^~Shards of Memory~^

-Abraços em Meio a Tempestade-

Depois de alguns minutos imersos na vulnerabilidade, Pedrux começou a sentir que o choro estava se acalmando, mas a dor ainda pulsava em seu peito. Ele ainda podia sentir os ecos da ansiedade, como sombras persistentes que não se afastavam facilmente. Nait, percebendo isso, afastou-se um pouco para olhar nos olhos de Pedrux.

“Ei,” ele disse suavemente, “que tal eu preparar um jantar para nós dois? Pode ser algo simples, mas quero que você se sinta melhor. Cozinhar é uma ótima forma de distrair a mente.”

Pedrux deu um leve sorriso, mas as lágrimas ainda estavam nos seus olhos. “Eu adoraria,” ele respondeu, sua voz ainda trêmula. A ideia de um momento acolhedor com Nait fez com que um pequeno raio de esperança brotasse em meio à neblina da dor.

Enquanto Nait se levantava para ir à cozinha, Pedrux ficou sentado por um momento, lembrando-se de seu irmão Apuh. A dor da saudade o atingiu com força. Ele respirou fundo, tentando organizar os pensamentos confusos na mente.

“Quando eu tinha crises de ansiedade… meu irmão Apuh sempre estava lá para me acalmar,” ele começou a falar, sua voz ainda carregada de emoção. “Ele sabia exatamente o que fazer. Às vezes, só me abraçava e dizia que tudo ia ficar bem.” As lágrimas começaram a escorregar novamente pelo rosto de Pedrux.

“Lembro-me de uma vez em que eu estava tão mal que não conseguia parar de chorar. Apuh simplesmente sentou ao meu lado e começou a contar histórias sobre quando éramos crianças – coisas bobas que fazíamos juntos. Ele sempre tinha esse jeito especial de me fazer rir, mesmo quando tudo parecia escuro.”

Nait parou na porta da cozinha e olhou para Pedrux com atenção. “Ele era como uma âncora para você,” comentou Nait, enquanto começava a preparar os ingredientes. “É incrível como as lembranças das pessoas amadas podem nos ajudar a encontrar força.”

“Sim,” respondeu Pedrux, enxugando as lágrimas com as costas da mão. “A presença dele sempre me fazia sentir seguro. Agora… é difícil sem ele por perto.” As palavras saíram entrecortadas, mas havia um alívio em compartilhá-las.

Nait se aproximou novamente e colocou uma mão reconfortante no ombro de Pedrux. “Você tem essa força dentro de você também, Pedrux. E eu estou aqui agora. Vamos cozinhar juntos? Posso te ajudar a lembrar algumas das histórias do Apuh enquanto fazemos isso.”

O coração de Pedrux se aqueceu com o apoio genuíno do amigo. Era um pequeno passo em direção à cura – não apenas pela comida que estavam prestes a preparar, mas pela conexão e amizade que compartilhavam.

“Sim, vamos fazer isso,” disse Pedrux com um leve sorriso nos lábios. Ele se levantou e seguiu Nait até a cozinha.

Na cozinha, Nait se movimentava com agilidade, cortando legumes frescos e temperando a carne com especiarias que preenchiam o ar com um aroma delicioso. Pedrux, embora ainda lidando com suas emoções, sentia-se um pouco mais leve na presença de Nait. Ele ajudava a preparar a mesa, colocando pratos e talheres, enquanto tentava se concentrar nas risadas e histórias que Nait contava sobre suas próprias experiências na cozinha.

O jantar foi uma mistura de sabores simples, mas reconfortantes. Nait preparou um prato de macarrão ao molho de tomate caseiro, acompanhado por uma salada colorida e um pão quentinho que ele mesmo assou. Enquanto comiam, Pedrux se permitiu relaxar um pouco mais, mas a ansiedade ainda pairava sobre ele como uma nuvem escura. A cada garfada, ele sentia seu coração acelerar, como se estivesse prestes a enfrentar um desafio.

“Você deveria abrir um restaurante !” exclamou Pedrux forçando um sorriso.

“Só se você for meu sócio!” respondeu Nait com um sorriso travesso, lançando uma piscadela.

Após o jantar, eles se sentaram no sofá para relaxar. A conversa fluiu naturalmente entre os dois, mas conforme a noite avançava, Pedrux começou a sentir uma pressão crescente em sua cabeça. Ele tentou ignorar, mas logo a dor se tornou mais intensa, como se mil pequenos martelos estivessem batendo em seu crânio.

Nait percebeu que algo estava errado quando viu o semblante de Pedrux mudar. “Ei, você está bem?” perguntou preocupado.

“Na verdade… minha cabeça está latejando,” respondeu Pedrux, tentando manter a compostura enquanto seu coração disparava. “Acho que estou apenas cansado.” Mas as palavras mal saíram de sua boca antes que ele sentisse o peso da ansiedade apertar seu peito.

Nait ficou em silêncio por um momento até que decidiu que era hora de ir para casa. “Certo… eu vou me despedir então,” disse ele suavemente.

A ideia de ficar sozinho naquela casa escura e silenciosa fez o coração de Pedrux acelerar ainda mais. Ele se levantou rapidamente e segurou o braço de Nait, seus dedos tocando suavemente a pele quente do amigo. “Não… por favor, não me deixe sozinho,” pediu com a voz trêmula.

Nait olhou nos olhos de Pedrux e viu o medo refletido neles. “Claro que não,” respondeu imediatamente, sua preocupação evidente. Ele se aproximou novamente e sentou-se ao lado de Pedrux no sofá. Para confortá-lo ainda mais, Nait envolveu Pedrux em um abraço apertado, como se quisesse proteger seu amigo do mundo lá fora. “Estou aqui com você,” disse ele baixinho enquanto acariciava as costas de Pedrux.

Pedrux respirou fundo e fechou os olhos por um instante, buscando calma na presença reconfortante do amigo. Mas a ansiedade ainda pulsava dentro dele como uma onda incontrolável. “Obrigado,” murmurou ele, sentindo-se grato por ter alguém tão compreensivo ao seu lado.

“Vamos assistir a algum filme ou ouvir música? O que você prefere?” sugeriu Nait enquanto puxava Pedrux para mais perto em outro abraço acolhedor.

“Um filme parece bom,” respondeu Pedrux com uma leve esperança no olhar, mas sua mente ainda girava em torno das preocupações que não conseguia afastar.

E assim eles permaneceram juntos naquela noite, compartilhando risadas e distrações enquanto a dor lentamente começava a se dissipar na presença reconfortante da amizade - agora marcada por abraços apertados e gestos carinhosos que falavam mais do que palavras poderiam expressar. Cada toque era como uma âncora para Pedrux em meio à tempestade interna da sua ansiedade.

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Jesus! Que capítulo grande! Enfim! Este capítulo é mais focado na amizade de Nait e Pedrux! Lembrando que é só amizade

2870 palavras 🫶🏻

Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada!