my security guard - merder

companhia

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Meredith Grey

Antes de anoitecer papai me ligou para saber como eu estava. Nossa ligação durou quase uma hora, e posso assegurar que depois disso fiquei bem mais tranquila. Horas depois ele me manda uma mensagem de texto seguida de uma foto dele abraçado com a mamãe, juntos e sorrindo. Fico olhando para eles até que ouvi batidas na porta.

— O jantar está pronto, querida. — Senhora Jones me avisa com um sorriso gentil e logo se afasta da porta. Ela está na família há 20 anos e praticamente assistiu cada passo da minha vida. Lembrou-me de vê-la na plateia de cada apresentação escolar minha, quando mamãe não tinha tempo para ver. Saber que ela estará aqui comigo afasta metade da minha angústia.

Antes de descer para a cozinha vou para o outro corredor dos quartos e paro na frente da porta de Derek. Bato e espero ele responder.

A porta se abre rapidamente e o moreno aparece, vestido menos formal dessa vez; uma camisa de algodão preta e uma calça de moletom da mesma cor, seus pés com meias brancas e um casaco cinza escuro escondia seus braços musculosos.

— Senhorita Grey, do que precisa? — Ele pergunta. Preciso de você todo, pode ser?

— Preciso que jante comigo. — Indago, cruzando os braços abaixo do peito, tentando parecer autoritária.

— Eu já jantei. — Derek parece meio desalinhado com meu convite.

— Então me acompanhe até a cozinha.

— Tenho certeza que não há perigo algum no trajeto até a cozinha, Senhorita Grey. — Se desculpou, com um sorriso gentil e forçado. Reviro os olhos, ele é um saco as vezes.

— Eu sei que não, mas gostaria de uma companhia no jantar. — Explico e o vejo balançar a cabeça.

— A Senhora Jones não janta com você? — Cada vez se esquiva mais de mim, negando-me.

Será que depois das minhas brincadeirinhas na sorveteria ele ficará me ignorando como agora? Mas ainda bem que desta vez só quero sua companhia, pois jantar sozinha sendo acostumada com a mesa cheia, é solidão na certa.

— A Senhora Jones dorme cedo. Mas tudo bem, obrigada do mesmo jeito. E boa noite. — Não lhe dou tempo para responder e me afasto até a escada, descendo rapidamente, como se estivesse fugindo de algo que não pode me alcançar.

Vejo a mesa posta para uma pessoa. Suspiro, meio amargurada. Essa ida do meu pai e o constante medo de algo me deixou emocional demais, mas será que é pedir muito uma companhia?  Nem que seja para ficar em silêncio, não iria me sentir tão sozinha.

Me sento e vejo que o prato de hoje é macarrão ao pesto com frango, uma das minhas refeições favoritas. Pego os talheres e começo a comer, olhando para o nada enquanto saboreio a comida. Nunca tive o costume de mexer no celular ou assistir algo na hora de jantar, mas hoje seria bom tentar. Se a presença ilustre de Derek não aparecesse minutos depois.

— Resolveu aparecer? — Comento sarcasticamente, e dou mais uma garfada na comida.

Ele dá de ombros e puxa uma cadeira para se sentar. Eu estou em uma ponta da mesa e Derek está na minha frente, de um dos lados, porém afastado de mim. Acho que o traumatizei na sorveteria.

— Tentando não ser muito profissional. — Esclareceu, considerando minha opinião de horas atrás. — Como está o jantar?

Com a boca cheia me impossibilitando de lhe objetar, apenas balanço a cabeça veemente para afirmar meu contentamento.