𝙲𝚒𝚌𝚊𝚝𝚛𝚒𝚣𝚎𝚜 𝚍𝚘 𝚙𝚊𝚜𝚜𝚊𝚍𝚘 - cicatrizes do passado.

Sombras do passado.

O DESPERTADOR ECOOU pelo quarto escuro, arrancando Nabi dos braços do sono. Ela suspirou, esfregando os olhos cansados enquanto se levantava da cama. Mais um dia, mais uma vez a mesma rotina monótona.

Após um rápido banho, Nabi escovou os dentes com indiferença, o reflexo no espelho mostrando uma expressão vazia. Ela se vestiu com uniforme da cafeteria, um sorriso falso pintado no rosto enquanto se preparava para mais um dia de trabalho.

Ao sair de casa, Nabi sentiu o peso do tédio se instalando sobre seus ombros. A cidade parecia cinza e sem vida, refletindo seu próprio estado de espírito. Ela caminhava pelas ruas lotadas, perdida em seus pensamentos sombrios.

Chegando à cafeteria, Nabi se preparou para mais uma jornada de servir café e sorrisos falsos para clientes indiferentes. Ela trabalhava com eficiência, mas sua mente vagava para lugares sombrios, onde pesadelos se tornavam realidade.

A tarde arrastava-se lentamente, cada minuto parecendo uma eternidade de tédio e monotonia. Nabi observava os clientes com seu olhar vazio, sentindo a escuridão que os envolvia. Cada pessoa carregava seus próprios demônios, e ela podia senti-los como sombras pairando sobre suas almas.

Então, quando a noite finalmente chegou, trazendo consigo a promessa de libertação do trabalho tedioso, um arrepio percorreu a espinha de Nabi. Um pressentimento sombrio a envolveu quando um homem estranho adentrou a cafeteria.

Seus olhos encontraram os dele por um breve momento, e Nabi sentiu a escuridão que o consumia. Era uma escuridão profunda, uma sombra que parecia engolir tudo ao seu redor. Ela se perguntou o que esse homem esquisito poderia querer ali, e por que ela sentia um pressentimento tão sinistro em relação a ele.

Mas ela não teve muito tempo para pensar nisso. O trabalho a chamava, e Nabi afastou os pensamentos sombrios enquanto se concentrava em atender o estranho cliente. No entanto, uma sensação de inquietude continuava a roer seu âmago, como se o destino estivesse prestes a lançar uma sombra sobre sua vida pacata mais uma vez.

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A noite envolvia a cidade com seu manto escuro quando Shigaraki emergiu dos becos sombrios, uma figura sinistra em seu traje característico: moletom preto com capuz, máscara descartável e tênis vermelho. Cada passo que ele dava ecoava pelas ruas desertas, carregado com a promessa de caos e destruição.

Seus olhos, ocultos pela máscara, encontraram uma cafeteria iluminada, destacando-se contra a escuridão da noite. Sem hesitar, ele decidiu entrar, movido por um desejo momentâneo de saciar sua sede por café ou talvez apenas pela sensação fugaz de controle sobre os outros.

Ao cruzar a porta, seus olhos frios se encontraram com os da barista, Nabi. Ela parecia não reconhecê-lo sob a máscara, mas algo em seu olhar despertou uma lembrança fugaz de tempos mais simples, antes de sua queda na escuridão.

"O que você vai querer?" A voz de Nabi cortou o silêncio, quebrando o breve momento de contemplação de Shigaraki.

"Um café preto. Rápido." Sua voz era áspera, cortante como lâmina afiada. Ele não tinha tempo para conversas triviais.

Nabi assentiu, servindo o café rapidamente antes de voltar para o trabalho. Enquanto Shigaraki tomava sua bebida, seus pensamentos vagueavam para o passado distante, para uma época em que ele ainda era um garoto inocente, sem noção do que o futuro reservava.

Mas essas lembranças eram como fantasmas que assombravam seus pensamentos, lembrando-o das escolhas que havia feito, das vidas que havia destruído. Ele era um vilão, um monstro nas sombras, e nada poderia mudar isso.

Ao terminar o café, Shigaraki deixou a cafeteria para trás, mergulhando mais uma vez na escuridão da noite. O encontro com Nabi havia sido apenas um breve desvio em seu caminho de destruição, uma lembrança fugaz de um passado que ele preferia esquecer.

Mas mesmo nas sombras, as memórias persistiam, sussurrando promessas de redenção que ele sabia que nunca poderia cumprir. E assim, Shigaraki continuou sua jornada solitária, um vilão sem remorsos, perdido nas sombras do passado.

E enquanto isso, Nabi, a garota com o poder sombrio de trazer pesadelos à vida, sentia-se inquieta, pois o encontro com aquele homem estranho deixou uma impressão sombria em seu coração. O destino havia lançado uma sombra sobre sua vida pacata mais uma vez, e ela mal podia esperar para descobrir o que isso significava.

Enquanto trabalhava na cafeteria durante a noite, Nabi não conseguia evitar que sua mente voltasse ao encontro com aquele homem misterioso. Ela se perguntava quem ele era, o que ele queria e por que ele a deixou tão desconfortável.

Cada vez que ela se lembrava dos olhos frios e vazios por trás da máscara, um arrepio percorria sua espinha. Ela sentia como se estivesse olhando para o próprio abismo, para a escuridão que habitava dentro de cada um de nós.

Enquanto servia café após café, Nabi observava os clientes com um misto de curiosidade e apreensão. Ela podia sentir a escuridão que os envolvia, os medos e angústias que os assombravam. Era um fardo pesado carregar o peso dos pesadelos dos outros, mas era também uma dádiva, uma maneira de se conectar com o mundo ao seu redor de uma forma única.

À medida que a noite avançava, o tempo parecia se arrastar lentamente. Cada minuto parecia uma eternidade de tédio e monotonia, mas Nabi estava acostumada com isso. Ela havia aprendido a suportar a solidão e o vazio que a rodeavam, a encontrar conforto nas sombras que habitavam sua própria alma.

Então, quando o homem misterioso finalmente deixou a cafeteria, Nabi sentiu um misto de alívio e inquietação. Ela não conseguia explicar a sensação estranha que ele despertou dentro dela, mas sabia que não conseguia ignorá-la.

À medida que as últimas luzes da noite se apagavam e a cidade mergulhava na escuridão, Nabi se preparava para voltar para casa. Ela sabia que tinha muito em que pensar, muitas perguntas sem resposta que a assombravam. Mas por enquanto, ela deixaria esses pensamentos de lado e se entregaria aos sonhos escuros que a esperavam na noite.