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Lá estava Ahn Suho, junto com seus dois amigos, Hyun-tak e Jun-tae. As expressões dos três eram de pura frustração ao encarar o cartaz com o desenho de Yeong Sieun — que agora não era nada mais, nada menos que o cara mais odiado de todo o campus.

Após a atitude de Yeong Sieun, praticamente todo o departamento de Artes estava contra ele. O ódio pairava no ar.

— Olha só o desenho do Yeong Sieun — comentou Jun-tae, mostrando o cartaz colado nas paredes por todos os corredores.

— Nossa, que desperdício de talento... Yeong Sieun, eu vou te encontrar em breve — Suho falou, segurando o cartaz nas mãos, encarando-o como se já fosse seu inimigo declarado.

— Eu nunca perco nada! — completou Suho, firme, olhando para os dois amigos com determinação.


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Por outro lado, Yeong Sieun estava em um canto afastado da biblioteca, jogando distraidamente no celular.

Enquanto jogava, fazia anotações rápidas num caderno aberto sobre o jogo. Sua atenção estava no papel, até que escutou, ao longe, uma conversa.

— Você conhece um tal de Yeong Sieun? — disse uma voz masculina em meio às estantes.

Sieun parou de escrever. Seus olhos fixaram o vazio por um segundo, atento.

— Ah, já ouvi falar dele — respondeu a garota.

— Ouvi dizer que Ahn Suho não conseguiu se formar por causa dele. Tem bastante história...

— Suho está fazendo de tudo pra encontrar esse cara — comentou o mesmo garoto.

— Você não o conhece? Ouvi dizer que ele é bem infame no nosso departamento...

— Como eu ia saber? Tem centenas de alunos por aqui — respondeu a garota com desdém.

— Eu ainda vou reconhecê-lo... — murmurou o garoto, enquanto os dois saíam da biblioteca.

Sieun permaneceu sentado, calado, mas sentia o peso daquelas palavras. A maneira como falavam dele... uma onda incômoda tomou seu peito.


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— Mesma coisa de novo? — falou Yeong-i ao ver Sieun pegar o refrigerante na máquina de bebidas.

— Ah, eu sou Yeong-i, de Ciências da Computação — disse ela, num tom apressado, tentando puxar assunto.

— Eu peguei uns trocados seus emprestados... Não lembra de mim? — disse rindo, sem jeito.

— Ah... 800 wons — respondeu Sieun, sem tirar os olhos dela.

— Isso é tudo que você lembra? Tudo bem, ainda podemos ser amigos — disse ela, sorrindo, enquanto tirava uma nota da carteira e a estendia para ele.

— Não tenho troco pra isso — respondeu Sieun, firme.

— Apenas pegue — insistiu Yeong-i.

Sieun agradeceu com um aceno e começou a se afastar. Porém, foi interrompido novamente.

— Yeong... por acaso esse retrato é você? Parece tanto com você... o boné está idêntico — disse ela, mostrando um cartaz.

Sieun pegou o papel das mãos de Yeong-i. O desenho era, de fato, ele.

Ele tirou o celular do bolso e logo viu uma nova mensagem:

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