—HmHmhm— Eu abro a boca, notando que ele não conseguia falar de boca cheia. Balanço minha cabeça, compreendendo que provavelmente seria melhor deixá-lo comer antes de enche-lo de perguntar e dúvidas que talvez nem mesmo ela saiba responder.
Meus dentes cortam um pedaço do sanduíche, satisfeita com o gosto e paladar da comida. Eu olho para a clareira, não vendo ninguém além de Frypan e Chuck na clareira. Ainda não consigo compreender e talvez ainda não tenha caído a ficha que estou sozinha nisso, que sou a única mulher e se eles quiserem, podem fazer o quiser comigo, até porque, eu contra mais de 30 homens não sou nada. Meu pensamento me causa ânsia, mas mordo mais um pedaço grande de sanduíche que tem o paladar carnívoro. Sinto meu estômago embrulhar.
Fome.
Oh, Chuck no fim estava correto, eu estou morrendo de fome!
Minha mente para de divagar para comer quieta e dar toda minha atenção para a comida em minhas mãos... Sujas?
Olho confusa, minha mão com terra seca, e um líquido seco, quase marrom, mas com uma coloração clara de vermelho. Isso... Issó poderia ser sangue? Observo com cuidado, minha unha que estava levemente rachada, com gotículas de sangue e terra cravados abaixo de si, como se eu tivesse lutado antes de estar aqui. Noto como a sujeira sobe suavemente meu braço para meu cotovelo rasgado por um corte. Ninguém parecia ter notado isso? Ou eu sou a primeira?
—Chuck, onde posso lavar a mão?— Pergunto evitando a olhar para o menor, assim como abaixo minhas mãos em silêncio surdo. Mantenho meu olhar fixo a mesa, ouvindo murmúrios confusos dos meus pensamentos sobre isso.
—Ah, é... Ali, óh!— Observo ele rapidamente apontar para o rio que flutua delicadamente sobre um buraco consideravelmente grande, que se estabelece perto dos muros de portas enferrujadas. —É mais perto que o banheiro.— Resume mordendo seu sanduíche novamente.
Eles não vem? Ou ignoram?
Eu me questiono me levantando, e deixando o sanduíche sobre a mesa.
—Licença...— Ele acena com meu pedido. Caminho ainda atônica em meus pensamentos sobre como isso foi ocorrer, como não consigo me lembrar e como estou presa aqui. Meus olhos não observam muita coisa, me sinto presa em meus pensamentos doloridos e fadigas sobre o dia e meu estar.
Meus dedos parecem ter começado a doer, assim como noto pequenas dores que não haviam sido notadas anteriormente em meus pés. Não entendo o que está havendo, me sinto aflita, minha respiração pendura entre o normal e o confuso, enquanto meus pés caminham em super confusão em direção a água turva do pequeno rio que brilha na luz do sol.
Eu me aproximo da água, me abaixando enquanto observo a água cintilar sobre a luz do sol. Turva, eu vejo minha imagem sobre a água, notando a clara preocupação e confusão em minha face. Não havia machucados em meu rosto e nenhuma ferida visível nele.
Mas...
Quem é ela? Quem eu era? Quem eu sou?
Suspiro, não vai ser agora que irei descobrir. Minha mão molha na água gelada, sofrendo um suave ardor em meus dedos. Eu não me encolho, continuo a esfrega-la na água gélida da clareira em silêncio.
Eu não deveria estar aqui.
Uma sensação de irritação passa pelo meu corpo, não consigo compreender por que eu estou aqui, muito menos como. Eu fiz algo de errado? Eu machuquei alguém? Por que porra eu estou aqui?
Eu percebo a mão limpa, agora respirando fundo, tentando esquecer os questionamentos que estou me fazendo, tentando lavar a fúria embora assim como a terra e o sangue foram. Não consigo entender mais nada.
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Psycothic | Newt
Teen Fiction"Mês a mês uma alma é sacrificada ao ser enviada a clareira, uma alma sem memórias, um casco vazio. Mês a mês é menos uma alma que desfruta da liberdade da sua terra, os frutos da sua mente e oportunidades de viver a elegância da vida fora do labiri...
02| Quarto?
Comincia dall'inizio
