-Abraços em Meio a Tempestade-

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Nait afastou-se levemente para olhar nos olhos dele antes de apertá-lo contra si novamente. “Você não precisa passar por isso sozinho,” disse Nait suavemente. “Eu estou aqui.” Ele não sabia sobre as memórias dolorosas que atormentavam Pedrux; apenas sentia a tristeza intensa em torno dele.

Pedrux respirou fundo enquanto Nait continuava a abraçá-lo repetidamente, oferecendo conforto incondicional. Cada abraço parecia dissipar um pouco da dor acumulada dentro dele; mesmo sem entender completamente o que estava acontecendo na mente do amigo, Nait estava determinado a estar presente.

As lembranças dolorosas ainda dançavam na mente de Pedrux; cada risada perdida era uma facada mais profunda em seu coração já machucado. Mas enquanto Nait continuava segurando-o firme nos braços, ele começou a sentir uma centelha de esperança brotar em algum lugar profundo dentro dele – uma esperança frágil, mas presente.

“Lembre-se daquele dia no parque?” sugeriu Nait suavemente após mais alguns instantes envoltos naquele carinho reconfortante. “Não podemos deixar essas memórias nos definirem.”

Pedrux assentiu lentamente enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto; mesmo assim, sentia-se grato por ter alguém ao seu lado naquele momento sombrio.

Depois do abraço reconfortante, Pedrux sentiu uma leveza momentânea, mas logo a sombra das memórias dolorosas voltou a se instalar em sua mente. As imagens do parque, as risadas que se tornaram ecos distantes, e o peso da solidão começaram a tomar conta dele novamente. A sensação de estar preso em um labirinto sem saída o envolveu como uma névoa densa.

“Pedrux? Você está bem?” Nait perguntou, percebendo que a expressão de Pedrux havia mudado. O amigo estava agora pálido e com os olhos arregalados, como se estivesse lutando contra uma tempestade interna.

De repente, Pedrux começou a sentir seu coração disparar. Era como se um tambor estivesse batendo furiosamente dentro de seu peito. Ele tentou respirar fundo, mas cada inalação parecia mais difícil que a anterior. A sala ao seu redor começou a girar e as paredes pareciam se fechar.

“Não... não, não...” murmurou Pedrux, segurando a cabeça com as mãos enquanto uma onda de pânico o envolvia. Ele estava em um ciclo vicioso de pensamentos negativos que o empurravam para um abismo sem fim. “Eu não consigo... eu não consigo lidar com isso!”

Nait imediatamente percebeu que algo estava muito errado. Ele se aproximou rapidamente de Pedrux, colocando uma mão em seu ombro para tentar ancorá-lo na realidade. “Pedrux! Olhe para mim! Respire! Você consegue!” disse ele, sua voz firme e cheia de preocupação.

Mas Pedrux estava longe; ele sentia como se estivesse afundando em um mar turbulento e escuro. As memórias do passado o atacavam com força total – cada riso perdido, cada amizade desfeita, cada momento de tristeza parecia reverberar dentro dele como um eco interminável.

“Eu não consigo respirar!” gritou Pedrux, sua voz carregada de desespero enquanto ele se afastava do toque reconfortante de Nait, sentindo-se preso em sua própria mente.

“Nós vamos sair disso juntos,” Nait insistiu, permanecendo ao lado dele. “Tente focar na minha voz. Vamos contar juntos até cinco.” Ele começou a contar lentamente: “Um… dois…”

Pedrux lutava para ouvir as palavras do amigo enquanto a ansiedade o consumia. Ele sentia suas mãos suarem e sua visão começava a escurecer nas bordas. “Por favor... eu não quero isso,” ele implorou.

“Três… quatro…” Nait continuou contando, ajustando sua voz para ser um farol no meio da tempestade que rugia dentro de Pedrux.

Finalmente, ao chegar ao número cinco, Nait disse: “Agora respire fundo comigo.” Ele fez uma demonstração lenta e controlada, inspirando profundamente pelo nariz e soltando pela boca. “Vamos lá.”

^~Shards of Memory~^Where stories live. Discover now