Ela precisava de um abraço que cura, de um beijo que aquece, de uma pessoa que fizesse seu corpo estremecer, sua pele arrepiar e que fizesse todas as borboletas voarem loucamente pelo seu estômago.
Ele estava disposto a realizar esses desejos e muit...
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••• LORENA •••
Tá tudo dando errado desde a hora em que eu acordei.
Bati meu dedinho do pé na mesinha de cabeceira.
Fui tomar banho e água tava gelada, nao esquentava de jeito algum.
Na hora do café, queimei e língua porque ele tava muito quente, meu pão de queijo carbonizou e eu quebrei um copo.
E vindo para o aeroporto, o pneu do carro furou, enfrentei um trânsito insuportável e achei que tinha perdido minha passagem, mas depois encontrei.
Mas ainda sim, mesmo depois de todo esse caos enfrentado, estou no aeroporto.
Eu tô segurando as lágrimas enquanto tenho ao meu redor pessoas extremamente especiais que eu amo com todas as minhas forças e já estou sofrendo de saudade antecipada.
Só que ele não está aqui.
Joaquín tinha treino, não pode faltar por nada nesse mundo e ao sair de casa ele prometeu que iria dar tempo de vir até aqui se despedir de mim, só que ele não chegou.
— Ele vai vir— minha irmã tenta me confortar, ela é a que mais tá chorando enquanto coloca culpa nos hormônios da gravidez— você tem certeza mesmo que quer ir?
Não deveria depois de tudo isso que rolou durante o dia, vai saber se o avião não vai despencar pra completar o azar, mas eu confio que vai dar tudo certo, por isso concordo com a cabeça.
— Você foi a que mais me incentivou, para de perguntar isso agora.
— Eu sei, é que eu vou sentir saudades.
— Também vou, maninha— suspiro e olho pra minha sobrinha que acabou de agarrar minhas pernas— oi, minha pequena, você tá triste?— me abaixo para pegá-la no colo.
Ela me olha, olha pra mãe, volta a olhar pra mim e dá uma risadinha, respondendo:
— Não.
Meus olhos se arregalam e minha boca se abre pelo tamanho choque. Como assim? Engoli o choro na hora.
— Pelo amor de Deus, Analua!— minha irmã lhe repreende e eu ouço a risada do meu pai que leva um tapa no braço, obviamente foi minha mãe quem deu.
— Você ta ouvindo isso, Juliana, sua filha acabou de dizer que não tá triste, pode pegar— tento colocar a garotinha em seu colo, mas aí ela se agarra em mim— sai, não te quero mais também.
— Não, titia, tô triste sim— ela choraminga.
Olho pra ela que faz beicinho, não tem como não rir porque ela é uma figura.
