CAPÍTULO 16 - 10 SEGUNDOS (ERIC POV)

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Eu sabia que tinha me tornado um pouco ridículo depois da Nina.

Existia o Eric A.N e D.N. Antes da Nina e o Depois da Nina.

Por exemplo, antes, no meu carro você podia apenas encontrar cds com rock clássico. Agora eu tinha aderido aos pendrives, e neles continham músicas como Coldplay, Snow Patrol, Muse e outros.

Antes da Nina eu nem mexia no Facebook e em redes sociais. Agora, eu ficava olhando suas fotos e o que ela andava fazendo quando não estava comigo. Sempre muito interessado nas suas postagens por mais idiotas que elas fossem.

Eram coisas como essa que me tornavam um pouco ridículo.

Como por exemplo agora, eu estava em uma farmácia, na parte de maquiagem.

Tudo parecia muito igual pra mim. Nem tinha perguntando nada a Nina, mas tinha observado que ela cobriu seu chupão (aparentemente eu tinha 17 anos de novo) no meu pescoço na festa com um liquido cor de pele espesso que sabia que a Anna tinha, porém não me atreveria em mexer nas suas maquiagens caras.

Eu tinha lido na embalagem enquanto a Nina retocava o resto do seu rosto que o tal líquido se chamava "base".

Bem, eu estava atrás de um desses, mas aparentemente não havia apenas uma marca desses. Existiam milhares dessa merda, e de cores diferentes.

Peguei o mais barato e um que parecia ser minha cor mas percebi mais tarde que ficou muito mais escuro no meu pescoço. Escondi aquela coisa em uma gaveta que a Anna nem se atrevia a mexer por conta da bagunça.

Estava assistindo meu jogo no domingo, muito tranquilo, com minha cerveja do lado. Nem percebi quando a Anna chegou ao meu lado na sala segurando um pano branco e me olhando com raiva.

- Eric. – Ela apenas disse e eu virei o rosto.

Anna segurava uma camisa minha na altura do seu rosto e me olhava com toda sua fúria existente.

- O que aconteceu? – Perguntei dando um gole na cerveja.

Ela foi pra frente da TV.

- Anna, eu to tentando assistir o jogo. Pelo amor de Deus.

Ela jogou a camisa branca na minha cara.

- Eu não vou gritar, nem chorar, meus filhos não merecem, nem eu.

- Que merda você está falando?

- Por que você não cheira sua camisa? Você é tão imbecil que nem pra apagar os rastros da sua amante.

Eu tinha treinado há um tempo atrás técnicas pra não demonstrar surpresa ou qualquer outra reação na frente de inimigos, mas eu sabia que internamente eu tinha gelado.

- Do que você está falando, Anna? – Perguntei ríspido.

- Sente, sente o cheiro de perfume feminino que a sua puta deixou na sua camisa. Você é um idiota, que você ainda coloca pra eu lavar.

- Você está louca, porra? Essa é a camisa que fui para a festa. Eu fiquei o tempo todo com você.

- Mentira, você passou um tempo longe. A metade da cidade estava naquela merda, inclusive as imbecis do seu trabalho.

Anna sabia apenas de uma traição minha, que tinha sido com uma garota do trabalho, umas das policiais muito gentis que trabalhavam comigo, a menina foi transferida, Anna fez um escândalo.

Agora ela achava que todas as policiais que trabalhavam comigo eu andava comendo.

- Pelo amor de Deus, Anna. Eu trair você na festa onde a cidade inteira estava seria muito burrice minha.

NOS BRAÇOS DELAWhere stories live. Discover now