Capítulo 16

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Dois meses depois e Antonino olhava as pessoas a sua volta sorrindo e muito tranquilos. Ele estava uma pilha de nervos. Era o seu casamento caralho, é claro que ele estaria muito nervoso.

A decoração estava belíssima e tudo parecia perfeito. Suas mãos tremiam dentro do bolso da calça. Sua mãe veio até ele, arrumou sua gravata, alisou seu terno.

-Parece tenso filho.

-Estou uma pilha mãe.

Ele respirou fundo. Seus amigos, sua família toda e mais os amigos e a família da Eduarda. Era uma mistura de inglês, português com espanhol que as vozes se confundiam e faziam ecos na sua cabeça.

-Natural. É um grande passo. Filho?

-Sim?

-Pode parecer apavorante toda a responsabilidade vindo de uma só vez, ter família para cuidar, filho para educar e de repente se ver dentro de uma vida conjugal. Mas lembre-se que a felicidade somos nós que fazemos e que decidimos se ela vai ou não entrar nas nossas vidas.

-Porque está me dizendo isso?

-Apenas para você refletir.

Nick ficou olhando seu filho lindo. Era um rapaz de aparência belíssima e que até agora tinha sido o garanhão número um da escola e da universidade. Ela o tinha observado de perto nesse último mês e sabia que ele não tinha feito essa escolha por si só. Ele a fez porque era o certo a fazer. E a mãe do rapaz não compreendia porque o filho não deixava ser levado pela paixão que tinha pela namorada. Porque sim, ele estava apaixonado, mais até do que podia imaginar, mas por algum motivo, não percebia seus sentimentos na íntegra.

A organizadora do evento pediu que todos ficassem à postos. A música ressonou pelo ambiente e ele a viu. Por um momento Antonino pensou que estava se casando com a mulher mais bonita do mundo. Seus olhos se encontraram e ele se esqueceu de tudo que o atormentava. Sua mente se voltou para quando tinha dez ou onze anos e estava sentado no jardim da casa do tio Murilo. Foi o dia em que seu padrinho Tiago estava ficando noivo da tia Malu e ele estava ao lado da pequena Maria Eduarda. Foi ali que eles fizeram a promessa de um dia se casaram.

Eduarda tentava respirar. Sua mãe arrumava seu vestido e dizia palavras de apoio para que ela se acalmasse.

Vez ou outra a menina olhava o anel em seu dedo e o beijava.

Havia sido uma semana intensa. Apollo e ela cuidaram do bufê e ainda teve que se preocupar com os detalhes finais da festa, além da arrumação da casa que tinham alugado para morar. Sua mãe e tia Nick deixaram tudo impecável e contrataram uma empregada para ajuda-la duas vezes por semana. Quase não tinha dormido na noite anterior. Estava muito agitada.

-Está quase na hora. Fica tranquila. A decoração está maravilhosa e tudo caminha bem.

Quando seu pai lhe deu o braço para guia-la até o altar, seus olhos estavam úmidos. Ele lhe deu um beijo na testa.

-É a noiva mais linda que eu já vi.

-Obrigado pai.

Conforme a música tocou e os convidados se levantaram, ela olhou para o altar e o viu. O homem mais lindo que ela um dia colocou os olhos e o único que amou. Eles sorriram um para o outro e então Eduarda se lembrou de quando eram crianças. Sentados lado a lado, eles conversavam sobre as possibilidades deles se casarem um dia. Ela tinha tudo em sua mente sobre viver pra sempre ao lado de Antonino e o curioso era que naquela época não tinha mais que oito anos de idade.

Trocaram o primeiro selinho com as bocas fechadas porque tinham nojo da saliva e então decidiram que se casariam para nunca mais se separarem. O sonho tornou-se realidade e ali estavam eles.

A Cozinheira - "4o.Coligado aos Agentes da BSS"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora