RED STRINGS OF FATE, wantasha.

Chapter 13: I'm Here With You.

Em cada ser, há um espaço onde o tempo não ousa tocar. Um lugar que pulsa em quietude, envolto em sombras suaves e luzes dançantes, como lembranças à deriva. Para Wanda, a meditação deveria ser a chave para encontrar as respostas que buscava, mas, até agora, ela não conseguia sequer cinco minutos de tranquilidade. Seus pensamentos tumultuados, como ondas incontroláveis, a perseguiam sem trégua, e isso começava a se refletir em sua irritação com todos ao seu redor, mesmo que ninguém tivesse culpa.

Após pedir ajuda a Strange, passou uma semana tentando dominar as técnicas que ele sugeriu, mas nada parecia funcionar. Frustrada, Wanda desistiu, mesmo com o mago insistindo para que ela não abandonasse o processo. Estava claro para ela o motivo da insistência: Stephen temia que, em meio ao desespero, ela recorresse novamente ao Darkhold — e, embora odiasse admitir, esse pensamento tornava-se cada vez mais atraente para a bruxa.

O tempo que Wanda passava isolada, seja no quarto, na academia vazia ou nos jardins, criou um afastamento notável de todos no Complexo. Natasha, em especial, percebia a distância como um peso crescente. A espiã fazia um esforço enorme para entender o que se passava na mente de Wanda, mas mesmo ela começava a sentir os limites dessa tentativa.

Duas semanas e meia sem qualquer demonstração de carinho já estavam começando a mexer com Natasha. Ela não queria muito, apenas o mínimo: um beijo, um abraço, um gesto de proximidade, algo que a fizesse sentir-se conectada à mulher que tanto amava. Mas, ao contrário disso, tudo que ela sentia era a frieza de uma barreira invisível que parecia manter Wanda cada vez mais distante.

Natasha sabia que precisava falar com Wanda e fazê-la entender a falta que estava sentindo dela. Enquanto caminhava pelos corredores do Complexo, a espiã tentava organizar seus pensamentos, mas a saudade da morena nublava sua mente, tornando tudo mais difícil.

— Oi, — Natasha falou assim que entrou no quarto, sua expressão neutra. — Você está bem? Não te vi hoje, então decidi vir te ver.

Wanda continuava sentada no chão, inexpressiva, como se a voz de Natasha não despertasse nela a menor emoção. A reação, ou melhor, a falta dela, incomodava a espiã. Natasha estava acostumada a lidar com pessoas reservadas, mas aquela era Wanda. Ela sempre reagia de forma calorosa à sua presença, e agora tudo parecia frio e distante.

— Estou bem, só tentando de novo essa técnica — respondeu Wanda com um suspiro, virando-se ligeiramente. — Posso ficar sozinha, por favor?

Apesar do "por favor", seu tom era vazio, o que deixava Natasha desconfortável. Wanda parecia exausta, abatida, e as olheiras fundas sob seus olhos eram provas de noites mal dormidas e de um fardo emocional pesado.

— Na verdade, não. — A resposta saiu firme, surpreendendo Wanda, que suspirou ao se levantar. — Não precisa demonstrar logo seu desagrado pelas minhas poucas palavras, mas precisamos conversar.

Natasha havia sido a luz de Wanda por tanto tempo, mas agora, a russa se perguntava se ainda era algo significativo para a mulher à sua frente. Com os braços cruzados e uma expressão séria, ela não pretendia recuar.

— Fale, Romanoff. Eu quero ficar sozinha para continuar com a minha vida.

As palavras de Wanda foram um golpe certeiro, atingindo Natasha como um soco. Mas a espiã era treinada para não demonstrar dor. Ela se manteve firme, sabendo que precisava dizer o que tinha a dizer, sem deixar o orgulho interferir.

— Sua vida, que agora é a minha vida, Wanda. — Natasha deu um passo à frente, cada movimento decidido e direto. — Você está afastando todos ao seu redor, e isso está assustando todo mundo.

— Porque eu corro o risco de me descontrolar e virar a Feiticeira Escarlate que o Stephen tanto teme? — retrucou Wanda, em um tom carregado de sarcasmo.