•Three•

63 6 27
                                        

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

POV SAKUSA - quarto da mansão - 02:57

O calor do quarto parecia sufocante, e o rut veio intenso, corroendo o pouco de controle que ainda restava.

Eu sabia que precisava de alguém, que o instinto não ia me dar descanso... mas só de imaginar outra pele tocando a minha, o estômago revirava.

O suor colava na minha nuca, o peito arfava, e fechei os olhos com força, tentando ignorar o chamado visceral que crescia a cada segundo.

Não... Não agora.. repeti para mim mesmo, mas a minha própria mente parecia rir, impiedosa, lembrando-me de que sozinho seria impossível suportar.

Não iria chamar alguém.. principalmente se esse alguém fosse Atsumu, meu corpo gritava por ele, mas minha mente rejeitava

O cheiro dele ainda estava na minha memória, tão vivo que parecia preencher o quarto, mesmo com as janelas fechadas.

Maldição.

Meu corpo inteiro latejava, como se cada músculo pedisse para se render, e a pressão no baixo ventre já passava de incômoda para dolorosa.

Passei a mão pelo rosto, frustrado, sentindo o tremor leve nos dedos — não era fraqueza, era excesso. Excesso de calor, de instinto, de necessidade.

A respiração estava curta, pesada, e eu sabia que o cheiro dos meus próprios feromônios já estava denso demais, quase palpável.

Me encolhi na cama, buscando alguma posição que aliviasse aquela tensão insuportável.

A cada segundo, a imagem dele invadia minha mente — mãos quentes, sorriso atrevido, aquela voz carregada de provocação. Eu odiava isso… odiava que o meu corpo quisesse exatamente o que eu mais me recusava a ter.

Mas o rut não conhece o orgulho.

E eu não sabia quanto tempo mais conseguiria lutar antes de quebrar.

Estava praticamente delirando de tanta excitação e calor, me arqueio sobre os lençóis, os dedos apertando com tanta força que os nós dos dedos ficam brancos

— Miya… — o nome escapou, baixo, quase um sussurro, antes que eu pudesse impedir.

Meu estômago revirou no mesmo instante, não de nojo, mas de raiva por mim mesmo. Raiva por imaginar aquelas mãos nele, aquele olhar que sempre carregava um desafio silencioso.

E raiva maior ainda porque, naquele momento, eu sabia que se Atsumu entrasse por essa porta… eu não teria forças para mandá-lo embora.

Meu peito subia e descia rápido demais. A mão tremia quando agarrei o celular na mesinha, o polegar pairando sobre o contato dele.

Eu não ia ligar. Eu não podia.

Mas o rut não entendia “não”.

E cada segundo que passava, a dor me lembrava que eu estava perdendo.

POV SAKUSA - quarto da mansão - 04:06

Ainda fazia calor, a dor na nuca, músculos e a glândula scent-mark estava latejando, meu pau pesando e pulsando contra o tecido, cada segundo tornando impossível ignorar o que meu corpo pedia.

A respiração curta só me deixava mais frustrado. Senti o impulso de arrancar a camisa, mas me contive. Não queria me sentir vulnerável, nem para mim mesmo. A umidade na pele me dava nojo, o suor colando nas costas e no pescoço, e eu só queria arrancar aquela sensação com uma faca.

Fechei os olhos, apertando as têmporas, tentando afastar a imagem dele. Atsumu. Maldito. Não importava o quanto eu tentasse pensar em outra coisa, ele surgia.

O jeito como ocupava qualquer espaço, como sorria como se já soubesse o efeito que tinha sobre mim. A voz dele, grave e debochada, parecia vibrar no meu ouvido mesmo com a casa inteira em silêncio.

Abri os olhos de novo, fixando-os no teto, como se a pintura branca fosse me manter firme. Mas não era o teto que eu via — era a curva do pescoço dele, a pele "dourada", o cheiro. O calor subiu de novo, um aperto sufocante no peito e no baixo ventre.
E foi nesse momento que percebi: não era mais uma questão de se eu cederia… mas quando.

Pego o celular, apertando o aparelho com força, encaro o número dele na tela e luto internamente entre ligar e ficar sozinho.

POV ATSUMU - corredor da mansão - 04:28

Não consegui dormir, tínhamos chegado da boate era mais de uma das manhã, o cheiro de Sakusa estava em todo lugar — pelo menos para mim.

Paro em frente a porta do quarto dele, encosto o ouvido e ouço :

— Porra, Miya...

Quê? Ele está... gemendo meu nome?

Bato na porta, esperando ele falar algo ou vir abrir, escuto um clique suave, entro, me deparando com Sakusa sentado na beira da cama, camisa aberta e os cachos completamente bagunçados

— Omi..?

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Até o próximo capítulo, babys

~𝐓нє  𝐃єνιℓ'ѕ 𝐅ανσяιтє~Where stories live. Discover now