Capítulo 5

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"Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante.Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim."

                            - Clarice Lispector

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Observei na indivíduo na minha frente, com um misto de emoções: Raiva, ódio, nojo.

Nunca imaginária na vida esbarrar com esse cara. E o pior ele é vizinho da minha tia, e agora meu também.

Eu estou sendo muito castigada nessa vida. Falta mais alguma coisa para completar o pacote?

Hunter tinha uma pose arrogante e cheia de si. Como se o mundo girasse ao seu redor. Idiota. Ele me avaliava de cima a baixo, e um sorriso arrogante surgiu em seus lábios, mostrando perfeitos dentes brancos. Inferno!

— Você é o dono dessa festa? — repeti, tentando mostrar a compostura.

Hunter ergueu suas belas sobrancelhas pegando uma garrafa de cerveja de uma mesa ao seu lado. O seu pomão de Adão mexendo, me deixou hipnotizada. Porra.

— Sou. — respondeu ele, com uma voz grossa e rouca. — E você é?

— Não interessa. — retruquei. — Eu quero que você acabe com essa maldita festa, pois eu preciso dormir.

Cruzei os braços so re o meu peito.

Hunter tinha um brilho divertido nos olhos cor de esmeralda. Bastardo.

— Não.

— Não. — repeti, respirando profundamente. — Essa merda vai acabar é agora. — Minha voz soou ríspida.

A expressão divertida no rosto de Hunter caiu.

— A casa é minha. — enfatizou. —  A festa é minha, e eu não quero que acabe. — Sua expressão era quase entediada.

Dois caras corpulentos, cambaleavam na nossa direção. Mais bêbados. Ótimo.

— O que está acontezendu aqui.disse o loiro, com a voz arrastada.

O cara ao seu lado me olhou como um predador. Eu não sabia que tinha virado carne.

E me lançou um sorriso cafajeste, com dentes impecavelmente brancos.

O que os homens de San Diego tem com dentes brancos brilhantes? Eu acho que para eles é um sorriso, e as garotas já tiram suas calcinhas lançando sobre eles. Só que comigo não querido!

— O seu amigo vai ter que acabar com essa festa maldita! — rugi. — Eu preciso dormir, porra!

Hunter pareceu estar se divertindo com meu ataque de raiva, e seus amigos idiotas começam a gargalhar. Seu eu ficar mais um tempo aqui vou acabar ficando surda. E vou usar a minha glock 48. Quem sabe assim eles não me escutam?

— Qual é a graça? — indaguei,
ríspida.

— Gatinha, vozi é selvagem. — disse o moreno do lado do loiro. — Ele mal consegue pronunciar a frase. Os dois estão com cheiro de perfumes baratos. Nojento.

Um sorriso brincalhão deu o ar dá graça nos lábios de Hunter. Ele se levantou da cadeira. E doce menino jesus. Ele deve ter uns 1.80. Eu imaginei que ele seria alto, mas Hunter extrapolou o que eu imaginei. Eu era uma anã perto dele. Seus amigos eram apenas alguns centímetros mais baixos, e eles estavam tão bêbados, que nem se aguentavam em pé.

Inevitável AmorOnde as histórias ganham vida. Descobre agora