⍨ . 𝟮𝟯 .

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Felix encarou os olhos dele. E se entregou com um simples:

— Tá bom...

Subiram juntos pelas escadas em carvalho polido, longe do barulho, longe dos olhares.

No quarto luxuoso reservado ao Hwang, Hyunjin se adiantou para fechar as cortinas pesadas, bloqueando a brisa fria que soprava pela janela semiaberta. O ambiente ficou abafado e íntimo, com apenas a luz morna da luminária acesa.

Felix sentou-se na beirada da cama, ajeitando o paletó com cuidado. Sentia o corpo cansado e a alma leve, como se algo dentro dele tivesse mudado para sempre.

Hyunjin sentou ao lado, próximo o suficiente para os ombros se tocarem.

— Tá tudo muito louco, né? — perguntou o alfa, olhando pra frente. — Parece que todo mundo tem opinião sobre a gente.

— Parece? — Felix soltou uma risadinha seca. — Eles só não me jogaram no meio da sala porque não queriam manchar o tapete.

Hyunjin virou o rosto, encarando-o.

— Você se arrepende de ter vindo?

Felix negou com a cabeça. Depois, virou o rosto também, com os olhos suaves.

— Não. Me arrependo só de não ter acreditado que você ia ficar comigo até o fim.

Hyunjin sorriu, de verdade dessa vez. Aquela expressão rara, sem arrogância. Só ternura.

— Acha mesmo que eu ia te deixar solto? Depois de tudo?

— Eu sou seu, então?

— Você sempre foi. Só faltava todo mundo saber.

Felix encostou a cabeça no ombro dele, e os dois ficaram ali, em silêncio, ouvindo seus próprios corações batendo no mesmo ritmo.

...

A luz amarelada do abajur deixava o quarto com um ar cálido, quase etéreo, como se estivessem fora do tempo. Do lado de fora, a mansão ainda respirava sons de festa abafados, como um mundo distante que já não importava.

Felix continuava encostado no ombro de Hyunjin, sentindo o calor do corpo dele através da roupa. O silêncio entre os dois era confortável, mas o coração do ômega ainda estava acelerado, como se seu corpo já soubesse o que o dele ainda tentava negar.

Hyunjin virou o rosto devagar e encostou os lábios na testa de Felix.

— Você ainda tá tremendo um pouco... — murmurou, o tom baixo e doce.

— Não é medo... é só... — Felix deu de ombros, sem terminar. — É muita coisa.

Hyunjin levou a mão até a dele, entrelaçando os dedos com delicadeza.

— Eu sei que é. — disse, puxando devagar para que Felix virasse de frente pra ele. — Mas olha pra mim.

Felix levantou o olhar devagar, os olhos grandes, quase marejados, corando de leve por estar tão exposto.

Hyunjin passou os dedos com carinho por sua bochecha, depois pela linha do maxilar, como se estivesse decorando cada traço de novo, como se tivesse que memorizar aquilo pela última vez.

— Ninguém aqui tem o direito de te machucar, Felix. Nem com palavras, nem com olhares, nem com o passado. Eu vou te proteger de tudo. E... vou fazer isso do seu jeito, no seu tempo.

Felix sorriu tímido. Mordeu o lábio, olhando pra baixo.

— Você fala assim e eu fico com vontade de... — ele parou, rindo baixinho.

· ․ 𝖲𝗍𝗋𝖺𝗐𝖻𝖾𝗋𝗋𝗒 𝖵𝖾𝗂𝗇𝗌 ․· ʰʸᵘⁿˡᶦˣOnde histórias criam vida. Descubra agora