8

1 0 0
                                    

Arminda Ezra

Despertei no exato momento que o sol estava nascendo, mesmo cambaleando um pouco consegui providenciar alguma coisa para que tivéssemos um bom café da manhã na medida do possível. Fui ao riacho perto de onde estávamos acampando e pesquei alguns peixes e como a fogueira da noite anterior ainda estava acesa comecei a assar.

- Que cheiro delicioso é esse? - meu amigo saiu da cabana com um sorriso enorme que me contagiou. - Não acredito que você foi pescar, Arminda! E sua perna?
- Não foi nada - balancei os braços o tranquilizando - vá chamar os outros, por favor. O peixe já está pronto.
- É pra já - Dylan rodou os calcanhares e acordou todos para tomarem o desjejum.
- Acho que estou sonhando - o soldado Luke abriu as cortinas da tendo sorrindo - Parece que estou sentindo o cheiro do meu primeiro desjejum em minha residência quando me alistei no exercito.
- Tenho certeza que agora seu desejo virou realidade - rebati a gentileza.
- Pelo cheiro a senhorita tem mãos de fada - sorrimos presenciando a presença dos outros que saíram das cabanas.
- Mãos de fada não sei, mas...
- Como ela é modesta - o tom de Inverlia transmitia soberba e arrogância.
- Por favor, Inverlia, não começa! - por vez Dylan saiu em tentativa de não começar uma discussão.
- Vamos todos sentar e comer - advertiu Luke.
- Não obrigada. Vou pelas redondezas à procura de frutos, muito melhor do que este peixe. Pode até estar envenenado. Não conheço ela, não sei de que a princesinha é capaz. - A mulher de cabelos dourados torceu o nariz e saiu.
- Eu nunca...
- A deixe Arminda! - meu amigo segurou meu braço - ela vai esfriar a cabeça.
- Qual será esse momento? - não sei até quando irei aguentar isso.
- Sobra mais peixe para mim - Solan pegou uma cabeça de peixe e sentou-se ao chão.

Nos acomodamos ao chão e começamos a saborear o peixe. Nossa, ele estava maravilhoso, mesmo sem os devidos temperos estava de lamber os dedos. Mas quando minha mente estava se esquecendo onde estava e que circunstância me encontrava uma mãozinha puxou a capa que estava usando para chamar minha atenção.

- Tia... - toquei em seu rosto carinhosamente.
- Oi princesa.
- a tia Inverlia vai ficar bem? - seus olhinhos verdes brilhar vão de preocupação.
- Claro que vai querida - ah coloquei em meu colo - É só uma fase. Não se preocupe. - sorrindo a pequena pulou do meu colo.
- Eu cuido dela - Luke sussurrou em meu ouvido pegando a mãozinha da Gustina indo em direção ao riacho.
- Eu vou pegar um passeio - levantando avisei aos que ainda estavam ao meu lado - não demorou, prometo.
- Cuidado. - Dylan expôs sua preocupação - se sua perna começar a doer grite por ajuda e não vá para tão longe.
- Sim capitão - bati continência.

Antes de sair fui atrás da minha mochila onde a sagrada escritura estava guardada - fazia tanto tempo que eu não Lia - quando ela já estava em minhas mãos saem em busca de refúgio, tudo isso com inverlia tinha me deixado confusa e triste, pois em menos de 24 horas já tinha arrumado uma grande encrenca. Não era assim que eu deveria buscar pessoas para o reino de Yesu. Se mexendo certo, eu só queria um refúgio para conversar com o meu mestre.
Os vasos tipos de árvores significa que estamos cercados, não tinha saída. O que realmente me chamou atenção, é que essa estrada era ligeiramente mapeada, só existia um começo e um fim - que estrada é essa e o riacho nos guia para um ponto específico - eu estou bastante desconfiada que um lugar como esse, tão desconhecido, está tão estruturado geograficamente.
Meu atual objetivo ainda mancando é investigar mais de perto, eu posso até me perder por entrar em uma mata fechada mas eu não ficaria com uma pulga atrás da orelha.
Mas o sol estava muito quente e isso me deixava cansada - pois está fazendo esforço demais com as pernas - e não poderia ficar, me levantei e segui caminho para voltar, estava observando Mata a fora, quando vi uma placa familiar, não fazia ideia da onde eu havia visto, mas não faria mal ir lá para ver não é? Ou seria? Ainda assim é melhor observar de perto, não custa tentar.
O sol estava refletindo muito as cores chamativas na placa, a observar ela que estava no chão junto da terra seca a peguei, tinha algo familiar nela, já tinha visto antes.
E naquele instante eu confirmei, Alonso tinha alguma coisa com tudo isso que aconteceu. Eu ia descobrir. Nem que seja a última coisa que eu vou fazer.

- Como eu não havia desconfiado antes? Esse lugar foi construído por ele! Mas como um homem tão cruel pode ter criado um lugar tão lindo assim? E os enigmas ? Será que foi ele quem os criou?
- Falando sozinha bela moça? - um homem, um belo homem com roupas pretas e cabelos semelhantes às roupas, estava a minha frente com um belo sorriso sarcástico, havia aparecido como passe de mágica, se isso existia mesmo, foi assim que ele apareceu. Mas como ele havia aparecido ali?
- Quem é você?
- Permita-me apresentar a bela moça, Sebastian, ao seu dispor - inclinando se fez reverência em minha frente e beijou a palma da minha mão.
- como você veio parar aqui?
- a senhorita só pergunta?
- Ora! Me responda, quem é o Senhor?
- mas não respondi? Não creio que a senhorita tão nova tenha uma memória muito fraca. Já pensou em procurar um curandeiro?
- que atrevimento! - comecei a caminhar à procura da trilha, pisando o fundo. - aí. - tinha me esquecido da minha perna machucada. Me inclinei em forma de reflexo e ele com passa os lagos andou em minha direção
- a senhorita está bem? - tocou onde eu estava perdendo - dói?
- está tudo bem - voltei a postura anterior devagar.
- respondendo a senhorita, eu sou fugitivo da Ilha.
- da ilha?
- sim, da ilha! - falou com ironia
- o senhor é muito engraçado - fiz careta para ele.
- todos falam isso - falou glorioso - a propósito, melhore essa carinha , ela não lhe cai bem - colocou a mão no meu queixo e sorriu.
- como se atreve? E a propósito, como você escapou da ilha?
- uma longa história minha querida - sorriu.
- Você tem noção que faz cinco minutos que nos conhecemos né?
- Sim, e admita que estão sendo cinco minutos melhores da sua vida.
- Nossa! de onde você saiu?
- dos seus sonhos querida.
- não era para você responder!
- achei que era, por que tudo que você pergunta precisa de respostas.
- há,há,há,há, o senhor é muito engraçado - respirei fundo - para onde você vai?
- Está se preparando comigo querida? Eu gostei - falou se aproximando com um sorriso sarcástico.
-primeiramente, eu não sou sua querida. segundo dá pra ir embora?
- Eu sei que a senhorita gostou da minha companhia mas não quer admitir.
- nos seus sonhos... - continuei andando.
- com certeza... - sussurrou.
- como?
- me diga - desconversou - como se chama? - falou indo atrás de mim.
- não vai desistir não é mesmo
- não.
- Me chamo Arminda.
- Então achei a famosa Arminda...
- Como assim, achou?
- você entendeu errado querida, seu lindo nome está estampado em cada extremidade em Cornely.
- É, deveria ter imaginado, mas como foi parar na ilha?
- você é muito insistente querida, mas antes de responder quero que me responda - paramos na estrada
- Qual?
- por que tem uma garota tão linda e sozinha estaria aqui embaixo perto de uma mata tão perigosa?
- eu estava aqui para aliviar meus pensamentos, não sei se sabe mas aqui tem um riacho, antes de você aparecer estava tudo indo bem. Então se me der licença eu irei embora, já está ficando tarde. - rodei os calcanhares mais a dor voltou a aparecer - aí...
- Eu a acompanho... - como se fosse uma pena me pega no colo - a senhorita é muito teimosa. Com uma perna assim tem que ficar em repouso..
- Eu agradeço mas dispenso. - me mexi para sair mas foi como se nada estava acontecido - me largue.
- só quando informar onde você está passando as noites. Não vai me dizer que está sozinha e ainda por cima machucada dessa forma.
- Não vou com você para lugar algum!
- não quero saber porque eu vim parar aqui?
- dispenso, curiosidade não me convém.
- mas eu vou mesmo assim. para onde vamos?
- para o acampamento, estamos próximos... - dada por vencia.
- ótimo!
- Creio que ganhou muito para chegar até aqui. Está cansado?
- Não muito, estou acostumado. O que é isso na sua mão?
- é um livro não vê?
- para uma pessoa que tem a fama que você tem, seria impróprio para tratar um mero camponês fugitivo dessa maneira - disse com o sarcasmo que eu já estava me acostumando.
- E qual seria minha fama Senhor Sebastian?
- Senhor não, eu não me considero um idoso.
- Que seja! - ele riu- você gosta de sorrir não é?
- Não muito, mas estou aprendendo agora. Mas não me respondeu, o que é esse livro?
- e nem você me respondeu, como foi para na ilha?
- Então já estamos temos segredo um do outro, já é um progresso, querida- sorriu beliscando a ponta do meu queixo.
- esse seu sorriso me irrita. Me coloca no chão!
- então está acomodada com meu sorriso, senhorita Arminda? Eu sabia que era bom entre as mulheres, mas tão rápido assim - gargalhou, ignorando meu pedido.
- você tem um amor próprio muito grande sabia, nunca encontrei uma pessoa que me irritasse assim... - mais calma, ele pode ser...
- Por que parou de falar? A perna está doendo tanto assim?
- calma, agora faz todo sentido! Como não pensei nisso! Claro!
- se você não me falar o que faz sentido eu não posso dizer se é ou não.
- você é o sétimo integrante!
- sétimo o que?!
- integrante! Pelo Yesu! Que maravilha!
- É! Você é meio maluquinha querida...
- Quieto! Vamos! Temos muita coisa para fazer.
- Maluquinha demais...

Por trás da ilha E Os Sete Pecados Capitais Where stories live. Discover now