Liam estava deitado com a cabeça em meu colo. Meus dedos brincavam com seus cabelos sem que eu percebesse.
- Eu ainda não entendi uma coisa, por que seus pais se separaram? –perguntei olhando em seus olhos.
- Meu pai traiu minha mãe. –respondeu ele com um toque de tristeza. – E não aceito o fato de eu ser gay.
- Mas você foi para a casa dele na sexta. –contestei.
- Nós temos uma relação boa, mas ele finge que eu não sou gay e eu finjo que não me importo com isso. –respondeu ele. – E por que os seus pais se separam?
- Eu nem sei se um dia eles foram casados. –respondi rindo. – Eles estavam namorando quando minha mãe engravidou no último período da faculdade. Meu pai sempre foi presente, mas não lembro de morarmos os três juntos.
- Ihh, vou ficar de vela. –disse Camila na noite anterior quando Liam tocou a campainha.
- Esqueci de trazer os fósforos. –disse Liam fazendo piada e plantando um beijo rápido em meus lábios.
- Agora eu estou falando sério, amigo. –começou Camila assumindo uma postura séria. – Você devia fazer um teste para estagiário do Patati e Patata.
Eu não consegui segurar as gargalhadas depois daquela. Camila gargalhava no sofá. Ele olhou para mim com um olhar sério e os olhos estreitos. Ele estava tramando alguma coisa.
Ele entrou no apartamento e fechou a porta lentamente atrás de si, olhou para mim com um sorriso travesso brincando em seus lábios e me agarrou pelas pernas me levantando sobre o seu ombro.
- LIAM! –gritei.
Ele me soltou no sofá e começou a fazer cócegas em mim, eu acho que eu deixava transparecer que eu sentia cócegas até na alma, comecei a espernear sem conseguir conter a risada, Camila parou de rir e se junto a ele.
- Dois contra um não vale! –gritei entre gargalhadas.
Segurei Liam e puxei-o pelos braços, ele caiu em cima de mim e Camila virou de costas automaticamente.
- Isso foi golpe baixo. –disse olhando em seus olhos com um sorriso no rosto.
Ele acabou com o espaço existente entre nossos rostos e sua língua entrou em minha boca. Era um dueto perfeito, nossos lábios se mexiam em sincronia.
- É melhor pararmos. –afirmei recobrando a consciência. – Meu pai pode chegar a qualquer momento.
- Gostei dessa ideia de vocês pararem. –disse Camila se virando novamente.
- Aaron, você pensa em contar para o seu pai que é gay? –perguntou ele apertando meu nariz de leve.
- Ainda não pensei sobre isso. –disse lembrando da tarde que tivemos ontem. – Como foi quando você contou para o seu?
- Nada agradável. –disse ele ficando pensativo. – Meus pais brigaram e ele disse que estava com outra.
- Sinto muito. Mas você pensou muito antes de falar?
- Eu não pensei... –eu podia ver seus pensamentos correndo rápido enquanto ele decidia o que contaria ou não. – Eu não tinha outra alternativa.
- Por que? –deixei minha curiosidade falar mais alto.
- Faz uns 3 anos, eu estava namorando um cara um pouco mais velho há algum tempo. –começou ele. – Uma certa noite estávamos sozinhos e as coisas esquentaram um pouco. –eu podia sentir um toque de tristeza em sua voz. – Algumas horas depois de eu ir para casa ele me mandou uma mensagem dizendo que não queria mais nada comigo e que desde o começo só queria me levar para a cama.
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Liberdade
RomanceTalvez eu nunca tivesse amado de verdade. Talvez eu nunca tivesse conhecido alguém como ele. Abri os olhos e pisquei contra a luz do sol. Não era apenas um talvez, eu, com toda a certeza que havia em meu ser, nunca havia conhecido alguém como ele qu...