódio, desejo e segredos perigosos. Cada um carrega traumas profundos: perdas familiares, abusos emocionais...
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