Third Chapter.

183 20 10
                                        

Foi preciso algum tempo para que eu organizasse minha mente. A movimentação continuava agitada, todos se divertiam, e meu coração se aquecia com o sorriso de Riley, há dias não a via tão tranquila. Josh realmente sabia como trazer um pouco de paz para as pessoas ao seu redor.

Sai da água, me sentando em uma das pedras. Mantive os pés ainda ali, aproveitando do frescor que me trazia. Farkle me devolveu meu celular e sumiu com a namorada para algum local da floresta, provavelmente conversando sobre suas coisas inteligentes que nunca fariam se quer algum sentido em minha cabeça. 

Escutando o som da água e as risadas um pouco distantes, observei as fotos tiradas por Isadora. Aquelas com toda certeza iriam para o meu mural, e algumas para o meu diário. Com um sorriso nos lábios, abri a câmera novamente e direcionei-a para Riley, ela me agradeceria depois pela sessão gratuita que renderia um bom post no Instagram, com a legenda mais melosa possível, já que Lucas a acompanhava. 

Estava distraída, tão dispersa que não notei a aproximação sorrateira de Boing, sendo pega de surpresa - ou de susto - com a aparição de seu rosto diante a câmera. No desespero quase deixei o celular cair, mas por sorte, tudo o que fiz foi fotografar a careta que ele fazia, tendo agora mais um registro do rapaz.

— Josh! – Exclamei, batendo em seu braço — Quer me matar do coração?

— Não acredito que você me descobriu. Agora vou ter que dar um fim em você – Ele tirou meu celular da minha mão, colocando-o em um local seco e se aproximando com uma feição maléfica — Venha, Maya! Não posso deixar que você espalhe meu segredo. 

— Não! – Me levantei rindo, vendo ele sair da água com os braços abertos — Maridinho, você não seria capaz. 

— Será que não? – Agora ele também gargalhava, dando um galope e começando a correr atrás de mim — Maya Hart, seus dias chegaram ao fim, muahahahaha.

— Sai, Josh! – Comecei a correr, minha risada desesperada me atrapalhava a raciocinar.

— Não adianta correr – Gritou um pouco distante — Eu corro mais rápido, deveria ter crescido mais, senhorita Hart – Sua voz se tornava cada vez mais próxima. 

— Não vale eu tenho desvantagem genética – Parei me virando em sua direção. Se não pode com ele, se junte a ele — Não precisa de tanto pra ter minha atenção, maridinho – Mudando o jogo, corri em sua direção. 

A feição do mais velho mudou, e agora era ele quem fugia rindo. Aproveitei de um momento de desatenção dele, pulando em suas costas sem enrolação, dessa vez era ele quem estava preso. 

— E no final, eu quem vou te dar um fim – Soltei próximo a sua orelha.

— Será? – Ele arqueou a sobrancelha, voltando com sua risada maléfica. Me prendi mais ao seu corpo quando começou a se movimentar, e mais uma vez estávamos na água. 

— Isso se enquadra como tentativa de assassinato? Pois eu acho que sim.

— Eu acho que não, a senhorita está equivocada. Bateu a cabeça por acaso?

— Sim, na sua quando você me jogou indefesa na água – Iniciei meu drama.

— Indefesa, Maya? Você tá igual um bicho preguiça em mim. 

— Sigo indefesa.

— Está dizendo que não te protejo? Não posso acreditar.

— Você quem me jogou, Joshua. Como seria meu defensor? – Desatei em um risada novamente. 

— Não quero papo, você não me vê como macho alfa defensor de donzelas, não posso lidar com isso – Ele choramingou feito o bobo que era.

— Não lide, mas pelo menos não lide perto dos nossos amigos, estamos muito distantes.

Olhei ao redor, notando que todos estavam na outra borda do lago, acredito que nem tenham notado o pequeno circo que fizemos há pouco. 

— Primeiro não confia em mim, depois diz que minha companhia não é suficiente, assim você me magoa. 

— Pelo que eu me lembro a carente de atenção sou eu, Boing.

— Um homem não pode ter seus momentos?

— Não, não pode.

— Sua machista, vou te denunciar.

— Pra quem? Eu ainda estou grudada em você, eu tomaria cuidado pois posso te afundar a qualquer instante.

— Você se afundaria junto, não seria inteligente da sua parte.

— Como não? Eu sei nadar.

— Mas não conseguiria se desgrudar de mim, já comprovamos que em força eu estou na frente.

— Nada que não tenha solução. 

— Está confiante demais, não acha não?

— Sempre fui,  me surpreende ter notado apenas agora.

— Intrigante, Maya. Acho que realmente você amadureceu.

— Assim você me deixa tímida, maridinho.

— Retiro o que eu disse, vamos pro meio do pessoal – Negou com a cabeça, rindo em seguida enquanto caminhava na água, ainda me carregando.

— Finalmente resolveram dar o ar da graça – Riley soltou assim que nos viu — Achei que a Maya tinha te sequestrado, tio Josh. 

— Se você soubesse, ele quem estava tentando me sequestrar.

— Impossível que os papéis se inverteram – Lucas riu, abraçando a namorada.

— Podem acreditar, senti minha vida em risco.

— Eu vou te deixar voltar a pé, Maya – Joshua voltou a falar, me olhando com uma das sobrancelhas arqueada.

— Você não teria coragem.

— Tem certeza que não?

— Sim, você é bonzinho demais, Boing.

— Vou mudar, virar cruel e te deixar correndo atrás do carro. 

— Vocês não mudam mesmo – Zay disse soltando uma risada com todos os outros.

— É sempre assim? – O amigo de Josh perguntou e eles não tardaram em responder "Pior".

— Ninguém compreende nossa relação, maridinho.

— Cadê sua dignidade, mulher? – Riley negou com a cabeça e Lucas respondeu "Tarde demais para isso".

— Blá blá blá, invejosos. 

Dali para frente, o assunto desenrolou como se não nos víssemos há anos. As horas passaram sem que pudéssemos raciocinar e apenas nos demos conta de que o dia chegava ao fim quando a luz do sol começou a baixar e a lua a subir. 

Juntamos nossas coisas admirando o por do sol de um ângulo inimaginável, e obviamente não hesitei em fotografar aquele momento. Logo voltamos a trilha, os amigos de Joshua seguiram seu caminho, e o mais velho nos levou rumo a universidade novamente. 

A despedida foi curta, ele possuía seus compromissos, e eu me encontrava cansada demais para prolongar o assunto. Desse modo, segui para meu quarto sem pensar duas vezes.

A água tem um grande potencial de cansar o corpo, e esse dia foi a maior prova disso para mim. Riley apenas tomou um banho e caiu em sua cama, dormindo feito um bebê em poucos segundos. Já eu, depois do banho aproveitei para reviver minhas lembranças com as fotografias, admirando cada detalhe como uma pessoa de fora dessa vez. 

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Dec 22, 2024 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

end game - josh + maya.Where stories live. Discover now