Capítulo 32

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Os dias e as semanas passaram rapidamente enquanto eu me obrigava a continuar minha vida sem ter contato pessoal com o Chorão

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Os dias e as semanas passaram rapidamente enquanto eu me obrigava a continuar minha vida sem ter contato pessoal com o Chorão. Cada dia era uma luta para manter a determinação de não visitá-lo na prisão, mesmo quando a saudade apertava profundamente em meu peito. Havia momentos em que a dor da ausência era quase insuportável, mas eu sabia que precisava ser forte e fiel à minha decisão.

Talvez, se o Chorão saísse da cadeia e se separasse da esposa, pudéssemos ter uma chance de tentar fazer nosso relacionamento dar certo. No entanto, continuar me envolvendo com ele, sabendo que ele ainda tinha uma mulher aqui fora, seria uma decisão equivocada e indignificante para qualquer mulher que tenha amor-próprio.

Eu me recusei a ir em todas as visitas íntimas que ele pediu, mantendo-me firme em minha decisão de não ceder às suas súplicas. Hoje não foi diferente. Mais uma vez, me encontrava rejeitando o pedido dele para uma visita, consciente de que essa era a melhor escolha para mim, apesar de todo o sofrimento que essa decisão trazia. Eu precisava seguir em frente, cuidar de mim mesma e esperar que, um dia, as circunstâncias nos permitissem uma nova chance, livre de amarras e complicações.

— Vem me ver, coração — Chorão implorou. — Porra, tô há quase um mês sem te tocar.

— Eu não posso, tô ocupada — menti e ouvi uma risada sem humor do outro lado da linha.

— Tu nem trabalha mais, Emília.

— Mas tem a minha irmã, o seu filho e ainda tem a sua galinha pra eu cuidar — rebati e ele riu.

— Coloca um pinto na sua lista de cuidados e vem aqui comigo, minha gostosa.

— Além de traficante e infiel, ainda é comediante?

— Poxa, Emília. Você me deixou de castigo por muito tempo, não acha?

— O único motivo pra eu continuar falando contigo é pelo dinheiro, porque se você fosse um pobre fodido, nem estaríamos tendo essa conversa.

— Quanto tu quer pra vir me ver? Eu pago qualquer valor pra te ter nos meus braços.

— Chama a Helena!

— Se tu vier, a gente vai ter a oportunidade de eu te explicar a minha situação com a mãe do Pedro.

— Não vou, Chorão. Nem adianta insistir nisso.

Desliguei a ligação e, com um suspiro profundo, me joguei na cama do meu quarto, sentindo o peso das emoções sobre mim. Fiquei ali, encarando o teto, como se as respostas para meus dilemas pudessem estar escondidas nas rachaduras e manchas que o tempo havia deixado. Os minutos passaram lentamente, e cada segundo parecia prolongar a angústia que eu sentia.

Que ódio de mim por ainda desejá-lo, por não conseguir controlar esse sentimento mesmo sabendo que ele é casado com outra mulher. A razão me dizia que era errado, que eu devia ser forte e seguir em frente, mas meu coração, teimoso e apaixonado, insistia em mantê-lo vivo em meus pensamentos. Era uma batalha constante entre o que eu sabia ser certo e o que meu coração desejava.

ATRAÍDA PELO TRÁFICOOnde histórias criam vida. Descubra agora