"Capítulo Quatro."

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Ana.

Depois de várias aulas, e de eu finalmente me concentrar e esquecer do envelope, do  Paulo e de todo o resto, as aulas daquele dia chegaram ao fim.
Saímos todos juntos das salas, os corredores encheram de vários alunos em questão de tempo. Olhei ao redor, mas não o vi. Porque eu estava tão interessada assim, isso nunca aconteceu comigo.
A chuva tinha parado, e por fim levado com ela, todos os raios e trovões para bem longe. Mas não havia acalmado a tempestade que se formava em meu coração.
— Ana, amiga, você está bem? – A July me questiona andando ao meu lado.
— Estou sim! Porque?
— Não parece. Você tá estranha, avoada, como se algo estivesse te atormentando... Até se esqueceu de voltar para me buscar hoje de...– Ela não terminou, pois o Matheus parou bem a nossa frente.
— Ana, posso falar com você? – Como éramos do primeiro ano, ele e o Paulo não eram da nossa classe, eles já estavam um ano a nossa frente na escola, e encontrar com ele mesmo sendo de outra turma, estava se tornando repetitivo demais.
— Ei, eu tô falando com ela agora! – A July contesta brava.
— Tudo bem! Eu posso voltar depois.
— Não, espera Matheus. – Peço para ele, que para.
— July, nós vamos ter o tempo todo para conversar, não é justo com o Matheus, a horas que ele tá querendo falar comigo. – Ela revira os olhos e cruza os braços. — Eu fico até mais tarde com você amiga, a gente aproveita e ver aquele filme que marcamos outro dia.
— Tá, tá bom! – Ela cede. — Te vejo daqui a pouco. E vê se cuida da minha amiga, OK? – Ela fala com o Matheus. — Tô de olho em você!
— Laiza! – Ela chama por uma colega nossa que passa pelo corredor, e a acompanha, mas antes volta e me abraça.
— Até mais tarde, amiga. – Elas somem no corredor e então me viro para o Matheus.
— Então, o que você queria falar comigo? – Ele pega em minha mão.
— A gente pode sair daqui, e ir pra um lugar mais calmo?
— Claro! Claro que sim! – Saímos lado a lado, não sabia o que o Matheus queria comigo, mas ainda assim estava com certa curiosidade, já que queria esquecer certas coisas, ou melhor, certas pessoas.
Chegamos ao jardim, já era fim de tarde, as luzes já estavam acesas e iluminavam o jardim. O mesmo jardim, que eu estive a primeira vez com o Paulo, porque tudo tinha que ser aqui agora? Mas que merda! Porque lembrar dele?
— Cê tá bem? – O Matheus pergunta percebendo que estou aérea.
— Sim, estou. Mas porque você me trouxe logo aqui? – Questionei ele, e me sentei no banco.
— Porque? Não gosta daqui? A gente pode ir pra outro lugar se quiser.
— Não, tudo bem! Eu que estou um pouco estressada hoje. Mas então, o que você quer falar? – Pergunto.
—Ana, sei que posso estar sendo precipitado, mas eu prefiro falar agora, do que deixar pra depois e te perder.
— Me perder? Como assim, não estou te entendendo? – Pergunto confusa, e ele se senta ao meu lado, segura mais uma vez em minhas mãos, e olha bem fundo nos meus olhos.
— Ana, eu gosto de você!
— Eu também gosto de você.
— Sério? Então você quer namorar comigo? – Pergunta com um sorriso de canto a canto do rosto.
Solto das suas mãos, entendendo só agora, o “gostar” dele.
— Matheus, eu...– Me levanto, e ele faz o mesmo.
— O que foi? É cedo demais?
— Não é isso... Na verdade é sim, eu... Eu, nunca namorei, e te conheci ontem, como pode gostar de mim, em tão pouco tempo?
– Confesso envergonhada.
— Você nunca namorou? Mas com certeza já beijou alguém, certo?!
— Não! E é por isso que, eu... – Ele não deixa que eu termine.
— Espera Ana, eu não preciso que me responda agora, eu só quero que pense com carinho no meu pedido e me deixe, ser o seu primeiro amor! – Ele beija o meu rosto. — Nos vemos no jantar. – Meu rosto ainda está envolto em suas mãos, minhas bochechas esquentam, ele sorri e se vai.

Nosso destino. "O amor e ódio, de Paulo e Ana!"Where stories live. Discover now