30. Sangue, muito sangue..

481 60 11
                                    

O dia parecia se arrastar, as horas estavam
congeladas de alguma maneira, o celular se
encontrava em minha mão, eu o encarava
esperando por seu toque, era através dele que eu conseguiria está com Fernanda novamente, mais uma vez vi as horas, são 7:30 da manhã, o dinheiro já se encontra em meu apartamento assim como Rodrigo, Lucas, bin, Yasmin e Rogers.

-Por que eles não ligam? - Lucas dizia impaciente.

-Eles avisarão em cima da hora, isso dificulta o trabalho da policia. respondia Rogers de forma entediada.

-Então podemos ficar aqui o dia todo?

-Sim.

-Que saco!

-Lucas, por favor.

-Desculpe amor.

-Rodrigo como sua mãe está reagindo a isso?

-Ela está tomando remédios para se manter calma, ela apenas dorme e chora.

-Isso ajuda muito.

-LUCAS PIZANE!

-O que? estou apenas tentando animar as coisas.

-Acho melhor você ser bem criativo Senhor
Lucas, podemos ter que esperar aqui por muito tempo.

*-***

Ouço o irritante gotejar novamente, estou deitada no chão sujo e úmido, mesmo assim ainda é mais confortável do que está amarrada a uma cadeira, levanto lentamente sentido minhas já familiares dores, estico meu corpo o máximo que posso.

O cômodo mal cheiroso parece encolher a cada minuto, existem momentos em que sinto minha respiração pesar, então começo a andar novamente pelo cubículo na esperança de encontrar alguma saída caso as coisas fiquem difíceis.

O som de passos faz com que eu fique em alerta, volto rapidamente para minha cadeira, baixo os olhos, pois não quero irritar ninguém,a porta se abre, mantenho meus olhos no chão, espero como sempre o homem alto que trás as refeições, porém não é ele, o que surge no meu campo de visão são saltos femininos, o cheiro de perfume caro invade o ambiente, deixo meus olhos subirem pelas longas pernas, a barra cinza da saia, a blusa de seda vermelha, o cabelo escuro nos ombros cabelo bem cortado e por fim os olhos escuros frios. Meu cérebro parece congelar, simplesmente não consigo acreditar.

-G... Giovanna?

-Olá, Fernanda.

-O que está fazendo aqui?

-É sério que ainda não entendeu?

-Eu, não sei..

-Achei que Alane gostasse apenas de mulheres inteligentes. Bem Fernanda, vou falar bem devagar para essa sua mente lenta acompanhar. Tudo isso, todo esse inferno que você está vivendo é um presente.

-Presente?

-Alane me fez sofrer muito, estou devolvendo todo esse sofrimento agora.

-Você planejou tudo isso por vingança? 

- Não é terrivelmente óbvio? Dias tirou tudo de mim, tirou o amor do meu pai, tirou minha empresa e brincou com meu coração. Agora vou devolver o favor, minha cara Fernanda essa noite quando ela entregar o dinheiro do seu resgate irá encontrar você de um jeito que com certeza ela achará muito... chocante e quando o luto finalmente acabar eu estarei ao lado dela oferecendo todo o meu amor.

Ouvi tudo que Giovanna disse de forma silenciosa, mas saber que ela pretendia ficar com Alane certamente não foi aceitável. A raiva estava dominando cada movimento meu, quando avancei em direção a Giovanna e bati em seu rosto com toda força que a situação me permitia.

- Josh... Josh...Socorro.- Giovanna gritava, eu apenas batia em seu rosto, tapas e mais tapas eu via a vermelhidão e um fino rastro de sangue saia de seu lábio inferior. -JOSH.. O homem alto que geralmente me servia as refeições me segura pela cintura, meus pés deixam o chão no mesmo instante.

-Seu idiota, ela quase me matou!- Giovanna grita com o homem.- Onde você estava?

-Perdão eu fui ao banheiro.- ele dizia sem graça enquanto eu me debatia em seus braços.

-Veja o que ela fez comigo.- Lima apontava para o rosto inchado.- Dê um soco nela, um bem forte.

-Sehorita eu não bato em mulheres.

-Ou você bate nela agora ou falarei com buda e acredite posso conseguir uma morte bem dolorosa pra você.

O homem suspira, vira meu corpo em sua direção, vejo que ele é careca e que seus olhos são castanhos, noto o exato momento em que ele fecha o punho, em seu olhar tem um nítido pedido de desculpas, então vem o impacto e logo depois o desmaio.

***

Ando em círculos, sento, levanto, vou até a cozinha, retorno a sala, olho pelas grandes janelas e vejo o sol enfraquecer e a noite se iniciar, Lucas e os outros se distraem em um jogo de cartas, enquanto eu apenas encaro o maldito celular. Fecho os olhos tentando me concentrar em algo, penso em Fernanda, em seu sorriso. Vou encontra-la Fernanda, eu juro, juro que... meus pensamentos são interrompidos pelo som do telefone.

-Todos em suas posições. - Rogers diz.- Pode atender Alane.

-alô?

-Esteja no cás daqui 30 minutos com o dinheiro ou a garota morre. então o som de chamada finalizada se faz presente.

-Tenho que está no cás daqui 30 minutos,
Digo já recolhendo as bolsas com o dinheiro.

-Vamos observar você de uma distância que será possível protege-la.

-A única que precisa ser protegida é Fernanda.- Saio do apartamento sendo seguida pelos outros.

-Eu vou com você alane.

-Lucas, não.

-Vou com você e não discuta.- ele segura uma das bolsas. Sem tempo para discutir entro no elevador, Rogers está ao meu lado dando instruções, a porta do elevador se abre, Rogers segue para seu carro enquanto vou para o meu, assim que as portas se abrem acelero, porém sou impedida de prosseguir.

Sangue, muito sangue surge, vejo um corpo se apoiar no capô do meu carro, abro a porta imediatamente e corro até ele, Lucas vem logo atrás de mim, em seguida Rogers para o carro mais a frente, ele traz sua arma em punho, me aproximo do corpo, é um homem e está se contorcendo de dor. Levo minha mão até seu ombro virando seu corpo para mim, Lucas grita ao ver a face do homem completamente coberta de sangue.

Mas, essa nem de longe chega a ser a parte mais chocante, o homem sangrando e gemendo é nada mais nada menos que Daniel.

- A.A.- ele tenta falar, mas está fraco e sua voz muito baixa.- Gio...Giovanna... Fer...Fernanda
parte..cá..cás... atrás.

-Do que ele está falando?

-Daniel.. Calma, fale novamente.

-A.. Giovanna..es..est..á co..com.. Fernanda..parte cas..mat..mata-la, giovanna írá mata...- ele desmaia.

-Giovanna? Ele disse Giovanna?

Não respondi só entrei no carro novamente e segui até o cas, em meu coração não tinha nada além de ódio.

Aulas de sedução (ferlane)Onde histórias criam vida. Descubra agora