—Muito obrigada, eu realmente imagino que não seja bom deixar a mão engordurada no momento.— Falo balançando minhas mãos, realmente feliz com a presença e acolhimento do garoto de pele negra e olhos brilhantes. —Bem, não sou muito boa em correr, mas obrigada de qualquer forma, uma pena que a queda não foi tão boa.— Falo com uma careta, sentindo novamente o baque da minha costa e braços, agora sentindo uma dor que não havia sentido a pouco tempo.

—Foi incrível , pensamos que iria entrar dentro do labirinto, ainda bem que caiu.— Informa dando de ombros, sorrindo. —Chuck quase mijou na calça quando você saiu correndo quase passando por cima dele.— Seu comentario jogado faz Chuck soltar um chiado.

—Seu mértila! Eu nunca fiz isso! Nunca faria! Nunca!— Ele cruza seus braços, e noto sua posição de defensiva perante uma provável brincadeira de uma hipotética situação. Seus beiços se formam em um bico, e suas bochechas redondas um tomate.

—Hmmm, não?— O garoto na cozinha arqueia uma de suas sombrancelhas em questionamento, e Chuck se enrola, olhando para o chão.

—Talvez quando eu tenha chegado...— Ele comenta mais baixo que um chiado do vendo, mas podemos entender o que disse.

—Está tudo bem, eu pensei que vomitaria tudo do meu estomago e ele junto, e não duvido que eu poderia também me sujar.— Comento tentando anima-lo, também não mentindo em questão da ânsia que sentia no elevador. —Aquela porra é doida, quase tive um ataque cardíaco.— Confesso colocando minha mão sobre meu peito esquerdo.

—Realmente, a caixa não é amigável com ninguém, mal consegui me levantar quando cheguei.— O moreno também concorda, observando como Chuck parece mais calmo com as confissões do grupo.

—Com certeza você não é o único que borrou a calça. — Comento e pisco em sua direção, o qual sorri e ri com minha afirmação. —Todos se pagam de 'bonzão', mas ninguém quer assumir a própria merda.— Falo minha opinião e ambos concordão com um sorriso. Chuck parece mais acolhido diante nossas experiências e opniões sobre a caixa.

—Estou com fome, vamos?— Chuck me relembra e eu aceno para ele antes de me virar em direção do garoto na cozinha.

—Qual seu nome aliás, esqueci de te perguntar, me desculpa.— Pergunto ao notar que não foi dito durante a apresentação da cozinha e da comida. Me sentindo meio sem graça e sem jeito de ter esquecido desse detalhe importante. Mesmo que eu não tenha nome, ele tem.

—Não se preocupe! Meu nome é Frypan! Mas pode me chamar de caçarola se quiser.— Apresenta com um sorriso meigo. —Agora vá comer, deve estar morrendo de fome.— Avisa agora se virando para voltar a cozinha. —Qualquer coisa pode bater aqui, estou sempre aqui.—

—Obrigada Frypan.— Sorrio com doçura, me sentindo mais animada e para cima em conversar com mais alguém que me recebeu bem. Ele se vira e dá um sorriso antes de voltar a focar em sua organização.

Me sinto mais calma vendo que nem todos garotos possam ser ruins, ou idiotas, o que me faz respirar mais lento e conseguir pensar um pouco mais em meu futuro. Talvez eu me sinta ainda preocupada de onde eu irei dormir, como e quando, e talvez como irei banhar, como irei me trocar, minhas roupas...

—Moça, vem.— Ele puxa minha camisa e eu obedeço com um pouco mais de humor e ânimo ao andar pelo local até uma pequena mesa rústica de madeira bem polida.

—Vocês quem fazem tudo aqui, não é?— Pergunto enquanto eu abro o papel que embrulha a comida que o vento traz um cheiro salgado. O aroma preenche meu estômago de forma carinhosa. —De onde vem os animais?— Pergunto novamente enquanto vejo ele abrir sua boca e morder um pedaço singelo de seu sanduíche.

Psycothic | NewtWhere stories live. Discover now