prólogo

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MAXINE estava sentada no chão frio de sua sala de estar, brincando com suas bonecas de pano enquanto sua mãe estava ocupada na cozinha

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MAXINE estava sentada no chão frio de sua sala de estar, brincando com suas bonecas de pano enquanto sua mãe estava ocupada na cozinha. Os raios da grande estrela invadiam a casa pela janela, aquecendo o lugar. A irmã dela, Olivia,  estava sentada com seu laptop, bufando de frustração. A televisão murmurava no fundo, sendo ignorada por Maxine. Suas bonecas eram muito mais interessantes do que as coisas chatas que passavam no noticiário.

Maxine sempre foi a criança quieta, maioritariamente por conta de sua deficiência auditiva. Ela não tinha amigos porque as crianças a achavam estranha. Maxine sempre pedia para brincar com as garotinhas de sua classe, mas elas negavam dramaticamente como se ela fosse muito burra para percebe las, os garotos sussurravam sobre ela durante as aulas, pensando que a loira não os ouvia.

Mas ela sempre ouvia.

Olivia não fez nada para mudar isso. Ela presenciava sua irmã ser isolada pelas outras crianças, ela via sua irmãzinha ser empurrada mesmo que ela não estivesse no caminho. Ela ouvia as garotas zobarem dela e de sua deficiência.

Mas ela não fez nada.

A garotinha se sentia deslocada, ela não se sentia importante. Ela morava em sua própria bolha onde ela nunca seria considerada estranha. Ninguém entendeu Maxine, ou tentou entender. Para escapar da realidade, ela brincava com suas bonecas, inventando histórias felizes para cada uma, para que elas não fossem isoladas e chamadas de esquisitas.

Ela não entendia, por que ela tinha que ser diferente das outras meninas da sua idade. Ela não entendia o sentimento de angústia que sentia quando entrava na escola e que só ia embora quando ela chegava no seu quarto.

Mas em sua casa as coisas não eram muito diferentes. Embora sua mãe tivesse uma 'boa' intenção, ela não conseguia entender Maxine. Ela a encorajava a ser mais extrovertida, a falar mais, mas não era tão simples. E Olivia, ela tinha suas amigas, seus próprios problemas, ou pelo menos foi a desculpa que Max usou para justificar seu comportamento. Eles não entendiam o que Maxine estava passando, não entendiam o que ela sentia, as vezes não o que ela dizia.

Ela se sentia invisível e sozinha.

De repente, o som da televisão ficou mais alto fazendo a garotinha de dez anos olhar para cima e ver as imagens de pânico e gritos na tela. Ela largou sua boneca de  pano, semicerrando os olhos para o dispositivo quando um grunhido alto e agudo soou em seu ouvido.

── Mamãe, o que está acontecendo? ── Maxine perguntou com sua voz trémula.

"Estamos recebendo vários relatos de ataques violentos de toda a cidade!" Gritou o repórter em pânico, "As pessoas estão se transformando em canibais!"

O queixo de Max caiu lentamente enquanto seu olhar estava preso na tela com seu coração batendo rapidamente.

"Pedimos que fique em casa e evite contato com qualquer pessoa que apresente sinais de raiva" Continuou o repórter, com a voz trémula "As autoridades pedem que evacuem a cidade imediatamente, mantendo a calma e seguindo o protocolo."

𝐅𝐀𝐋𝐋Where stories live. Discover now