Capitulo Dois:

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Ela deveria voltar, arrumar um jeito de sair dali mas parte dela dizia para que ela ficasse, pois não é todo dia que uma pessoa entra em Narnia. Então ela ficou. Ousou sair pela primeira vez de trás da arvore congelada para seguir em diante, seus pés afundaram um pouco na neve e ela sorriu. Nunca havia nevado em sua terra Natal, era tudo muito mágico. E se isso fosse um sonho, ela desejava não acordar nunca.

Já iria para mais de meia hora que ela estava andando no meio do nada, só as arvores com neve é que acompanhava-a.
Lacy observou que onde ela estava não fazia parte de nárnia, ou pelo menos, não uma parte onde foi escrita.
- Isso não está na história, esse lugar. Essas arvores, esse caminho. Eu pensei que... - Lacy sussurrou para si. - Que não existia nada além do que o escritor escreveu.
Ela se abaixou e pegou um pouco de neve no chão, sem se importar com o quanto estava gelada.
- Eu estava errada.
Barulhos de patas fizeram Lacy acordar de seus pensamentos, ela olhou assustada e viu que algo estava se aproximando.
Ela poderia esperar e ver quem ou o que era, e talvez fosse isso que ela faria. Mas se lembrou do que leu no livro, do Edmundo, de como a feiticeita branca odiava filhos de Adão e Eva, e por mais que Lacy não fosse desse mundo, ela era definitivamente uma filha de Eva e não quereria passar o resto de sua vida presa ou até mesmo ser transformada em pedra, sem ao menos saber como chegou ali e como sair da li.
Começou a correr sobre a neve pesada e se escondeu atrás de umas arvores que estavam próximas.
Ela começou a observar de onde o barulho vinha, e dois lobos estavam correndo pela estrada que ela a pouco estava no meio.
Seria tudo simples, ela se manteria escondida, os lobos passariam e ela estaria novamente calma e sozinha. Mas um passo em falso na neve, colocou tudo a perder, e Lacy se viu caida no meio da estrada com os lobos a encarando.
O medo a consumiu, ela não conseguia nem se levantar da neve. Levantou um pouco a cabeça e foi o sufuciente para ver os dois lobos a rodiando.
- O que faz aqui? - perguntou um dos lobos, seguido de um rosno que deixava a mostra seus dentes afiados.
A garota estaria maravilhada por ouvir um lobo falando, se esse lobo não estivesse a deixando apavorada.
- E... eu... nada. Errei o caminho - Lacy falou e se levantou calmamente. Sem conseguir disfarçar seu medo.
- É uma filha de Eva - falou o outro lobo que a observava. - A nossa rainha adoraria vê-la. E nós ainda seriamos recompensados.
Os olhos dela se arregalaram, e uma lagrima escorreu deles.
- Filha de Eva. Hum. Como chegou aqui? - perguntou o Lobo.
- Eu não sei..Eu estava..lendo um livro e de repente vim para cá. - A garota paralisou por um instante enquanto lembrava-se do que aconteceu antes de ir para aquela cidade e de repente já não estava mais em meio a dois lobos selvagens.
Estava em sua cama, com o livro aberto e sua mãe gritava. Seu coração estava acelerado, e ela sorriu. Por estar de volta a sua casa, e se ver livres daqueles monstros.
Seu olhar rodeou o quarto, e ela viu sua irmã com o cobertor cobrindo totalmente seu corpo e cabeça, e o relógio, mostrando que o tempo não havia passado. E que ela não passou nem 1 minuto se quer em nárnia. Que tudo estava parado.
Fechou o livro, ainda confusa e sem entender o que havia acontecido e fechou os olhos enquanto se lembrava de como era magico estar naquele mundo, e o quanto era real tudo aquilo.
- Eu não aguento mais isso - gritou sua mãe brava. E um silêncio surgiu. Lacy resolveu dormir, afinal ela não estava mais em Narnia e aqui era o mundo real.

Os olhos de Lacy estavam grudados no espelho, enquanto observava o seu rosto e seus lábios rosados. Pegou sua escova de cabelo, e penteou seus fios de uma forma rapida, levantando os pra cima e amarrando em um coque mal feito. Seu casaco ao lado da cama foi pego com sua mão esquerda, e pode sentir a suavidade do tecido. Pegou sua mochila e viu o livro Nárnia sobre a cama em meio ao seu cobertor. Ela não leria novamente, não sabendo que pode entrar no livro novamente e acabar sendo morta, afinal ela também não faz idéia como saiu. E se consegui-rá sair antes que algo ruim aconteça.
Pegou o livro em sua mão e o colocou na prateleira assim como os outros. Começou a passar os dedos sobre eles enquanto lia na mente cada nome.
- Esse!
Sua mão puxou o livro A Culpa é das Estrelas, e sorriu. Abriu sua mochila e o colocou lá dentro sem exitar. Quem não gostária de estar em meio a Hazel Grace e Augustus Waters?
- Vamos Lacy - gritou sua irmã no andar de baixo. - Não tenho o dia todo para te esperar! E não adianta ficar se arrumando toda, nennhum garoto vai reparar em você.
Os olhos da garota se revirou e uma raiva surgiu dentro de si: Ela odiava o fato de a irmã querer se meter em sua vida. Como se ela estivesse a procura de um namorado.
Fechou a nochila, colocando-a sobre as costas e desceu as escadas enquanto soltava um olhar penetrante para sua irmã.
Ariane Dregianne, foi a garota mais popular do colegial, e agora a mais popular da universidade. Todos querem ser como ela, todas as amam e a acham linda. E isso é um dos motivos de Lacy não gostar nenhum pouco dela, uns dizem ser inveja, mas a verdade é que Lacy sente pena. Pena dela ser alguém tão superficial. E sente ódio, por quererem que Lacy seja como ela.
- Nossa, demorou tanto para isso? - Ariane perguntou observando Lacy, sua calça jeans largas, seu tênis de sempre, seu uniforme de colégio sem adaptações e o cabelo em um coque.
Lacy a ignorou e pegou uma maça em cima da mesa e começou a andar para fora de casa. Mas deu tempo suficiente para ela ver a forma patética que sua irmã se vestia. Uma saia rosa acima do joelho, uma blusa que deixava sua barriga a mostra, e o excesso de maquiagem combinado ao seu batom vermelho e seu cabelo solto, sem contar no salto que a deixava maior do que ela realmente era.
A garota abriu a porta do carro e sentou-se, depois de fechar a porta com força.
- Devia parar de bater a porta do meu carro - gritou Ariane trancando a casa e se dirigindo ao carro dela. Ela ganhou esse carro no começo do ano, e não para de dizer " meu carro" como se todos ja não estivessem cansados de saber disso.
A casa de Lacy era perto da escola, mas isso não impede de sua mãe a obrigar ir com Ariane. " É caminho da faculdade dela" argumenta toda vez que Lacy tenta convence-la a deixa-la ir apé.
Sua irmã entrou no carro colocando sua bolsa preta no banco, o som irritante começa a tocar e Ariane começa procura-lo na bolsa enquanto Lacy coloca seu fone de ouvido, ligando sua playlist para as manhãs.
Depois de muito procurar, ela acha e começa a falar com sua amiga, sobre a festa que iriam hoje. A música no fone de Lacy, a fazia mexer a cabeça no ritmo do toque.
A porta do motorista é fechada, e após colocar o cinto, sem parar de falar com Melanie, Ariane liga o carro e começa a conduzir pela rua calma.
- Não, eu não sei se irei com ele - falava sua irmã um pouco alto, o suficiente para Lacy ouvir e tirar os fones. Seu olhar se concentrou na rua a sua frente e depois na sua irmã com o celular de capa rosa grudado no ouvido.
- Dá pra pelo menos não usar o celular na hora que está dirigindo? - perguntou Lacy indignada com o ato da irmã.
- Só um minuto - disse Ariane a sua amiga. - Dá pra calar a boca? - perguntou olhando para Lacy e depois para rua. A garota instantaneamente fechou a cara e olhou para as casas pela janela. - Já - falou Ariane. - Não era nada, só a pirralha da minha irmã. Pode falar. Hum? Como assim? Brian?
Lacy voltou a por os fones, mas dessa vez no volume máximo, para abafar ou impedir que ouça qualquer coisa que não fosse a incrivel voz da Madonna.
O carro é parado e Lacy percebe que já esta em frente a sua escola, abre a porta e saí sem dirigir o olhar ou a palavra a irmã. A cidade estava fria - como toda manhã, o que fez com que a garota apertasse o casaco em seu corpo e começasse a andar em direção á escola.
Sua escola era pintada em vermelho e branco, e parecia mais uma prisão de tantas grades. Mas se isso era pra impedir que alguém matasse aula, eles falharam.
Em passos curtos e totalmente cauculados Lacy se dirigiu a sua sala, era sempre assim, ao abrir a porta ela se sentia incomodada com o olhar das pessoas, e não importa quanto tempo passase, ela sempre se sentiriria assim.
Andou até sua carteira, tentando se concentrar na música ao invés nos olhares. Ela não sabia se a olhavam por a achar estranha, ou por curiosidade. O que ela sabia é que a incomodava muito e só queria ser invisivel naquele lugar.
Sentou-se e tirou o livro da mochila. Colocando sobre a mesa. Realmente queria saber como ir para esse mundo, e mesmo que ela precisasse re-ler esse livro umas 100 vezes, conseguiria.
Pegou em seu celular mudando a playlist para umas músicas mais calmas. E começou a ler.
Lia, lia e lia.
Mas continuava alí, aquilo estava a deixando imcomodada, ela queria sentir aquela sensação novamente, queria se ver longe do mundo real novamente, queria estar em um lugar onde as coisas acontecessem por que tem que acontecer e não por mera coincidência. Queria não estar aqui.
Mas nada do que fizesse estava adiantando, nem ler, nem re-ler, nem tentar imaginar a cena. Ela só se perguntava o porquê de não conseguir de novo. Ela sabia que aquilo ontem foi real, e isso não a deixava desistir.
Tirou os olhos do livro e olhou para frente, a professora de matemática escrevia contas no quadro, enquanto alguns alunos escreviam juntos e outros conversavam.
Lacy voltou a se concentrar no livro e resolveu ler, sem pesar na conciência que queria entrar no mundo mágico.
" "Devo dizer", o Otto Frank falou no vídeo em seu inglês com sotaque, "que fiquei surpreso com os pensamentos profundos que a Anne tinha. " E então, de repente, estávamos nos beijando. "
Naquele instante Lacy sentiu algo diferente e o tempo parou novamente, e quando viu-se estava entre algumas pessoas. Um sorisso enorme surgiu em seus lábios, olhou para o telão e viu Otto Frank. E depois Hazel e Gus se beijando. Seus olhos não desgrudaram deles em nenhum momento. Lacy estava atrás de algumas pessoas, os dois não a veria e mesmo se visse, ela era somente mais uma alí.
- Sempre quis estar aqui - sussurrou Lacy para si, seu olhar foi de encontro ao pequeno local todo, como algo assim poderia ser tão real?
O beijo dos dois foram quebrado e as pessoas o olhavam, e começaram a aplaudir. Lacy fez o mesmo enquanto sorria. Sua vontade era de correr para frente deles e conversar qualquer coisa. Mas decidiu só ficar observando.

Olá gente *-*
Demorou mas postei kk
Espero que tenham gostado, curtem ☆, comentem e compartilhem com seus amigos.

O que acham que ela vai fazer estando dentro de ACEDE?

Lacy: A Realidade EscritaWhere stories live. Discover now