Mr. Mime - Episódio 04: A chama

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Mesas e cadeiras voavam das minhas mãos contra a parede a toda a velocidade... janelas e espelhos quebravam-se por entre os meus dedos em socos rígidos... móveis desmontavam-se no chão em quedas estrondosas... a minha fúria tomou conta da casa por longos minutos. A minha raiva desfazia-se em lágrimas ardentes enquanto gritava e pombeava veias salientes por entre os músculos do pescoço. Cansei, o meu coração parecia ter parado de bater, e tombei estendido para cima dos estilhaços de vidro. Ainda tremia, e as lágrimas não paravam de correr. Estava exausto, mas não podia fechar os olhos sem ver aquela imagem... as minhas dores de cabeça multiplicavam a cada segundo que passava, até ao ponto de nem conseguir ver aquela imagem...e adormeci.

Acordei alguns minutos depois, não dormi muito, não cheguei a adormecer a cem por cento, mas deu para atenuar um bocado as dores de cabeça... antes de abrir os olhos na totalidade ainda esperava que fosse tudo só um pesadelo, mas tudo parecia ainda mais real que antes. A energia esgotou, tanto que já nem dava para estar nervoso ou furioso... apenas estava deprimido. Levantei-me calmamente... tinha as mãos todas cortadas de ter partido as janelas e espelhos de minha casa, e estava com tonturas. Lágrimas ainda caiam de vez em quando... Caminhei em passos leves e lentos para fora de minha casa. Estava frio e escuro, mas isso não foi um problema, uma vez que já não sentia nada. Fui em direção ao rio perto de minha casa, pus-me de joelhos e olhei para o meu reflexo na água... chorei mais uma vez.

De repente, o meu bolso começou a vibrar cada vez mais depressa até uma explosão de luz ter cegado os meus olhos por uns segundos. Era lillipup... de alguma forma sentiu que eu não estava bem e conseguiu sair da pokebola por si mesmo. Foi ter comigo ganindo, os seus olhos brilhavam ao luar. Encostou o seu focinho frio e húmido à minha face e lambeu-me. O seu pelo macio e quentinho aconchegava-me e acalmava-me. A sua doçura iluminou-me o espírito e deu-me forças para conseguir no mínimo parar de chorar e não estar tão deprimido. Passei as mãos no rio gelado e em duas ou três bofetadas de água lavei a cara. A minha dor parecia-se ter dissolvido na água, passando agora a deslizar por entre as pedras redondas afundadas. A água estabilizou, e em vez de refletir a minha cara, refletia a cara do meu pai... estava finalmente parecido com ele...um sorriso curvou-se na minha cara. Tinha-me tornado... num homem. Percebi que chorar não ia resolver nada e que devia erguer-me e enfrentar os problemas... Respirei fundo, fechei os punhos e voltei para casa. Estava de mente fria e resistente e os meus olhos estavam cheios de nada... Cheguei ao quarto da minha mãe de novo... Abri a porta sem medo. Olhei para ela... estava a usar o seu pijama favorito... aquele com os skiddos... fechei os olhos, pus a mão no bolso... tirei a pokebola do lampent e atirei-a ao chão. Lampent foi cuspido pela pokebola iluminando o quarto todo.

Olhei para corpo da minha mãe uma última vez... "Lampent, flamethrower...''.

Não se esqueçam de comentar pessoal :) É muito importante para eu saber que vocês leram!

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