Pedrux hesitou por um momento, ainda lutando contra o caos interno, mas a presença firme de Nait era um ancla em meio à tempestade. Com esforço, ele tentou imitar os movimentos do amigo. Inspirou profundamente e soltou lentamente o ar acumulado em seus pulmões.
Ao fazer isso algumas vezes, ele começou a sentir uma leve melhora; embora ainda estivesse longe de se sentir seguro ou calmo, havia um pequeno espaço onde a luz começava a entrar.
“Isso mesmo,” Nait incentivou gentilmente. “Continue respirando assim.”
A crise ainda era intensa e as memórias continuavam a assombrá-lo, mas agora havia algo diferente – alguém ao seu lado que não o deixaria sucumbir à escuridão.
“Eu estou aqui com você,” Nait repetiu várias vezes enquanto Pedrux continuava respirando lentamente. A conexão entre eles parecia mais forte; era como se aquele momento compartilhado fosse uma ponte sobre o abismo que ameaçava engolir Pedrux.
Enquanto a tempestade interna começava a se acalmar, Pedrux ainda lutava contra os resquícios do ataque de ansiedade. Ele sentia seu corpo tremer involuntariamente, como se estivesse à mercê de uma força que não conseguia controlar. A respiração, embora mais regular agora, ainda era entrecortada por soluços.
Nait não se afastou. Ele permaneceu ali, ao lado de Pedrux, observando a luta silenciosa que o amigo travava. “Está tudo bem, Pedrux. Você está seguro aqui,” ele disse suavemente, mas as palavras pareciam ecoar em vão no tumulto emocional de Pedrux.
As lágrimas começaram a escorregar pelo rosto de Pedrux, quentes e incontroláveis. Ele não conseguia encontrar as palavras; sua garganta parecia apertada, um nó que o impedia de se expressar. Era como se todo o peso do mundo estivesse sobre seus ombros, esmagando-o sob a pressão da dor acumulada.
Ele desejava gritar, mas um mero sussurro escapava de seus lábios trêmulos. O olhar de Nait era um farol em meio à escuridão; mesmo assim, a vulnerabilidade o deixava exposto e desprotegido. A sensação de impotência era avassaladora.
Pedrux levou as mãos ao rosto, tentando esconder as lágrimas que agora fluíam livremente. Um tremor percorreu seu corpo e seus ombros se sacudiram em soluços silenciosos. Ele queria se afastar da dor, mas era como se cada lágrima que caía estivesse libertando um pouco daquela carga pesada que carregava há tanto tempo.
Nait viu o desespero nos olhos de Pedrux e rapidamente envolveu os braços em torno dele, puxando-o para perto em um abraço apertado e protetor. “Eu estou aqui, meu amigo,” ele sussurrou suavemente no ouvido de Pedrux. “Você não precisa passar por isso sozinho.”
O calor do abraço de Nait foi como uma tábua de salvação em meio ao mar revolto de emoções que inundava Pedrux. Ele se entregou ao momento, permitindo que o choro fluísse sem reservas enquanto se aninhava contra o amigo.
“É normal sentir tudo isso,” Nait continuou, acariciando as costas de Pedrux com cuidado. “Você é forte por estar aqui e por estar enfrentando seus medos.”
Através das lágrimas e do tremor, algo começou a mudar dentro dele. Embora ainda estivesse longe da calma total, havia um pequeno fio de esperança crescendo na escuridão – um reconhecimento de que podia ser vulnerável e encontrar apoio na amizade.
“Desculpa…” foi tudo o que conseguiu murmurar entre os soluços. O peso das palavras não ditas parecia finalmente encontrar uma saída.
“Não peça desculpas,” Nait respondeu, apertando mais forte o abraço. “Você não tem nada do que se desculpar. Estou aqui para você.”
O tremor começou a diminuir lentamente enquanto Pedrux continuava a chorar nos braços do amigo. As lágrimas eram uma liberação; cada uma parecia levar consigo um pouco da dor sufocante que ele havia guardado por tanto tempo.
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^~Shards of Memory~^
Fanfiction^-Sinopse-^ Pedrux, um jovem frio e misterioso, se muda para uma nova cidade em busca de um emprego que o mantenha longe de seu passado conturbado. Ele encontra trabalho em uma federação dedicada a aniquilar monstros, assassinos e ladrões, mas essa...
-Abraços em Meio a Tempestade-
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