A era do Caos: O Destino dos Caídos

7 - Desequilíbrio

O dia da visita finalmente chegou, depois de três longas e caóticas semanas.

O grupo recebeu uma ligação do promotor do evento, que informou que um carro buscaria eles, então deram um endereço falso e aguardaram no local.

Mabel estava vestida de forma mais madura, e até fez uma maquiagem que a deixasse mais velha, falsificando até mesmo linhas de expressão. Ela usou uma roupa decotada, porque nunca sabia quando iria precisar usar uma de suas armas mais poderosa.

Quando chegaram à sede, a primeira coisa que Mabel fez foi estudar a planta do local. O guia os levou para conhecer os primeiros andares, e ela presumiu que todos se pareciam um pouco.

- Ah, eu estava tão ansiosa para conhecer o Senador. Quando podemos? - Maitê perguntou, com a maior cara de pau.

- Não, não. - Explicou o guia. - O senador trabalha no quinto andar, e está fora dos limites. Ele é uma figura muito ocupada, mas não se preocupem! Os deputados virão cumprimentá-los!

Maitê deu uma piscadinha para Mabel, que assentiu, agradecendo pela informação.

Quando chegaram no terceiro andar, o último que visitariam, Mabel se aproximou de Maitê e a pegou pela cintura, a puxando para si, fingindo que ia beijar seu pescoço, para poder sussurrar em seu ouvido.

- Quando eu for ao banheiro, preciso que faça a maior cena da sua vida fingindo estar passando mal. Atraia a atenção de todo mundo. - Maitê riu devido a cócegas, mas assentiu, mostrando que entendeu. Mabel pigarreou e levantou o tom de voz. - Com licença, onde eu posso usar o banheiro?

- No corredor à direita do elevador. - Respondeu o guia. - Pode ir, esperaremos você retornar para continuarmos.

Mabel se retirou e digitou uma mensagem no grupo para Robson, pedindo para ele e Beto encontrarem ela assim que Maitê conseguisse uma distração.

O plano quase foi por água abaixo quando ela descobriu que, para chamar o elevador, precisava de um crachá. Mas, para sua sorte, o elevador apitou, sinalizando que abriria no seu andar. Ela se esgueirou para se esconder no corredor do banheiro até os passageiros descerem, e conseguiu parar a porta com o braço bem a tempo antes de ela fechar quando ele já estava vazio. Antes de a porta fechar completamente, ela pôde ver Maitê se jogar no chão, fingindo passar mal.

Por sorte, o quinto andar estava quase vazio. Não foi difícil chegar até a sala com a placa "Senador" na porta, sem ser flagrada. Antes de entrar, mandou uma mensagem para Robson explicando como chegar lá, e informou que o sinal para invadirem a sala, caso necessário, seria um assobio.

E então, reunindo a coragem necessária, entrou na sala e fechou a porta atrás de si.

Para sua sorte ou azar, o Senador Sérgio estava em sua mesa, e a observava, confuso.

- Quem é você? - Ele perguntou, se levantando de sua cadeira, que mais parecia uma poltrona.

- Senhor Senador, devo dizer que é uma enorme honra finalmente conhecê-lo. - Mabel abriu seu melhor sorriso. - Eu participei da gincana apenas na esperança de conhecê-lo, uma pena você não ter participado do evento.

Ele parecia estar claramente desconfortável.

- Entendo, mas você não deveria estar aqui. Como chegou até minha sala? - Ele levou a mão ao telefone em sua mesa, o que fez com que Mabel se desesperasse um pouco e avançasse para frente.