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Rafa
Eu já tinha visto na TV muitos casos de pais que abandonam seus filhos, mas nunca imaginei que um dia alguém deixaria um bebê na porta, ou melhor, dentro da minha casa.
Deixei a Manu cuidando daquele pacotinho rosa e fui conversar com o meu segurança. Tinha que descobrir como a pessoa havia entrado em minha casa.
— Bom dia Jorge. — Cumprimentei-o assim que cheguei ao local em que ele se encontrava.
— Bom dia senhor. Em que eu posso ajudá-lo?
— Jorge, por acaso você notou algo estranho ou alguma pessoa rondando a casa quando chegou.
— Não senhor, a única coisa um pouco estranha que aconteceu foi que uma moça, com um bebê nos braços, me pediu um copo com água, mas quando voltei ela tinha sumido. — Só podia ser a mãe da criança. — Aconteceu alguma coisa? — Expliquei a ele o que tinha acontecido.
— Merda! — Xingou. — Desculpe-me senhor. Eu acho que sei como a moça entrou. Só pode ter sido na hora que o Pedro saiu.
— Eu não entendo como ele não a viu entrar?
— O portão está funcionando manual. O técnico ficou de vir hoje para consertar. Deve ter sido na hora que o Pedro saiu com o carro que ela deve ter entrado.
— Porra, eu pago caro para vocês tomarem conta da segurança da minha família e não para deixarem um estranho entrar em minha casa. — Falei mais alto do que pretendia.
— Desculpe-me senhor, vamos ficar mais atentos. — Falou de cabeça baixa. Era até engraçado ver um homem de quase dois metros de altura envergonhado.
— Tudo bem, mas fiquem mais atentos. Poderia ter sido um bandido. — Assentiu.
Voltei para minha esposa e a ajudei a descer da casa da árvore com o bebê.
Manu estava encantada com aquele pequeno pacotinho em seus braços. Meu coração se aqueceu ao ver como seus olhos brilhavam. Aquele pequeno anjinho tinha conquistado o amor dela.
Depois que ela voltou a dormir, Manu colocou-a em nossa cama e ficou velando seu sono. Enquanto isso eu fui ver o que tinha dentro da pequena bolsa dela.
Tinha algumas roupinhas, fraldas, remédios e uma carta direcionada a mim. Achei estranho. A mãe da garotinha me conhecia?
— O que é isso amor? — Manu perguntou enquanto eu olhava confuso para aquele pedaço de papel.
— Não sei amor. Parecer ser uma carta, mas o mais estranho é que tem meu nome nela.
— Então abre. — Abri e comecei a ler.
