A garota não se conteve.

Todas essas últimas semanas. Sequer conseguindo tocar no próprio filho. Ela já estava no seu limite.

E nós nos encontramos na situação atual. Luka não parece verdadeiramente arrependido, mas duvido que fará algo parecido tão cedo.

A garota se jogou no sofá atrás deles e suspira cansada.

— Eu dedico a minha vida à você e essa criança e o que eu recebo em troca? Um fora por apenas querer abraçar o bebê.

Luka permaneceu em silêncio. Constrangido.

O rosto parcialmente corado de vergonha, o bico, os cabelos caídos escondendo seus olhos. Era óbvio que ele tinha feito algo de errado e que estava arrependido, e deixava isso à mostra.

Então, se o problema havia sido resolvido, por que Hyuna sentia essa fisgada em seu peito? O rosto bonito e fofo do rapaz deveria estar a fazendo enlouquecer de verdade.

— Sabe... — Hyuna tentou se redimir por ter sido dura com o garoto. — Sei que você se apegou muito ao bebê, mas... Ele também é meu filho... Quero que pelo menos ele se lembre de mim, entende?

Luka não respondeu, continuou olhando para o chão enquanto se escondia ainda mais, envolto na confusão que ele mesmo criou.

Aos poucos, o silêncio se tornou tão desconfortável que ele não teve alternativa a não ser se pronunciar.

— Quer... Quer fazer uma troca? — A voz mansa fazia Hyuna se esquecer que aquele era um homem de trinta anos. — Durante os finais de semana e feriados ele é completa responsabilidade sua. Mas durante a semana, já que você trabalha, ele é completa responsabilidade minha.

Aos poucos levantando o rosto, suas bochechas gordas e inchadas de determinação mudaram a química no cérebro de Hyuna. A morena chegou a se perguntar se não era golpe baixo namorar uma pessoa tão bonita.

A garota suspirou. Focou a visão na parede mais próxima como se ainda estivesse em dúvida, mas a resposta era clara.

— Temos um acordo.

Huh?

Luka respondeu imediatamente, quase como se a resposta da morena fosse um absurdo.

— É-É sério? Pensei que ia... Ia achar um pouco desvantajoso...

A cada palavra sua voz ficava mais e mais baixa, tímida e inocente.

— Ué, foi você quem sugeriu. De qualquer jeito, amanhã eu vou levar ele pra um lugar especial. É sábado, então esse trato serviu como uma luva.

Ao perceber o dia no calendário, o rapaz rapidamente sentiu seu estômago revirar.

Apenas de Imaginar Hyunwoo saindo de casa na responsabilidade de Hyuna já o preocupava, mas o que piorava a situação era não saber qual era o fim de mundo que ela pensava em levar o bebê.

— Eu posso ir junto, né? — Luka indagou, com a voz trêmula.

Hyuna, que estava indo se trocar, rapidamente parou. A garota se virou confusa com a pergunta. O ponto de tudo aquilo era que, no fim, ela pudesse passar tempo de verdade com a sua família. Qual seria o sentido de excluir Luka?

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