Capítulo 94 - Sorte

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Eles me levaram aos chutes e pontapés até um lugar abrigado do sol, iluminado por tochas e impregnado de suor, urina e fezes... Estava cheio de brancos fedidos circulando e falando em altos brados. Havia vários como eu, sem roupas, presos em cordas feitas de ferro, dependurados na pontas dos pés, um ao lado do outro, sofrendo, como peixes secando dependurados no meu assentamento. Eles me prenderam também, pelos pulsos, me deixaram na ponta dos dedos dos pés. Assim que me prenderam, colocaram uma tira de couro nos meus olhos para me impedir de ver. Depois de duas semanas preso em uma pequena gaiola, com movimentos limitados, comecei a sentir dor nos ombros, no pescoço e nos pés. Que depois se espalhou para todo o corpo. As cãibras ficaram insuportáveis como a vontade de urinar mas eu segurei. Ouvia vozes, risadas, tiraram a corda de ferro que prendia as minhas partes íntimas. Fiquei várias horas dependurado, sentindo mãos me apalpando, me batendo, tocando nos meus mamilos, provocando ereção, batendo nas minhas bolas... As minhas partes íntimas se tornaram públicas, abriram meu cu, enfiaram coisas lá dentro, dedos, a minha boca foi aberta, dedos invadiram minha garganta e eu quase vomitei. Depois de algumas horas eles me arrastaram de volta vendado para minha gaiola. Eu era só uma coisa para eles. A mulher me tirou a tira de couro dos meus olhos e devolveu a minha visão.

- Você foi vendido hoje! Logo vão te levar embora.

- Então tive sorte!

- Come seu pão duro. Bebe sua água. Bebe bastante. Tenta descansar...

- Responde!

- Não, não teve sorte.

- Não entendo. Você disse... Você prometeu... Ter sorte não é ser "vendido"? Quero ter sorte!

- Talvez... Vai depender de você. Se você for obediente e submisso poderá viver um pouco mais e ter algumas regalias. Prepare-se. Logo vão te levar, você vai sair dessa gaiola horrível. Mas não vou mentir para você. O lugar que vão te levar não é melhor do que este aqui...

- Por que não me solta? Me deixa ir...

- Não posso... Eu sou paga para cuidar dos escravos... Não tenho a chave dos cadeados, nem das algemas. Não posso abrir isso que te prende aqui. Olhe, isso é um cadeado, isso é uma algema, isso é uma coleira e isso é um cinto de castidade...

- Por que?

- Você é um escravo... É assim que as coisas são.

- O que é ser paga?

- Recebo dinheiro...

- O que é di-ne-ro? O que é isso? É de comer?

- Não...

- É de beber?

- Não! Você é um tolo, não sabe de nada.

- Não... Sou só um escravo.

*Snif*

- Desculpe, não quiz dizer isso. Eles me pagam para trabalhar aqui. Eu cuido de cinquenta gaiolas, trato dos escravos... Com o dinheiro que recebo, compro comida no mercado, pago aluguel... Deixa eu te mostrar... Olha... Isso é o meu pagamento. É ouro, é tão valioso! Eles me dão ouro em pó. Um pouco... Todo mês... Posso comprar uma casa, cavalos, comida, escravos... O ouro compra tudo. Ouro pode comprar essa cidade! Pode destruir também e reconstruir... Esse anel é de ouro. Esse brinco também... É tudo que eu tenho!

- Ouro pode comprar sorte?

- Não, escravo...

- Então não vale nada...

- Mas ouro pode comprar pessoas... Você é uma pessoa como eu. Mas é um escravo. De certa forma eu também sou até ter muito ouro para me libertar..

- Mas você tem os seus cabelos...

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