4. Jump.

25 4 8
                                    

passando rapidinho no começo para pedir que vocês comentem e votem se puderem!!

Boa leitura <3

⋆。°✩

"You smile at me and say it's time to go
But I don't feel like going home"
Silver Tongues, by LT.

⋆。°✩

Louis

Estou de braços cruzados apoiado na pedra suja da pia enquanto vejo Harry mexer incessantemente no seu piercing no lábio e olhando ao redor. Acredito que ele esteja procurando uma saída, mas não há nenhuma. Se eu me esforçasse um pouco, tenho quase certeza que conseguiria ver fumaça saindo de suas orelhas repletas de piercings de tanto que sua cabeça está a mil.

— Como que a gente vai sair daqui? — Harry me lança um olhar cortante na minha direção e eu levanto as mãos em rendição. — Não está mais aqui quem falou.

Harry suspirou, passou a mão nos cachos, desfazendo alguns cachos e depois balançou a cabeça negativamente.

— Não faço a mínima ideia.

O silêncio paira entre nós por um tempo e eu começo a bater o pé direito repetidas vezes no chão. Não suporto o silêncio extenso, as batidas e os gritos dentro da minha cabeça ficam mais altos que o normal. Altos demais. Me sinto oprimido e sufocado. Isso é terrível para mim, além do óbvio, porque eu acabo tendo que pôr vídeos, músicas ou filmes para dormir, estudar ou fazer qualquer outra coisa da minha vida. Nada que eu faço tem silêncio. Por esse motivo, eu volto a falar, tentando preencher esse silêncio opressor.

— Por que esse banheiro é todo fudido assim? — me desencosto da pia e ando pelo espaço, indo de uma ponta a outra. O banheiro não era muito grande, de forma que eu chego na parede oposta em exatos sete passos. Não foi muito complicado contar.

— Ele está “abandonado” há uns anos, quando uns alunos foram fazer trote de último ano bêbados e acabaram quebrando a maçaneta da porta — Me viro a tempo de ver Harry olhando para mim com seus olhos opacos, ele desvia o olhar e aponta para uma marca na porta que indica que um dia existiu uma maçaneta ali. — Eles ficaram umas boas horas aqui dentro. Se um aluno sóbrio é capaz de sem querer quebrar uma porta, imagine o que um bando de adolescentes bêbados não são capazes de fazer juntos trancados em um banheiro. — Styles se virou para o espelho um um enorme rachado no meio e arrumou um cacho do seu mullet que estava caindo na testa.

— Suruba? — brinquei.

Apesar do vidro rachado, eu tenho quase certeza que vi a sombra e um sorriso no seu rosto. Umedeci meus lábios com minha língua em uma tentativa miserável de conter meu próprio sorriso orgulhoso. Não consegui.

Uma dúvida surgiu na minha mente.

— Por que meu pai não consertou esse banheiro — pergunto — ou a luz daquele quarto de limpeza?

Harry deu de ombros, se virando e apoiando o quadril na pia com os braços cruzados.

— Não sei, me diz você.

Eu abri os lábios para responder mas minhas palavras morreram na minha garganta. De repente minha mochila começou a ficar muito pesada, tiro ela das minhas costas e coloco no cantinho mais limpo que eu encontro da pia, ao lado da mochila de Harry. Nós nunca colocaríamos elas nesse chão nojento.

— Não é como se eu soubesse também — resmungo, não tenho certeza se ele ouviu, espero que não. Olho para a tela apagada do meu celular e aperto o botão na lateral só para confirmar o que eu já sabia: descarregado.

opposites | l.sOnde as histórias ganham vida. Descobre agora