Capítulo Três

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Para Lacy, estar dentro de A Culpa é das Estrelas, é como estar entre o amor e a dor. É estar entre a paixão verdadeira e o sofrimento. É estar entre o mundo de Hazel e Gus.
Ela não tirava os olhos do casal, podia ser mais perfeito? Não, não podia. Então, ela desejou nunca mais sair dali mas ela tinha uma vida para viver. Por que não aproveitar enquanto está em Amsterdã? Logo estará de volta a sua medíocre vida e tudo isso será apenas lembrança. Ela seguiria eles e iria quem sabe, dar uma volta pela cidade? Sempre foi seu sonho visitar aquele lugar e agora -de uma forma estranha- seu sonho estava sendo realizado.
Seguiu eles com os olhos e após sumirem pela escada, fez o mesmo, indo atrás deles. Mas só quando viu a assistente do Peter entrando em seu carro com Hazel e Augustus é que se lembrou: Ela não tinha um carro, não poderia segui-los. Então, suspirou irritada e deu meia volta. Pra onde iria? Não tinha nenhuma grana em seu jeans velho, nada.
De repente sentiu seu corpo indo contra o chão, dando um impacto e uma dor irritante em seu quadril. Olhou para pessoa que havia causado isto e a mesma, tinha uma expressão preocupada em seu rosto.
― Desculpe! Eu não a vi. Sou tão descuidada. Você está bem? ― A menina que aparentava ter a mesma idade que Lacy, tagarelava em um sotaque perfeito, qual Lacy sempre amará. Ela não entendia muito do inglês mas sabia o suficiente para se comunicar com as pessoas.
― Uh, está tudo bem. Eu estou bem ― respondeu Lacy enquanto aceitava o braço estendido pela garota para ajuda-la a se levantar.
― Você tem um sotaque..hum, diferente ― A garota de olhos verdes e cabelo loiro que esbarrara em Lacy, disse.
― Não sou daqui. ― Afirma, a de cabelo castanho, passando as mãos por sua calça na tentativa de tirar as pedrinhas que grudará como carrapato. ― Nem você, pelo que me parece ― disse Lacy ao perceber que a garota tinha um sotaque bem inglês e em nenhum momento usou o holandês pra se comunicar.
― Eu sou ― disse. ― Eu sei, eu devia falar holandês.
― Era o que eu esperava. Mas ainda bem, eu não sei holandês ― murmurou Lacy enquanto ria-se.
A garota ao seu lado riu também enquanto esbanjava um sorriso.
― Vai ficar aqui por muito tempo? ― pergunta a loira, tentando puxar conversa.
― Na verdade, não.
― É uma pena! Hum, precisa de ajuda com alguma coisa? Conheço essa cidade até de cabeça para baixo. ― Ambas riram.
― Ah, eu queria muito achar a casa do Peter Van Houten. Você sabe onde é?
― Claro, ele é o chefe da minha cunhada. Já leu os livros dele? São incríveis! Você consegue entrar na história e vive-la. Já sentiu isso? ― perguntou, enquanto guiava Lacy.
― E como senti ― murmurou mais para si do que para a garota. Não sentiu como também viveu. Será que mais pessoas mundo conseguiam entrar em livros? Ou de 7 bilhões de pessoas, só ela conseguia?
― O que quer fazer lá? ― perguntou enquanto andavam pelas ruas movimentadas.
― Falar com ele ― respondeu Lacy confiante.
― Claro, mas o que?
Lacy parou um pouco assim como a garota loira ao seu lado, que a olhou confusa.
― Eu... ― Lacy tentou se concentrar em o que ela falaria a ele: " Oi, eu sou Lacy. Eu li A Culpa é das Estrelas do John Green, e estou com muita raiva de você." Não, ela não poderia chegar falando isso. Ele provavelmente a acharia uma maluca e não daria ouvido a ela. ― Não sei ― completou finalmente.
― Dizem que ele virou um alcoólatra, e passa horas e horas só escrevendo em sua casa.
― É ― concordou Lacy. ― Não sei o que fazer agora.
― Eu estava indo a praça, não quer ir comigo? ― perguntou.
― Praça? ― questionou Lacy.
― Sim, Praça Dam. Vai haver uma apresentação de um grupo de dança de rua. Acredita que eles estão rodando o mundo?
― Serio? ― perguntou Lacy sorrindo. ― Claro que quero.
Ambas se olharam e sorriram e voltaram a andar.
― Como se chama? ― perguntou a garota loira a outra.
― Lacy ― respondeu. ― Lacy Dregianne e você?
― Jenny Triss.
Elas pararam no ponto de ônibus e se sentaram esperando o ônibus passar.
― Você é da América, certo? ― perguntou a garota a Lacy.
― Sim, América do Sul.
― Sempre quis ir a América do Sul, dizem ser um bom lugar.
― Dizem que as coisas acontecem por que tem que acontecer ― disse Lacy, enquanto batia o polegar na coxa repetidamente. ― Não devia acreditar em tudo que dizem.
― Não é um bom lugar? ― perguntou.
― Depende do ponto de vista.

― Se meu ponto de vista for o mesmo que o seu? ― perguntou.

― Então, definitivamente é uma droga.

O Ônibus para em frente onde elas estão e se levantam enquanto entram para dentro dele. Lacy pensou que se fosse no Brasil ficariam horas e horas esperando um bendito ônibus cheio passar. Ela não sabia se havia sido sorte, mas esse estava vazio. No máximo a umas 6 pessoas sentadas em um banco esperando chegar no seu destino.

Jenny leva a mão no bolso da calça e pronuncia algo - provavelmente em holandês - para o cobrador enquanto aponta para Lacy, tira um cartão e passa na maquininha ao lado duas vezes e foram andando até o fundo, sentando no banco.
― Aqui é tão bonito ― disse Laçy enquanto olhava pela janela as ruas de Amsterdã.
― Realmente ― concordou. ― Mas ainda assim prefiro Londres!
― Já visitou? ― perguntou e ela assentiu.
― Eu pedi de aniversário de 15 anos. ― Riu. ― Eu gritei muito quando foi minha vez de subir na London Eye.
― Eu não subiria ― admitiu Lacy rindo. ― Talvez eu fosse ao Museu britânico. É muito mais seguro.
― Definitivamente.
O ônibus é parado e a loira se levanta puxando Lacy para fora do ônibus.
― É uma boa hora para irmos rápido ― disse e c Lacy começou andar rápido, sem se questionar o por quê, e só quando chegou e ouviu um som alto com a música Trompets do Jason Derulo que entendeu o por quê. Já havia começado e estavam perdendo.
Entraram pelo meio da multidão e conseguiram um local bom para assistir.
Estavam cinco pessoas de pretos dançando a música no meio da praça com uma pequena caixa de som no chão. Mais precisamente cinco homens.
Houve um barulho de remix, e uma música desconhecida por Lacy começou a tocar e umas mulheres que estavam nos bancos começaram a subir e tirar a roupa.
Todos começaram a gritar.
E ouve outro remix e a música Crazy in love começou a tocar e elas desceram dos bancos só com uma curta roupa preta e começaram a dançar sensualmente.
Lacy olhou para a garota loira ao seu lado e assim como ela, a garota sorria e se divertia.
O grupo de dança era incrível e faziam todos gritar toda vez que faziam um passo.
Um novo remix e dessa vez Jenny puxou Lacy para o meio da praça junto com o grupo. Todos se abaixaram e assim como elas, mais pessoas da praça se juntaram e começou tocar Uptown funk do Bruno Mars e todos dançaram acompanhando o grupo. Lacy começou a rir enquanto tentava dançar.
Olhou para Jenny e ela dançava certinho como se soubesse os passes - talvez ela realmente soubesse.
Girls, hit your, "Hallelujah"
E todos bateram uma palma e pararam enquanto se mexia para um lado.
Girls, hit your, "Hallelujah"
Fizeram novamente e Lacy imitou eles.
Girls, hit your, "Hallelujah"
E todos fizeram novamente e voltaram a dançar novos passos.
Hey, hey, hey, oh!
Gritaram e logo em seguida o Stop e a música parou.
Todos começaram a aplaudir assim como o grupo de dança. Um deles foi até a caixa e começou a falar em um inglês de sotaque bem britânico agradecendo a todos que estavam aqui. E dizendo que assim que terminarem a turnê vão voltar em breve.
Eles abraçaram todos que conseguiram e se despediram indo para um ônibus customizado deles.
― Ah meu Deus! ― gritou Jenny.
― Ah meu Deus! ― gritou Lacy também e riram logo em seguida.


Oi gente, desculpem pela demora. E mais um capítulo chegou <3 u.u eu espero que vocês tenham gostado por que eu e Reeh fizemos com muito carinho! E espero que não desistam do livro por conta da demora. E a foto é da Praça Dam. Beijos! <3


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⏰ Last updated: Oct 03, 2015 ⏰

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Lacy: A Realidade EscritaWhere stories live. Discover now