Capítulo 39 - Sombra da Escuridão

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A luz do dia cedia lugar à iminente escuridão, enquanto Charlotte guiava seu carro pela estrada deserta. O crepúsculo emoldurava o horizonte, tingindo-o com tons de laranja e vermelho, mas o cenário idílico logo se transformaria em um pesadelo.

O vento sussurrava em um tom arrepiante, como se advertisse sobre o perigo iminente, mas Charlotte, imersa em seus pensamentos, não percebia os sinais. Seus olhos estavam fixos na estrada à frente, enquanto seu coração pulsava com uma mistura de ansiedade e determinação.

De repente, algo cortou o ar com um assobio agudo. Um arrepio percorreu a espinha de Charlotte, quando ela viu uma figura etérea emergindo das sombras à beira da estrada. Eram espíritos malévolos, suas formas distorcidas ondulando como sombras vivas.

Os espíritos malévolos emergiram das sombras como pesadelos materializados. Suas formas distorcidas e contorcidas se contorciam em grotescas caricaturas da vida, cada uma mais aterrorizante que a outra.

Alguns pareciam seres humanoides, mas com membros alongados e rostos distorcidos por um sorriso sinistro que se estendia além do normal. Seus olhos brilhavam com uma luz pálida e vazia, sem alma ou compaixão, apenas uma sede insaciável por caos e sofrimento.

Além dessas abominações, havia espíritos que desafiavam qualquer descrição racional. Eram formas amorfas e informes, distorcidas por uma malevolência ancestral que parecia corromper o próprio tecido da realidade. Seus gemidos ecoavam como lamentos de almas perdidas, ecoando na mente de Charlotte com uma melodia de desespero.

Cada um desses seres horríveis contribuía para a aura de terror que envolvia Charlotte, sua presença sinistra preenchendo o ar com um palpável mal-estar. Diante desse exército de pesadelos, Charlotte se via encurralada em um mundo de sombras e horror, lutando para encontrar uma saída dessa escuridão implacável.

Outros pareciam criaturas híbridas, uma mescla de animais e seres humanos deformados. Tinham garras afiadas que estalavam no ar, prontas para rasgar e dilacerar qualquer coisa que cruzasse seu caminho. Suas bocas abertas revelavam fileiras de dentes afiados como navalhas, prontos para devorar qualquer coisa que ousasse desafiá-los.

A orla de fogo que circundava alguns desses espíritos era uma visão aterradora, uma manifestação de sua natureza maligna e ardente. Charlotte podia sentir o calor abrasador emanando dessas entidades distorcidas, uma sensação que queimava sua pele e enregelava sua alma ao mesmo tempo.

Enquanto os espíritos avançavam em sua direção, ela sentia o pavor se apoderar de seu coração, seu peito apertado pela pressão do medo que a envolvia como uma sombra sufocante. Cada passo que eles davam, parecia ressoar no ar como um eco de sua própria agonia, cada chama dançante ao redor de seus corpos distorcidos, parecia sussurrar ameaças veladas e promessas de dor e tormento.

Charlotte lutava para manter a calma, mas seu coração batia descompassado dentro do peito, uma sinfonia de terror que ecoava em seus ouvidos. Seus olhos se fixaram nas formas distorcidas que se aproximavam, suas feições retorcidas em um sorriso diabólico que arrepiava sua espinha e a deixava paralisada pelo medo.

O rugido do motor ecoava no interior do carro enquanto Charlotte pisava fundo no acelerador, a adrenalina pulsando em suas veias enquanto o veículo disparava pela estrada escura. Atrás dela, as bolas de fogo dos espíritos malévolos cortavam o ar em um arco sinistro, explodindo em chamas ao atingirem o solo e enviando faíscas ardentes em todas as direções.

O carro balançava violentamente, conforme Charlotte manobrava em zigue-zague, tentando desviar das bolas de fogo, que se aproximavam perigosamente. O calor intenso podia ser sentido, mesmo através das janelas fechadas, enquanto o odor acre da fumaça, invadia o interior do veículo.

O despertar de LÚCIFERWhere stories live. Discover now