01 // 𝘤𝘢𝘱𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 𝘶𝘮

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𝐒𝐔𝐏𝐋𝐈𝐂𝐀𝐒 𝐄 𝐎𝐅𝐄𝐑𝐄𝐍𝐃𝐀𝐒 𝐅𝐄𝐈𝐓𝐀𝐒 𝐄𝐌 𝐅𝐑𝐄𝐍𝐓𝐄
──────  𝐀 𝐅𝐔𝐑𝐈𝐀 𝐄𝐌𝐎𝐋𝐃𝐔𝐑𝐀𝐃𝐀  ──────


FILHOS ILEGÍTIMOS NASCIDOS ENTRE OS NOBRES não herdavam o sangue manchando as mãos de seus reis, eles eram amaldiçoados pelos céus na heresia de seus nascimentos, eles pagavam pelas noites imprudentes de seus pais, pelo sangue escorrendo naquela coroa de prata, nas veias malditas sufocadas entre sua carne, nas correntezas levando pelos oceanos aqueles navios à mentira de uma liberdade distante da qual ainda ansiava.

Ele observava a águia sobrevoando os pinheiros em seu tom castanho e melancólico se despedindo dos cruéis invernos de Thilen, se posicionou montado em seu cavalo a esperando enquanto pousava sobre sua mão enluvada, por um momento conseguiu sorrir, pensando em como aquela cena o lembrava dos quadros dos antigos reis que via pelos corredores, com suas tempestades desabando junto a si, mostrando o poder que possuíam sobre aquelas nuvens, a linhagem presenteada pelos deuses, ria vendo como sempre estavam desenhados com uma postura muito mais elegante do que esperaria após vencer uma guerra inteira, apesar de entristece-lo era até aliviador saber que provavelmente não iria receber um daqueles.

Acariciava suas penas tapando os olhos da ave, não havia pego mais do que um pequeno pássaro como presa em suas garras na caça daquela tarde, mas não poderia dizer que foi ruim, a elogiou prendendo o cordão em seu pulso e preparando as rédeas da montaria, os direcionando de volta ao palácio entre um pesado suspiro.

──  Elienth?  ──  A voz familiar chamou seu nome, ele usou as poucas forças que ainda possuía para não se virar e desaparecer na floresta novamente.

──  Vossa alteza, pai, precisa de algo?  ──  Ele o cumprimentou entre uma breve reverência, o homem também estava montado e se parecia bem mais com uma moldura antiga do que ele, mas era a única que não o assustava desde pequeno quando andava pelos corredores durante a noite, nem parecia julga-lo pelas manchas na herança de sua família, porque sabia que também carregava essa culpa, mas estava sempre presa naquela parede mais alta e distante, no canto mais escuro do palácio.

──  Sim, de você, estávamos te procurando ──  Disse dando um passo e colocando uma mão reconfortante em seu ombro, ele suspirou junto ao toque fraternal tão inesperado, fechando seus olhos e então os levantando ao homem, quase implorando em silêncio para ser embalado por seus braços  ──  Imaginei que pudesse estar por aqui e que você iria se recusar a vir com algum dos servos, está tarde, sabe como seu avô vai ficar irritado se não aparecer na sua cerimônia.

──  Me desculpe, eu só precisava de um momento.

──  Entendo, a caça foi boa? Pensei em voltarmos com as aulas de falcoaria  ──  Lhe perguntou mantendo seu tom quase compreensivo, mas sempre firme, inabalável, tentando de alguma forma afastar os ventos pesados carregando sua inquietude enquanto o acompanhava de volta.

──  Hum, a pequena Ineth pegou um pássaro, conseguiu o jantar de hoje  ──  Falou oferecendo um sorriso breve e orgulhoso para a ave  ──  Também queria colocar os ossos no meu altar, para Noerhen, mas não sei se ele iria me responder ──  Há tempos tentava receber uma resposta do deus dos céus, patrono de sua casa, o mesmo que deu para sua família os dons sobre suas tempestades e que diziam ter selado sua maldição, mas a cada oferenda tudo que lhe dava em troca era silêncio e uma lembrança de sua rejeição.

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⏰ Poslední aktualizace: May 11 ⏰

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𝐀 𝐀𝐆𝐔𝐈𝐀 𝐄 𝐒𝐄𝐔𝐒 𝐎𝐒𝐒𝐎𝐒 | história originalKde žijí příběhy. Začni objevovat