CAPÍTULO 37 - BÔNUS

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— Estava bom demais para ser verdade — argumentei, jogando-me na cadeira que tinha em frente sua mesa.

— Esse contrato é muito lucrativo, sem contar o prestígio de restaurar peças milenares como aquelas, mas não posso me deslocar para cuidar da equipe, isso aqui não funciona sem mim — se gabou e sorrimos.

— O rancho do Landon fica bem perto das terras onde estão acontecendo as escavações, não sei se estou a fim de topar com ele por lá.

— Pensei a mesma coisa, mas não posso decidir por você. Pense bem e me avise.

Concordei e voltei para a minha sala.

Passei a tarde toda pensando em tudo que poderia acontecer caso eu aceitasse passar esse tempo no Texas. Não era a primeira vez que teríamos que nos deslocar para um outro estado, o problema era que aquele era o território de Landon e não sabia se estava disposta a me encontrar com ele com mais frequência do que o necessário.

*

Depois de tanto Beatrice me encher o saco, eu acabei pedindo a James que seu gabinete tirasse a restrição do contrato da empresa de Eva e autorizasse que ela fizesse a restauração do acervo que tinha sido encontrado. Ele concordou, mas deixou claro que as peças não poderiam ser levadas para Nova York, ou seja, o trabalho precisaria ser feiro em Sun Valley.

Três dias depois, ela chegou com sua equipe na cidade.

Imediatamente pedi ao meu homem de confiança que fizesse uma investigação para saber onde Eva estava morando. Ao ficar sabendo que ela estava hospedada em um de meus hotéis, um quase sorriso se desenhou em meu rosto. Sua estadia seria bem divertida, ao menos para mim.

— Senhor McFarland, eu queria fazer um pedido — Chiara disse ao entrar na minha sala.

— Que pedido? — questionei com olhar fixo na papelada da minha mesa.

— Hoje é meu aniversário e queria saber se poderíamos nos ver mais tarde. Comprei uma fantasia que o senhor vai adorar.

Com Eva na cidade, a última coisa que eu queria era sair com Chiara, no entanto, descarregar o tesão que estava sentindo na minha assistente poderia ser uma boa tática para não perder a cabeça quando me encontrasse com aquela diaba.

— Pode ser — concordei sem entusiasmo.

— Vou ficar até mais tarde hoje para terminar de preparar os detalhes da reunião de amanhã, mas podemos nos encontrar depois que eu sair daqui — ela sugeriu.

— Ok, mas eu te ligo para confirmar. Agora pode ir — falei sem paciência e ela assentiu.

Minutos depois que ela saiu, minha irmã apareceu na minha sala e me encontrou relendo um relatório sobre Eva, que o Bill tinha me enviado por e-mail

— Posso saber o motivo desse sorriso diabólico no seu rosto? — Beatrice perguntou ao entrar na minha sala.

Era fim de tarde e imaginei que ela tivesse passado ali, para ver seu marido língua de trapo.

— Eva está na cidade, hospedada no meu hotel, aceitando todas as exigências que impus. Então a minha tarde não poderia estar melhor.

— Eu sei que você está amando achar que ela está dançando conforme a sua música, mas no fundo, bem lá no fundo, nós sabemos que o feitiço vai virar contra o feiticeiro e logo vocês vão estar engalfinhados por aí — rebateu.

— A ideia não é ruim, mas nosso tempo já passou — comentei sem entusiasmo.

— Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos. Que tal uma bebida no bar do seu restaurante? — sugeriu.

— Agora você falou uma coisa sensata — respondi e caminhamos para fora da presidência.

A refinaria ficava em uma área afastada da cidade, mas em poucos minutos já estávamos passando pelo portal de Sun Valley, uma cidade com menos de cinquenta mil habitantes, mas que era bem desenvolvida por causa do turismo e principalmente da minha refinaria, que levou progresso e milhares de empregos.

Em Houston, eu dificilmente saía de casa, mas em Sun Valley eu gostava de circular, sem contar que conhecia todos os empresários locais, desde donos de bancas de revistas, aos fazendeiros mais importantes da região.

A McFarland Oil era a principal fonte de renda de grande parte da população, por isso toda vez que entrava em algum estabelecimento, era tratado com muito respeito e admiração.

Entramos no Drewbar que ficava anexado ao hotel. Além de bar, era um dos restaurantes mais requintados da cidade, frequentado por empresários e turistas que estavam de passagem pela região, pois tínhamos os melhores drinques, uma carta de vinho sensacional e uma comida espetacular.

Cumprimentamos o gerente e seguimos para o balcão onde pedimos dois drinques. Já estávamos conversando há alguns minutos quando Beatrice me encarou com os olhos levemente arregalados.

— Não olhe agora, mas acho que é a Eva ali na última mesa — ela disse e eu me virei.

Eu sabia que ela estava hospedada ali, mas não achei que iria encontrá-la naquele horário. Ela estava sozinha em uma mesa, concentrada em seu notebook, enquanto bebia uma taça de vinho branco.

Os cabelos estavam presos em um coque, com alguns fios caindo sobre seu rosto. De onde eu estava, não consegui ver direito a roupa que usava, mas estava linda como sempre.

— Eu vou lá falar com ela — Beatrice disse.

Antes que eu pudesse fazer aquela maluca mudar de ideia, ela pulou da banqueta e caminhou em direção a mesa de Eva.

Droga!  

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EVA STONE E O REI DO PETRÓLEO Where stories live. Discover now