Capítulo 8

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Continuando

O clima na sala parece ter parado no tempo, não consigo mover um músculo se quer. O meu chefe fecha a porta usando a penas um pé e começa a se mover lentamente em minha direção, prendo o ar em meus pulmões. Sinto o meu coração querer sair pela a boca, ele dá a volta na mesa chegando até Amim, agora mais perto sinto o perfume amadeirado misturado com cheiro de bebida, o vejo trava o maxilar e aprofundar mais o olhar, não consigo desviar os meus olhos deles.

Tomo um susto quando sou empurrada e caio de costas na mesa, arregalo os olhos por conta do que acabou de acontecer. Antes que eu me levante ele agarra o meu pescoço com uma mão me fazendo continuar no mesmo lugar, paraliso no lugar, sinto minhas bochechas molhadas nem percebi que estava chorando.

_p-por favor, eu juro que não é o que está pesando.- falo tentando sair de seu aperto. Ele a nalisa o meu rosto e me erguer da mesa de uma maneira que eu fique sentada, se coloca no meios das minhas pernas, mas sempre mantendo o seu aperto em meu pescoço, aproxima o seu rosto do meu, por um momento pensei que me beijaria, mas ele desvia indo para a minha orelha. Sinto um arrepio consumir o meu corpo fazendo-me tremer por poucos segundos, sua voz grave e assustadora me tiram dessas sensações estranhas
_ A sua tarefa era apenas limpar a sala! Nunca ouviu a frase " a curiosidade matou o gato"?-diz agora inclinado minha cabeça para trás. Me sinto patética por sentir o gosto salgado das minhas lágrimas, eu não fiz nada de errado e acredito que ele não seria capaz de fazer alguma coisa comigo, isso poderia sujar a imagem dele ou talvez não, quem iria se importar com uma negra nesse país!, com certeza eu sairia como uma ladra safada, que abusou da generosidade de um homem branco. Resolvo acabar com essa situação. O empurro pegando de surpresa, pulo da mesa e limpo o meu rosto rapidamente.

-O senhor achar que por apenas ser o meu chefe te dar direito de enconstar em mim, ou me amedrontar?- falo sentindo uma mistura de sensações, dentre elas estão medo, arrependimento e incerteza, depois de Hoje provavelmente não terei mais emprego.
-sim me dá direito sim, principalmente quando a encontro mexendo nas minhas coisas.- diz se aproximando, sinto a sua respiração em meu rosto por conta da proximidade. Por um momento passamos ater um desafio de olhares e pela primeira vez me sinto orgulhosa por não abaixar a cabeça pra alguém.

- Saia da minha sala, antes que eu mude de ideia e te demita por justa causa !- diz se a fastando de mim, mas nunca desviando o olhar dos meus.
_Não precisa, eu mesma me demito -falo com um nó na garganta, eu preciso muito desse emprego era minha chance de recomeçar em um novo lugar e talvez com oportunidades melhores, me sinto o pior lixo, desde que cheguei nesse lugar pensei que tudo seria mais fácil e mais recptivel, mas tudo que encontrei na maioria das pessoas daqui foi tudo ao contrário do que eu queria. Luto com todas as forças, não quero dar motivo de alegria pra esse demônio.

_ Ah minha querida as coisas não funcionam como você pensa.-fala sorrindo feito um psicopata, andando ao meu redor em círculos. Fico confusa.
_ Esqueceu da cláusula de contrato meu amor?-diz parando em minha frente me olhando profundamente. minha cara entrega toda a decepção que estou sentindo nesse momento.

_ Creio que você não tem condições de me pagar, não é mesmo? -não o respondo, é muita coisa pra processar, o cansaço e a presença desse ser não colabora.
_ então você irá saír da minha sala, irá terminar o seu trabalho, e fará o possível para ficar longe do meu caminho. E você fará isso por 1 ano, aí te coloco na rua e isso será um prazer imenso para me- diz segurando o meu queixo , apenas balanço a cabeça e recolho os objetos de trabalho e saio no modo robô , sem falar e sem expressão.

Guardo todos os produtos de limpeza na dispensa e desço para o saguão, vejo que as portas estão fechadas e o resto dos funcionários estão organizando o salão, me junto a eles e parto pra ir a limpar as mesas.

_Ei não precisa, vá tomar café da manhã agente cuida disso - diz Marisa vindo em minha direção com um rodo.
_ eu vou depois que agente terminar aqui - digo disfarçando minha tristeza, se tem uma coisa que eu sou boa é em esconder o que estou sentindo.
_ É sério gata, vá merendar e vá pra casa descansar, só em você ter ido a limpar sala do troglodita, já é equivalente a três semanas de trabalho kkkkk.- ela fala com um humor que seria impossível para uma pessoa que passa a noite toda trabalhando.
Eu acabo rindo de sua falar. Chego na cozinha e vou para a mesa, pego a sacola de pão e retiro um pão francês, pego um pote com frios, vou até a sanduícheira coloco o meu pão junto com presunto, mussarela e requeijão, em seguida coloco um copo de café com leite.
Gemo ao saborear a espécie de sanduíche que fiz, uma delícia, isso me faz lembrar o quão era raro comer um pão assim quando eu morava com minha mãe, não por falta de dinheiro mais de responsabilidade dela .

Estou entertida em meus pensamentos que não noto Samuel no balcão da cozinha colocando café em seu copo, desvio os olhos quando ele percebe que eu estava o olhando, não vou forçar falar com ele agora, se ele está com raiva é com razão de alguma maneira eu possa ter magoado ele .

_ Bom dia Ravena - Samuel diz puxando uma cadeira e se sentando em minha frente.
_Bom dia Samuel - falo um pouco envergonhada.
_ Eu queria te pedir desculpas sobre o que falei com você, eu tentei força uma intimidade com você sem saber se você queria. enfim eu fui um idiota, esse é o meu problema a " intensidade".- diz fazendo aspas com os dedos.
_ não precisa se desculpa, eu te entendo; sei que de alguma maneira te o fendi ou magoei.- falo agora um pouco mais tranquila. Começamos a conversar e sinto uma calmaria por poucos minutos, Marisa nos interromper nos avisando que o maldito está solicitando nossa presença no saguão.
Eu e Samuel chegamos juntos e por um momento acabo rindo de Samuel e suas piadas referentes alguns outros funcionários, mas fecho a cara quando percebo que o satanás está me olhando com uma cara nada boa.

_ Bom dia convoquei todos vocês para um aviso importante.
Daqui ah uma semana farei um baile beneficente, e todos que trabalhão a mais tempo aqui sabem das regras.
O tema será baile mexicano, então ordeno que tudo saia perfeitamente. Quero compromisso e responsabilidade, teremos pessoas de outros paises aqui, nomearei um de vocês para comandar o comitê de drinks,e essa pessoa repassará todas os comandos para vocês, então qualquer dúvida perguntem a ela, Marisa.- diz apontando para Marisa e subindo as escadas, vejo marisa eufórica sorrindo feito uma louca, me pergunto pra que tanta alegria se ela vai ter que aguentar o tinhoso na preparação desse baile o tempo todo, coitada.
_Se tudo saír como Elijah quer, Marisa irá receber um boa comissão- responde Samuel me tirando dos meus pensamento, olho pra ele desconfiada.
_ Só respondi o que seu rosto estava perguntando - diz Samuel balançando os ombros, rimos.

Boa noite
Peço que voltem no capítulo para ajudar a escritora amadora aqui!!
Se sintam livres para dar críticas construtivas!!
Bye bye 👋🏿

RavenaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora