- O elemento surpresa já era – disse Charlie. – Para de usar sua habilidade assim, você pode precisar depois.

Sete continuou subindo as escadas, tentou passar a manga do sobretudo no rosto para tirar o sangue que escorria por ela, mas só serviu para sujar mais. Assim que passaram pelo segundo andar Sete deu um pulo sem avisar e soltou um grito. Uma bala atingiu seu braço esquerdo, ele não tinha sido rápido o suficiente pra desviar.

Ritzer segurava uma pistola da sala do segundo andar, os dois viram ele automaticamente Charlie e Sete apontaram a arma para Ritzer.

- Eu te desafio Sete – disse Ritzer. – Para uma luta justa.

- Não temos tempo – disse Charlie.

- Eu aceito – disse Sete, colocando a arma no bolso, Ritzer fez o mesmo.

- Temos que ir, Sete – disse Charlie.

Sete correu na direção de Ritzer e pulou, acertando um chute com os dois pés em seu peito. Ritzer desmoronou para trás e caiu de costas no chão. Sete acertou uma sequencia de três socos na cara de Ritzer antes de ele tentar pegar a arma no bolso.

- Já desistiu da luta justa? – Perguntou Sete antes de dar mais um soco.

- Você não deu chance a ao Tony – disse ele.

– Então tá bom, você que pediu – Sete tirou a arma no sobretudo e disparou entre os olhos de Ritzer, uma nuvem de sangue foi jogada sobre Sete, agora já não era mais possível saber qual era o seu sangue e qual o de Ritzer.

- Meu deus –disse Charlie.

- Terceiro andar. Agora.

Os dois saíram correndo pela escada deixando o corpo de Ritzer para trás, um homem surgiu descendo as escadas com uma arma mas Sete foi rápido, puxou pelo blazer e derrubou ele por entre o vão da escada, ele atingiu o chão com um barulho seco.

- Vamos – disse Charlie.

Eles correram o mais rápido que podiam para chegar no terceiro andar, e chegaram com as armas em punho. Cobra estava de pé usando uma jaqueta marrom, sorria e batia leves palmas.

- Bravo – disse ele. – Muito bom o que vocês fizeram com meus homens.

Só quando Charlie entrou totalmente na sala que ele viu as duas garotas no canto perto da grande janela de onde Sete havia arremessado Anthony Briggs. Dois homens seguravam as garotas que estavam amarradas e tinham uma faca posicionadas em suas garanas, prontos para mata-las. Charlie reconheceu a silhueta de Melanie Greene e Justine Evans.

- Eles não estão com a Jennifer – ele sussurrou para si mesmo, era um alivio mas também era horrível, eles tinham Melanie e Justine na ponta de uma lâmina.

- Abaixem suas armas, cavalheiros – disse Cobra.- Não querem que eu arranque as cabecinhas delas antes da hora, não é? – Cobra riu.

- Eu vou te matar seu velho escroto – disse Sete.

- Não. Eu vou te matar – disse Charlie colocando a arma no chão.

- Isso, me obedeça. Você também Sete, coloque a arma no chão – disse Cobra. O rosto de Sete estampava uma expressão de ódio, mas ele colocou a arma no chão devagar do mesmo jeito.

- Viu? – perguntou Cobra. – É questão de respeito. Manda aquele que tem vantagem sobre os outros. Agora amiguinhos, vocês vão começar a falar tudo que sabem sobre a sociedade do tempo.

- Vai pro inferno – disse Sete. Cobra riu.

- Podem matar as duas – disse Cobra.

- NÃO – gritou Charlie.

- Então comece a falar – disse Cobra.

- A sociedade do tempo é uma sociedade secreta, a sede deles fica na Caráx Avenue, se chama Magma Tower, só pode ser achada por quem a procura. Lá eles tem todo tipo de tecnologia e aparatos tecnológicos, sei lá. Não sei direito, eles fazem experimentos.

- E o que mais?

- Isso é tudo que eu sei – disse Charlie. – Eu juro.

O Cobra estava pensativo e carregava um sorriso irônico consigo, pegou um celular do bolso sem tirar os olhos dos dois, confiava que eles não tentariam nada porque se não eles as matariam. Sete olhou para Charlie com uma cara de preocupado.

- Sim, consegui algumas informações que serão úteis – disse Cobra ao telefone.

- Charlie – sussurrou Sete. – Só tem um jeito fazermos isso, e pode dar tudo certo ou tudo errado. Não tenho como saber direito, eu estou muito fraco. Você quer arriscar?

- Se não tentarmos vamos todos morrer.

- Certo – disse Cobra. – Agora acho que vou matar os dois e me divertir um pouco com as meninas – Cobra sorriu deixando seus dois dentes faltando a amostra.

Sete soltou um grito cruzou os braços dentro do sobretudo, segurou duas facas bem afiadas de dentro dele e em menos de um segundo elas estavam no ar. Havia arremessado as duas na direção dos homens que seguravam Melanie e Justine.

Uma das facas pegou no olho do homem gordo que segurava Melanie, ele soltou um grito de dor e largou a faca que segurava em sua mão, ela se abaixou e saiu do espaço que ele podia segura-la. Estava gritando e agonizando de dor, Melanie o empurrou, como ele estava bem em frente a janela quebrada, perdeu o equilíbrio e desabou do terceiro andar.

A outra faca atingiu o braço do homem que segurava Justine, infelizmente não foi o suficiente para para-lo, ele nem chegou a fazer nenhum som de dor, ao contrário, soltou um grunhido de ódio antes de passar a faca pela garganta de Justine.

- NÃO – Gritou Sete.

- NÃO – Gritou Charlie.

***

Tudo isso aconteceu em menos de três segundos. Cobra ainda segurava o telefone com uma expressão de ódio, Sete viu quando ele levava a mão a cintura para pegar o revolver, Sete se pôs a correr em sua direção.

***

Charlie observava imóvel o homem que havia cortado a garganta de Justine e agora observava Melanie. Tudo que ele conseguiu pensar foi: Ele vai mata-la. Charlie correu na direção do homem com um grito, sem nada em suas mãos, mas com o ódio correndo em suas veias.

***

Cobra já estava com a arma na mão, mas ainda não tinha tido tempo para aponta-la a Sete, antes que ele pudesse ter feito isso Sete a puxou de sua mão e jogou contra a enorme Janela, ela desapareceu nas sombras da noite.

- Seu filho da puta – disse Cobra ao acertar Sete com um soco na boca.


***
Charlie chegou ao homem que havia matado Justine, ele ainda empunhava a faca na mão e tentou golpear Charlie. Ele se defendeu com o braço e a faca do homem perfurou seu antebraço, a adrenalina era tanta que Charlie nem sentiu o ferimento, viu o sangue que espirrou na cara do homem, ele sorria. Charlie acertou um soco na cara dele, sua faca caiu.

***

Sete não caiu no chão com o soco de Cobra, apenas deu um passo para trás e tomou impulso para atacar novamente. Quando voltou a se aproximar de Cobra acertou um soco em sua barriga, Cobra levou as mãos a barriga em uma expressão de dor e Sete tentou dar uma joelhada em sua cabeça, mas antes que pudesse Cobra puxou suas forças e deu um soco no maxilar de Sete, o que fez com que ele se desequilibrasse e caísse no chão.

As Pontes InvisíveisWhere stories live. Discover now