𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐

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    Kang Ji apagou completamente após sua chegada

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    Kang Ji apagou completamente após sua chegada. Sun Yun havia ficado como guarda pelo restante da noite, e durante o tempo que se passou, usou as suas reservas de energia para os irmãos Ji descansarem. Quando os primeiros raios de sol tomaram a linha do horizonte, Lan Ji foi a primeira a despertar, e podendo presenciar os primeiros pescadores da vila se aproximarem dos barcos e entrarem em uma conversação sobre as rotas daqueles navios, sua reação imediata foi chamar pelo companheiro mais novo.

    Esgueirando-se, pararam na borda do navio que ocupavam, observando cautelosos os movimentos e captando os pontos úteis da conversa dos pescadores. Rapidamente descobriram a informação que lhes ajudou a tomar o rumo de seu trajeto de fuga.

    — Vamos pular na embarcação deles. – Lan determinou.

    O plano original consistia em chegar a Ye, mas uma viagem de barco até o local era perigosa, caso esse veículo não pertencesse a uma das capitais, ou não fosse um navio comercial. Os pescadores que a dupla presenciou possuíam um navio extenso que levaria peixes e outros frutos do mar daquelas águas para as cidades distantes, e faria uma breve parada em Ye. Um momento de distração dos pescadores foi aproveitado por Sun Yun, com uma corda que arranjou em outro navio, amarrou a cintura de seu amigo e o desceu até o assoalho amadeirado. Lan Ji ficou ao seu lado, atenta ao perímetro.

    O mais novo trabalhou velozmente.

    Seus músculos contraíam devido a força para segurar a corda. Com outra corda, Sun Yun enrolou nas mãos da mulher de cabelos esverdeados, e a desceu para o outro navio, os ventos sopravam com certa intensidade naquela manhã – um sinal de que o mar estaria agitado —, Lan se distraiu por um instante na descida, observava atenta a estrela brilhante, emanando o calor em seus longos raios de luz, quando seus pés ficaram suspensos a alguns centímetros do piso, soltou o fio grosseiro, e ao pisar na madeira, procurou apoiar-se no caixote mais próximo.

    As ondas balançavam a embarcação, bem como os resquícios de comida do jantar remexiam no estômago da mais velha, causando um ânsia que foi contida. As íris damasco da mulher varreram o local nos segundos seguintes. Por toda a embarcação havia enormes caixas de madeira; a lateral superior de cada quadrado abrigava informações como a data da pesca, o fruto armazenado e a região de onde fora pescado. Lan manteve o corpo de pé, e virou seu rosto para olhar o rapaz mais novo, já no navio, que recolhia a corda. O trio se escondeu nos caixotes (separados).

    Sun precisou carregar Kang e colocar no esconderijo, pois o mercenário seguia desacordado. Lan entrou no caixote que se segurava, o mesmo possuía algumas lulas com seus tentáculos dobrados e amarrados, sem vida e um líquido escuro escorrendo de suas ventosas, alagando a caixa.

    — Tudo bem aí? — a voz do mais novo soou preocupada com a mulher.

Lan possuía nojo de substâncias pegajosas ou líquidos que foram expelidos por algum animal, todavia, não era uma boa hora para fraquejar, o seu destino final estava longe de toda a terra firme que eles pisaram nos últimos dias. A mulher se sentou, segurando e escorregando pela parede do local quadrado, passou seus dedos pela saia cumprida, levando o tecido para confortar suas nádegas e manter o isolamento contra o líquido. Sun a observava, aguardando pacientemente, enquanto ela recolhia as pernas e abraçava.

    — Eu vou fechar essa parte — a mais velha assentiu e rapaz empurrava a porta de madeira, se despedindo — fica bem, Lan!

    — E você tenta manter a comida no estômago! — riu baixinho, enrolando os fios verdejantes antes de apoiar as mãos no chão, enquanto Sun apenas soltou um risada sem graça.

    Era medroso quando o assunto se referia a mar, sentia-se enjoado ao fazer uma viajem como aquela, todo a movimentação da embarcação o deixava tonto e ansioso. Após trancar a companheira, seguiu seu caminho. A poucos metros estava uma caixa larga e baixa, menos da metade do retângulo fora preenchido com gelo e por cima das pedras grossas estavam entre dez e vinte quilos de camarão, Kang ficou sobre a mercadoria, a caixa também foi trancada e ligeiro Sun procurou um esconderijo, pois ouviu as vozes dos pescadores e passos em sua direção.

   — Logo estaremos na época de baixas e os peixes vão sumir, é melhor garantir que a mercadoria chegue às capitais. — o outro pescador sugeriu, virando-se para voltar pela direção anterior — Cuidado com piratas!

    — Pode deixar.

    O diálogo cessou, as palavras foram substituídas pelo ruído dos calçados dos homens ao pressionarem contra o chão, o ranger da madeira diminuía gradativamente e nos instantes seguintes o silêncio habitou o ambiente traseiro do navio. Lan manteve os ouvidos atentos e grudados a madeira, uma farpa da parede acabou machucando sua maçã do rosto e a mulher conteve um gemido, a força das águas batia contra o casco do navio, o chacoalhava como um chocalho de bebê, o movimento brusco levou o trio de uma parede a outra nos caixotes.

    A mais velha revirou por cima das lulas, o líquido preto sujou sua blusa e o restante da saia longa, o coque baixo desmanchou, jogando os fios cumpridos na substância escura, respingando sobre a face leitosa. "Que inferno", era o seu pensamento. Sun Yun estava de pé, recostado na caixa, apoiado sobre uma perna e pisando a outra na parede, quando o navio balançou, seu corpo franzino se desequilibrou, sendo jogado para frente pela inércia. Kang rolou sobre o camarão em seu esconderijo, no entanto, nem o impacto de seu corpo contra a madeira, nem o frio ou cheiro foram capazes de acordá-lo.

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⏰ Última atualização: Apr 26 ⏰

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