My two daddy's. - Vinnie Hacker

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Soou indelicado, talvez porque nunca me perguntaram tão diretamente.

— Sou.

— Eu nunca vi isso antes...

— Um homem gay? — Franzi a sobrancelha.

— Não, um casal gay que tivesse um filho. — Olhou surpresa.

A forma na qual ela estava dizendo aquilo parecia extremamente maldoso, mas apenas me importei com sua real intenção.

Ela não estava querendo me ofender, estava confusa, e impressionada com a descoberta.

— Nunca vi homens gays querendo ter uma família. Que diferente...

Há um tempo atrás não se via tanto, mas nos dias de hoje, o que mais tem são famílias homoafetivas.

—E como vocês organizaram isso? O seu marido faz o papel de mãe e você de pai?

— Como é? — Franzi a testa.

— Para criar seu filho. — Ela sorriu, gentil. — É que eu não acho que você tenha...

Ela pensa melhor.

— Acho que você é muito másculo para...

Ergui a sobrancelha tentando entender.

— Me perdoe se isso parece rude... — Apertou os olhos em negação. — Não acho que você seja afeminado. Então na sua relação, creio que seu marido seja para fazer o papel de mãe.

Olhei para ela compreensivo, mas em minha mente eu estava morrendo de rir.

Vincent afeminado...
Que coisa hilária de se imaginar.

Em muitas relações homoafetivas, um dos companheiros, ou os dois, costumam ter traços femininos.

Mas também há casos como o meu e de Vincent.
Não sou afeminado, muito menos ele.

As pessoas quando pensam em um gay, costumam já imaginar o homem afeminado.

Algo sobre ficar afinando a voz, mexer as mãos de forma delicada e se sentar de pernas cruzadas. Imaginam um homem tentando enfatizar costumes denominados femininos.

Não entendem que em alguns casos, é apenas um homem se interessando por outro.

Se me sinto atraído por Vincent, por que teria que agir como uma mulher?

Não sou uma mulher, não quero ser uma mulher, não tenho costumes de mulher.

Sou um homem.
E gosto de homens.

Estava pensando sobre isso esses dias.
De primórdio, preciso aproximar Peter de minha irmã e de suas avós.

Essencial para a criação de qualquer homem, é a presença de uma figura feminina em sua vida.

E dentro de casa, essa versão que procura, nunca estará lá.

— Seu marido veio com você? — A senhora pergunta, curiosa